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Psicologia Da Evoluçãopossivel Do Homem

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Por:   •  9/12/2014  •  Artigo  •  1.203 Palavras (5 Páginas)  •  228 Visualizações

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A psicologia é, às vezes, chamada uma ciência nova.

Nada mais falso. Ela é, talvez, a ciência mais antiga;

infelizmente, em seus aspectos essenciais, é uma ciência esquecida.

Como definir a psicologia? Para compreender isso, é pre¬ciso dar-se conta de que, exceto nos tempos modernos, a psico¬logia jamais existiu com seu próprio nome. Por vários motivos, sempre foi suspeita de apresentar tendências falsas e subversi¬vas, de caráter religioso, político ou moral, e sempre teve que se ocultar sob diferentes disfarces.

Durante milênios, a psicologia existiu com o nome de filo¬sofia. Na Índia, todas as formas de Ioga, que são essencialmente psicologia, são descritas como um dos seis sistemas de filosofia. Os ensinamentos sufis, que são, antes de tudo, de ordem psico¬lógica, são considerados em parte religiosos, em parte metafí-sicos. Na Europa, até pouco tempo atrás, nos últimos anos do século XIX, muitas obras de psicologia eram citadas como obras de “filosofia”. E embora quase todas as subdivisões da filoso¬fia, tais como a lógica, a teoria do conhecimento, a ética e a estética, refiram-se ao trabalho do pensamento humano ou ao dos sentidos, considerava-se a psicologia inferior à filosofia e relacionada somente com os aspectos mais baixos ou mais tri¬viais da natureza humana.

Ao mesmo tempo que subsistia com o nome de filosofia, a psicologia permaneceu por mais tempo ainda associada a uma ou outra religião. Isso não significa que religião e psicologia jamais tenham sido uma única e mesma coisa, nem que a rela¬ção entre religião e psicologia tenha sido sempre reconhecida. Mas não há dúvida de que quase todas as religiões conhecidas — evidentemente não falo das pseudo-religiões modernas — desenvolveram esta ou aquela espécie de ensinamento psicoló¬gico, acompanhado, muitas vezes, de certa prática, de modo que freqüentemente o estudo da religião comportava, já por si mesmo, o da psicologia.

Na literatura religiosa mais ortodoxa de diferentes países e diversas épocas encontram-se excelentes obras sobre psico¬logia. Por exemplo, esta compilação de autores que datam dos primeiros tempos do cristianismo e que se conhece pelo título geral de Philokalia, livros que ainda hoje estão em uso na igreja oriental, onde são reservados principalmente para a instrução dos monges.

No tempo em que a psicologia estava ligada à filosofia e à religião, ela existia também sob a forma de Arte. Poesia, Tra¬gédia, Escultura, Dança, a própria Arquitetura, eram meios de transmissão do conhecimento psicológico. Certas catedrais góti¬cas, por exemplo, eram essencialmente tratados de psicologia.

Na antiguidade, antes que a filosofia, a religião e a arte adotassem as formas independentes sob as quais as conhecemos hoje, a psicologia encontrava sua expressão nos Mistérios, tais como os do Egito e da Grécia antiga.

Mais tarde, desaparecidos os Mistérios, a psicologia sobre¬viveu a eles sob a forma de ensinamentos simbólicos, que ora se encontravam ligados à religião da época, ora não, tais como a Astrologia, a Alquimia, a Magia e, entre os mais modernos, a Maçonaria, o Ocultismo e a Teosofia.

Aqui é indispensável observar que todos os sistemas e dou¬trinas psicológicos, tanto os que existiram ou existem abertamente, como aqueles que permaneceram ocultos ou disfarçados, podem dividir-se em duas categorias principais.

Primeira: as doutrinas que estudam o homem tal como o encontram ou tal como o supõem ou imaginam. A “psicologia científica” moderna, ou o que se conhece por esse nome, per¬tence a essa categoria.

Segunda: as doutrinas que estudam o homem não do ponto de vista do que ele é ou parece ser, mas do ponto de vista do que ele pode chegar a ser, ou seja, do ponto de vista de sua evolução possível.

Estas últimas são, na realidade, as doutrinas originais ou, em todo caso, as mais antigas e as únicas que podem fazer compreender a origem esquecida da psicologia e sua significação.

Quando tivermos reconhecido como é importante, no estu¬do do homem, o ponto de vista de sua evolução possível, com¬preenderemos que a primeira resposta à pergunta:

o que é psicologia? deveria ser:

psicologia é o estudo dos princípios, leis e fatos relativos à evolução possível do homem.

Nestas conferências, colocar-me-ei exclusivamente em tal ponto de vista. Nossa primeira pergunta será: o que significa a evolução do homem? E a segunda: ela exige condições es¬peciais?

Devo dizer, antes de tudo, que não poderíamos aceitar as concepções modernas sobre a origem do homem e sua evolução passada. Devemos dar-nos conta de que nada sabemos sobre essa origem e de que carecemos de qualquer prova de uma evolução física ou mental do homem.

Muito ao contrário, se tomarmos a humanidade histórica, isto é, a dos dez ou quinze mil

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