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Psico Social

Por:   •  18/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  676 Palavras (3 Páginas)  •  228 Visualizações

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A noticia cai como uma bomba para os defensores dos direitos sociais: câmara dos deputados realiza a votação, em primeiro turno, da PEC 241, que estabelece um limite para o aumento dos gastos públicos. Especialistas afirmam que a aprovação dessa proposta de emenda à constituição trará muito sofrimento às causas sociais. O projeto regulariza o congelamento do gasto público por 20 anos e isso representa de forma resumida o sucateamento da saúde e da educação, áreas que deixarão de ter as garantias orçamentárias que foram fixadas pela constituição. Saúde, educação e assistência social terão programas sociais comprometidos ou mesmo inviabilizados. Cortes orçamentários que afetarão a assistência estudantil, representando menos vagas nas universidades, menos dinheiro para manter o SUS nos padrões atuais, menos dinheiro para o LOAS prosseguir com seu trabalho de assistência social. Se já estava ruim, imagina com a aprovação do projeto, que impactará as políticas públicas em curso no Brasil, gerando mais pobreza e desigualdade, causando grande retrocesso nos direitos sociais conquistados pelo povo brasileiro.

        E agora, psicólogo? Na primeira impressão o assunto parece não se relacionar, mas a relação de política e psicologia não deveria mais causar estranheza aos ouvidos dos profissionais. A psicologia mesmo sendo uma área de conhecimento considerada nova já teve participação no progresso das lutas sociais no Brasil (lutas essas que podemos considerar políticas). Fortalecemos o movimento da saúde há algumas décadas e viemos acompanhando de perto as conquistas desde então, agora temos a necessidade de refletir novamente como podemos nos relacionar com o critico cenário político atual.

        Entender o cenário e a realidade política faz parte do compromisso social do psicólogo, temos a responsabilidade de construir juntos com a sociedade alternativas que nos possibilitem viver de forma mais digna e saudável, construir possibilidades que nos fortaleçam enquanto cidadãos de direitos, de perspectivas de uma vida melhor. Mas como agir de acordo com este compromisso é que pode não estar claro para o profissional. Além das dificuldades subjetivas já encontradas pelo psicólogo na relação humana há também essa dificuldade de instabilidade política e jogo de interesses e poder entre as classes sociais. Esse fato só vem a provar como o contexto social/cultural está muito presente na nossa ciência e faz parte de forma vivaz do nosso conhecimento. Se, em termos de compromisso social, o primeiro passo é estar consciente da realidade social e política que nos cerca, os próximos passos já não são tão claros assim.

Tratando do compromisso social de forma prática, na perspectiva do agir, acredito termos aqui a uma dupla missão. Há de se dividir o compromisso social então em dois aspectos diferentes: o primeiro de se politizar, estar atento ao cenário político e as causas sociais. O segundo é de dar condições mínimas para o reconhecimento do sujeito, dar condições para que seja percebida sua condição de cidadão. Abrir campo para a recuperação da autoestima e percepção do ser repleto de capacidades.

        Participar do processo de conquistas sociais contribuindo com o despertar do sujeito para perceber sua autonomia me parece ser o grande compromisso social do psicólogo. Sendo a Psicologia uma ciência detentora do saber dos processos de subjetividade humana (e cada vez mais de forma intrínseca com as relações sociais) é evidente o compromisso ético-politico que possui o psicólogo. Vemos no nosso cenário social uma péssima condição de vida para a população e notícias como essa proposta de emenda a constituição nos fazem pensar em como a situação pode piorar devido a instabilidade política característica do nosso país. Não podemos fechar os olhos para esta realidade e mesmo que alguns tentem ignorar a relação do profissional com a política não o conseguirá, pois cedo ou tarde o reflexo bate a nossa porta. É chegado o momento de uma intervenção mais prática que determinará não só o rumo da profissão, mas também como cada um de nós poderá contribuir de forma decisiva para o futuro de nossa nação.

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