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Psicologia Do Trânsito

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Por:   •  4/11/2014  •  2.912 Palavras (12 Páginas)  •  373 Visualizações

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No iníciodo século XX , os primeiros automóveis e caminhões começaram a circular no Brasil, sendo o começo de um projeto coletivo em que o transporte rodoviário assumiria um papel fundamental nos deslocamentos, substituindo aos poucos bondes e trens. Porém, coma produção e o uso em massa do automóvel contribuiu para o desenvolvimento econômico mas trouxe sérios problemas de segurança e saúde pública em decorrência de acidentes de trânsito.

Nasdécadas de 1940 e 1950 os acidentes de trânsito se intensificaram e como consequência as autoridades buscaram desenvolver e implementar medidas preventivas , tais como, a seleção médica e psicotécnica , restringindo assim a concessão do documento de habilitação sendo considerada pelas autoridades um privilégio , em que o candidato provaria sua capacidade de conduzir com segurança , por meio de uma bateria de testes e exames.

Apsicologia aplicada ao trânsito, nesse período, centrava a sua atuação fortemente no fator humano, por meio da seleção de pessoal, orientação e instrução profissional. Dessaforma , buscava-se identificar os indivíduos certos para ocupar os lugares certos, seja para conduzir trem ou ônibus; passando a contribuir com o trânsito rodoviário brasileiro.

Apartir da aplicação de técnicas psicológicas nos motoristas ,notadamente pelos engenheiros ,formou-se um campo de trabalho e uma área de atuação profissional que posteriormente viria a ser chamada de Psicologia do Trânsito. Omarco legal para a avaliação de características psicológicas no âmbito rodoviário foi o Decreto –lei nº 9.545, de 5 de agosto de 1946,tornando os exames psicotécnicos obrigatórios para a aquisição da carteira de habilitação, sendo aplicado a critério da junta médica , porém sem caráter eliminatório, essas medidas entraram em vigor no ano de 1951 ,momento importante para a psicologia brasileira.

Pesquisasforam realizadas pelo Instituto de Seleção e Orientação Profissional ( ISOP) sobre avaliação psicológica em condutores e também o Gabinete de Psicotécnica da Superintendência de trânsito de Minas Gerais, contribuindo com uma importante publicação pela Revista do Gabinete de Psicotécnica em Trânsito, considerado o primeiro periódico brasileiro especializado em psicologia do trânsito.

Oreconhecimento da profissão de psicólogo no país ocorreu na década de 1960,por meio da lei nº4.119, de 27 de agosto de 1.962 e sua regulamentação pelo Decreto nº 53.464, de 21 de janeiro de 1.964. Nessaépoca os psicólogos iniciaram o movimento de criação do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Psicologia.

Emfunção do avanço da legislação de trânsito e da psicologia aplicada nos anos de 1960, foi regulamentada , em 1968, a criação dos serviços psicotécnicos nos Departamentos de Trânsito dos estados, então, com o advento do código de trânsito brasileiro em 1998, o psicólogo se inseriu no processo de habilitação nos DETRANS, realizando a avaliação psicológica pericial de motoristas, (exame psicotécnico) sendo atualmente um procedimento obrigatório para todos os candidatos à obtenção da carteira de motorista e na renovação.

ODETRAN, enquanto parte integrante do Sistema Nacional de Trânsito , foi criado em 21 de setembro de 1966 pelo Decreto-lei 5.108 que instituiu o segundo Código Nacional de Trânsito. Em23 de fevereiro de 1.967, aquele decreto foi modificado pelo Decreto-lei nº237, sendo efetivamente regulamentado em 16 de janeiro de 1968, por meio do Decreto-lei 62.127. Portantocom essa nova organização do sistema de trânsito, cada estado brasileiro procedeu à

criação do seu DETRAN, seja pela estruturação do serviço que outrora não existia, seja pela reestruturação do serviço administrativo de trânsito existente.

OsDepartamentos de Trânsito assumiram e ainda assumem, um importante papel na institucionalização e expansão da psicologia brasileira enquanto profissão, ao abrir para o trabalho dos psicólogos e, mais recentemente , por meio do credenciamento de profissionais e clínicas de psicologia terceirizadas, devido ao aumento da demanda pela carteira de habilitação.

Empartes por razões históricas , os psicólogos que hoje trabalham nos DETRANS continuam atuando prioritariamente com a avaliação psicológica de condutores; porém com a inserção nos Departamentos de Trânsito, contribuiu para que os psicólogos assumissem outras tarefas decorrentes da evolução da legislação de habilitação e de novas demandas sociais : a capacitação de psicólogos peritos em trânsito, capacitação de diretores e instrutores de trânsito e elaboração/ implantação de programas de reabilitação e educação de motoristas infratores, bem como, ações para prevenir acidentes; perícia em exames para motorista objetivando sua readaptação ou reabilitação profissional e tratamento de fobias ao volante. Outroponto que merece destaque é a inserção profissional de estudantes de psicologia através de estágios curriculares, propiciando experiência de aprendizagem.

Aimportância dos DETRANS na institucionalização e expansão da psicologia também pode ser observada no âmbito da ciência, contribuindo em alguns casos com material psicológico para fins de pesquisas que visaram o estabelecimento.

de tabelas normativas para testes psicológicos e para pesquisar a possibilidade de prever a ocorrência de infrações por meio dos resultados dos testes. Tambémna viabilização de eventos na área de trânsito ( congressos, seminários e encontros científicos), oferecendo apoio financeiro estimulando a participação dos psicólogos lotados nos serviços de psicologia para que divulguem os seus trabalhos.

Algumasinstituições colaboraram direta ou indiretamente com a emergência e expansão da psicologia do trânsito, porém , a identidade de muitos psicólogos do trânsito ainda permanece fortemente associada à avaliação psicológica, sendo que a problemática da mobilidade vai além do comportamento do motorista , mais sim todos os comportamentos dos participantes

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