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Psicologia Comunitária

Seminário: Psicologia Comunitária. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  5/10/2013  •  Seminário  •  1.622 Palavras (7 Páginas)  •  524 Visualizações

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Categoria: Psicologia Comunitária

Resumo: A psicologia comunitária nada mais é uma aplicação da psicologia social para resolução de problemas sociais nas comunidades, sendo uma área de conhecimento que se ocupa em estudar, entender e intervir nos fenômenos psicossociais. Esse campo tem como objetivo despertar uma consciência crítica e contribuir para a formação da identidade social e individual do sujeito. Esse trabalho tem a finalidade de fazer um percurso histórico sobre a construção da psicologia social comunitária no Brasil, compreender o conceito de comunidade e traçar sistematicamente o campo de atuação do psicólogo nesse contexto. Para tanto, foi realizado um estudo bibliográfico a fim de conhecer os saberes teóricos e práticos que contribuíram para a inserção do profissional de psicologiana comunidade. A partir da análise dos dados, foi possível compreender como se desenvolveram as práticas e modos de atuação que hoje promovem qualidade de vida e busca desenvolver, de modo ético, a autonomia nos indivíduos, procedimento que é realizado a partir da análise dos problemas de uma comunidade.

Considerações Iniciais

A psicologia comunitária se define como uma área da psicologia social que estuda a atividade do psiquismo decorrente do modo de vida do lugar/comunidade; estuda o sistema de relações e representações, identidade, níveis de consciência, identificação e pertinência dos indivíduos ao lugar/comunidade e aos grupos comunitários.

Esse termo se define a partir de uma ampla conceituação, visto que é um conceito novo. Pode ser nomeada como psicologia comunitária, psicologia na comunidade, psicologia do desenvolvimento comunitário, dentre outros.

A origem dessa área de conhecimento da psicologia remonta a uma psiquiatria social e preventiva, bem como a dinâmicas e psicoterapias grupais. O desenvolvimento de movimentos que se manifestaram contra a falta de atenção social, no que diz respeito à participação coletiva no processo de tomada de decisões se tornou expressivo para o surgimento da psicologia comunitária.

A psicologia comunitária tem a finalidade de desenvolver uma consciência crítica nos sujeitos, através de um modelo interdisciplinar. É um trabalho realizado em grupos, e na comunidade, a fim de transformar o indivíduo em sujeito. No que concerne à psicologia comunitária, pode-se referenciar como uma área de atuação com a finalidade de aplicar as teorias e métodos da psicologia social no contexto de uma comunidade.

Percorrendo um Caminho

Sabe-se que desde a década de 60 no Brasil foram desenvolvidos alguns trabalhados em comunidades de baixa renda, com o intuito de despertar consciência crítica no sujeito e possibilitar melhores condições de vida na população. Sendo que se caracterizou um modelo de atuação pautado no espaço teórico e prático da psicologia social. Desse modo, foram realizados trabalhos com a educação popular, como a alfabetização de adultos, como um instrumento para a conscientização, método que aos poucos foi sendo denominado de psicologia comunitária ou psicologia na comunidade.

Uma revisão da psicologia comunitária no Brasil não pode ser feita fora do contexto econômico e político do Brasil e da América Latina. Sem dúvida, o golpe militar de 1964 tem muito a ver como seu surgimento, pois se num primeiro momento, vivemos um período de extrema repressão e violência, quando uma reunião de cinco pessoas já era considerada subversão, ele fez com que, individualmente, os profissionais de psicologia se questionassem sobre a atuação junto à maioria da população, e de qual maneira seria o seu papel na sua conscientização e organização. (CAMPOS, 2009).

Nessa mesma época surgia nos Estados Unidos e em outros países da América Latina a expressão “psicologia comunitária” que se referia à atuação do profissional de psicologia juntamente as comunidades carentes. A propósito, se constituía um trabalho de cunho assistencial e manipulativo.

Bonfim (1994) faz uma retrospectiva da história da psicologia social no Brasil, nas décadas de oitenta e noventa. Nos anos oitenta, surgiram os primeiros cursos de pós-graduação na área da Psicologia Social e foi criada a ABRAPSO–Associação Brasileira de Psicologia Social. Novas práticas emergiram como, por exemplo, os trabalhos em favelas, com meninos de rua, com os sem-terra e com pessoas da terceira idade, além de práticas em comunidades, organizações e instituições. A partir dos anos noventa, em uma sociedade ainda mais pobre, foi constatado um aumento significativo da população. Ao mesmo tempo, ocorria o fortalecimento da democracia e a criação de instituições em defesa dos direitos humanos; por exemplo, as que foram criadas com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, que entrou em vigor em 1990. Decorrentes desse contexto surgiram demandas de novas formas de trabalho do psicólogo, voltadas para práticas psicossociais. Por conta dessas demandas, o quadro conceitual precisou também ser revisto e ampliado.

No início dos anos 90, a nível nacional, presencia-se a expansão dos trabalhos dos psicólogos junto aos diversos segmentos da população. Entretanto, cabe salientar que essa expansão acontece dentro de um quadro variado de práticas, envolvendo diferentes pressupostos filosóficos e referenciais teóricos. (CAMPOS, 2009).

Nesse caso, começam a se desenvolver práticas nos diferentes setores públicos da sociedade, bem como em postos de saúde, secretaria do bem-estar social, ou em algum órgão ligado à família e aos menores. Essa atuação tem o objetivo de expandir e democratizar os serviços psicológicos em diversas áreas para a população em geral, esse trabalho tem continuidade e perpassa os dias atuais.

Entendendo o Conceito de Comunidade:

Sanchez e Wiesenfeld apud Gomes (1999) estabelece alguns critérios significativos para uma melhor definição de comunidade que estejam relacionados com a Psicologia Social, por contemplarem os principais aspectos da interação humana: “Podemos dizer que uma comunidade se caracteriza por:a) ser um grupo de pessoas, não um agregado social, com determinado grau de interação social;b) repartir interesses, sentimentos, crenças, atitudes; c) residir em um território específico; e d) possuir um determinado grau de organização”.

Comunidade é conceito ausente na história das ideias psicológicas. Aparece como referencial analítico apenas nos anos 70, quando um ramo da psicologia social se autoqualificou

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