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Psicologia

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Por:   •  27/3/2015  •  4.723 Palavras (19 Páginas)  •  239 Visualizações

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Psicologia Hospitalar – paciente terminal e equipe interdisciplinar

Para falarmos em paciente terminal e equipe interdisciplinar temos que ter em conta a importância da prevenção dos graves efeitos psicológicos, sociais e físicos da hospitalização e da patologia, incidentes tanto nos pacientes como em suas famílias.

Mas, iniciemos nossa exposição definindo o que é paciente terminal e o que é equipe interdisciplinar.

O paciente terminal é aquele paciente que esta em fase terminal de uma doença, onde o esperado passa a ser óbito, independentemente da terapêutica utilizada, sendo esta neste momento mais paliativa e não tendo a expectativa de cura,

A equipe interdisciplinar é aquela equipe envolvida nos esforços para se tratar com dignidade o paciente, considerando-o nos seus aspectos biológicos, sociais, psicológicos e espirituais. “A interdisciplinaridade deve ir alem da mera justaposição de disciplinas”.”O conceito de interdisciplinaridade fica mais claro quando se considera o fato trivial de que todo conhecimento mantém um dialogo permanente com outros conhecimentos, que pode ser de questionamento, de confirmação, de complementação, de negação, de ampliação, de iluminação de aspectos não distinguidos”. “Na equipe interdisciplinar há um encontro e cooperação entre duas ou mais disciplinas”

Gostaria ainda de definir interdisciplinar, tomando emprestada a definição de Fernando Hernandez: “A transdiciplinaridade se caracteriza pela definição de um fenômeno de pesquisa que requer: a) a formulação explicita de uma terminologia compartilhada por varias disciplinas e b) uma metodologia compartilhada que transcendi as tradições de campos de estudo que tenham sido concebidos de maneira fechada. A transdiciplinaridade representa uma concepção de pesquisa baseada num marco de compreensão novo e compartilhado por varias disciplinas, que vem acompanhado por uma interpretação recíproca das epistemologias disciplinaras. A cooperação, nesse caso, dirige-se para a resolução de problemas e se cria a transdiciplinaridade pela construção de um modelo de aproximação da realidade do fenômeno que é objetivo de estudo.

Voltemos ao nosso tema e deixemos as definições e cargo somente do alinhavar dos atendimentos prestados ao paciente terminal.

Quando atendemos ao paciente terminal é de fundamental importância que toda a equipe bastante familiarizada com os estágios pelos quais ele passa, lembrando que podem se intercalar e repetir durante todo o processo da doença, descrito por E. Kulbler Ross, em seu livro Sobre a Morte e o Morrer e que permitem uma visão real da complexidade vivida pelo paciente diante da sua terminalidade e do morrer. São eles: a negação e o isolamento, a raiva (revolta), a barganha, a depressão e a aceitação, completando-se com a esperança, que persiste em todos estes estágios e que é o que conduz o paciente a suportar a dor. “Quando um paciente não dá mais sinal de esperança. Geralmente é prenúncio de morte iminente”.

A negação é mais freqüente no inicio da doença. É quando o paciente nega a sua doença e a gravidade do seu estado. Recusa-se a falar da doença e tende ao isolamento. “ A negação funciona como um para-choque depois de noticias inesperadas e chocantes, deixando que o paciente se recupere com o tempo, mobilizando outras medidas menos radicais”.

No estagio da raiva, da revolta, o paciente se pergunta: “Por que eu?”, “Por que comigo?”. “Durante este estagio faz exigências, reclama, critica o seu atendimento e solicita atenção continua. Se for respeitado e compreendido, logo cessarão suas exigências, pois será assistido sem necessidade de explosões temperamentais. Ressaltamos a importância de tolerar a raiva, racional ou não, do paciente. Temos que ouvi-lo e até, as vezes, suportar alguma raiva irracional, sabendo que o alivio proveniente do fato de tê-la externado contribuirá para melhor aceitar as horas finais.

Na barganha o paciente tenta negociar geralmente com Deus. “Quase sempre almeja um prolongamento de vida ou deseja alguns dias sem dor ou sem males físicos”. Faz promessas. Promessas que geralmente não cumpre.

A depressão aparece quando o paciente não pode mais negar sua doença, quando é forçado a submeter-se a mais uma cirurgia ou hospitalização, quando começa a apresentar novos sintomas e tornar-se mais debilitado e mais magro, não pode mais esconder a doença. Seu alheamento ou estoicismo, sua revolta e raiva cederão lugar a um sentimento de grande perda.

E a aceitação é quando não mais sente depressão e nem raiva. É o momento em que encontra paz e aceita o que esta acontecendo. Os momentos de silencio são maiores e seus interesses diminuem. Neste momento é a família que mais precisa de ajuda.

De posse do conhecimento destes estágios, indubitavelmente, torna-se muito mais tranqüilo, para o profissional que assiste ao paciente terminal, lidar com os sentimentos e emoções que afloram, ajudando-o na compreensão e na transitoriedade dos mesmos, bem como respeitar cada momento vivido pelo paciente, sem julga-lo e sem lhe impor sua perspectiva.

Um dos membros da equipe que desconheça estes estágios poderá incorrer em erros que percutirão em todo o processo do paciente, interferindo nos trabalhos dos outros profissionais.

Por exemplo, se a enfermeira não sabe que a raiva projetada nela, pelo paciente, é apenas a manifestação de um sentimento esperado e compreendido, e reage a ela com aspereza, poderá contribuir para que o paciente se sinta culpado pelo seu estado, levando-o a um quadro depressivo, prejudicial para os seus esforços de melhora. Assim, mais esforço será exigido, por exemplo, da fonoaudióloga, que devera mostrar-lhe a importância da sua contribuição no tratamento; a psicóloga terá mais um elemento de terapia, que poderia ser evitado, deixando o espaço psicoterapêutico para outras questões mais emergenciais.

No entanto, “compartilhar experiências com profissionais de outras disciplinas exige esforço de admitir os próprios limites, superar a cota pessoal de egocentrismo e reconhecer a necessidade de superar os obstáculos insolúveis derivados da própria pratica”.

A terminalidade equivale a estar próximo do óbito e como os profissionais de saúde vão

Lidar com isto? Vale a pena continuar atendendo a este paciente, quando poderia estar se dedicando a outro paciente com um prognostico melhor? Como lidar com os sentimentos do paciente? Como

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