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Psico Social

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Por:   •  25/3/2015  •  1.150 Palavras (5 Páginas)  •  249 Visualizações

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"Se algum branco gostaria de receber o mesmo tratamento dados aos cidadãos negros em nossa sociedade, levante-se. (...) Ninguém se levantou. Isso deixa claro que vocês sabem o que está acontecendo. Vocês não querem isso para vocês. Quero saber por que, então, aceitam isso e permitem que aconteça com os outros." - Jane Elliot.

No documentário assistido, “Olhos Azuis”, a professora, Jane Elliot, argumenta que olhos com pouca melanina expostos a luz solar afetam o cérebro, e que por isso as pessoas de olhos claros são mais burras do que as de olhos escuros. Ao afirmar isso, as pessoas de olhos escuros presentes na sala começam a rir disfarçadamente, assim Jane Elliot conclui dizendo que isso não faz sentido, que é ridículo julgar as pessoas pela cor dos olhos, sendo isso o que se faz naturalmente com a cor da pele.

O preconceito não acontece somente pela distinção de raça ou cor, segundo o texto, “Preconceito, Estereótipos e Discriminação”, este é tão velho quanto a humanidade, e, por isso, é difícil sua erradicação. Os exemplos de preconceito são muitos, desde a antiguidade até os dias atuais, porém esses não fornecem a dimensão dos males profundos que se escondem atrás deste ato.

Qualquer grupo social – afirma Aroldo Rodrigues - pode ser alvo de preconceito. Além disso, estamos diante de uma via de mão dupla, com sentimentos hostis fluindo também para as maiorias. No documentário, Jane Elliot, deixa claro que, usando termos e tons de voz “grosseiros” para se dirigir a alguém, qualquer pessoa se sentiria inferior. Reconhecemos isso quando afirma que, ao chamar os homens do teste de “Garoto” (Boy) com firmeza e autoridade eles voltariam a sua condição de infantilidade, ou seja, seriam inferiores aos que lhes falam, mesmo que no início do teste tenham resistido um pouco.

As lutas políticas hoje têm como objetivo principal o combate de todo tipo de discriminação, seja racial, sexual, gênero, religiosa, etc., criticando a ideia dominante de privilegiar um determinado grupo e oprimir todos aqueles que não se adequam aos seus padrões. Ao trazer as pessoas de olhos azuis para a sala do teste, Jane Elliot impõe sobre eles a sua vontade, determinando firme e grosseiramente o que eles deveriam fazer; ao contrário de sua interação com o outro grupo, de olhos castanhos, aos quais ela se dirigia de forma amigável, com perguntas e afirmações provocativas destinadas ao grupo de olhos azuis.

É muito impressionante ver o efeito que a discriminação causa sobre as pessoas que a sofrem. A alteração no humor, na autoestima, na autoconfiança e no astral dos participantes foi um fato percebido na medida em que o teste se desenvolvia. Muitos choraram e reclamaram da forma como estavam sendo tratados.

As pessoas de olhos castanhos conseguiram exercer de maneira fiel o papel que lhes foi proposto, pareciam realmente satisfeitos ao ver que os próprios preconceituosos estavam sentindo na pele, mesmo que por algumas horas, o que eles sentiram a vida toda, e assim não se acanharam em opinar e desabafar, contando, quando instigados por Elliot, as terríveis experiências vivenciadas por eles e por seus descendentes.

Estando com o “poder” as pessoas de olhos castanhos submeteram as demais ao papel de bode expiatório, citado no capítulo 3. Esse termo é usado para designar aqueles que levam a culpa de algo que não fizeram, simplesmente por fazerem parte de uma camada da sociedade menos favorecida. Entretanto, neste caso em especial, os de olhos azuis não eram tão inocentes assim.

Apesar da tortura psicológica e de estarem sendo submetidos a tanto sofrimento, os participantes sabiam que se tratava de um teste, tudo o que estavam passando seria por um tempo determinado. Porém, os que vivem isso na sua realidade sofrem antes mesmo de iniciar o seu dia – assim que se levantam, quando se olham no espelho - já sabendo o que lá fora os esperam. Por esse motivo, concluímos que estes assumem por si mesmos o papel de pessoas inferiores, introjetaram o estigma de que realmente não são tão capazes quanto os brancos e que por isso precisam se esforçar sempre mais, mesmo isso nunca sendo o suficiente.

Outro famoso experimento, conduzido por Clark e Clark nos Estados Unidos, permitiu a nós perceber que as crianças também já se limitam ao papel de

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