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Psicologia Social

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Por:   •  16/7/2014  •  816 Palavras (4 Páginas)  •  201 Visualizações

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No texto “Branqueamento e branquitude no Brasil”, a autora Maria Aparecida Silva Bento aborda o papel do branco quando se trata das relações raciais brasileiras, há na realidade uma omissão, um silêncio, uma falta de reflexão e isso faz com as questões ligadas a desigualdade raciais fiquem ligadas exclusivamente aos negros.

Existe uma espécie de pacto no momento que o branco afirma que não é responsável pela permanência das desigualdades raciais no Brasil. A verdade é que existe por parte da população branca um reconhecimento de que existe sim uma desigualdade racial no país, mas não reconhece que a desigualdade está diretamente ligada a discriminação. Isso pode ser considerado um dos primeiros sinais da branquitude.

Quando volta-se ao passado brasileiro, na época da escravidão, não é muito comentado e estudado o que a escravidão trouxe ao branco, pois este foi beneficiado com uma herança bastante positiva, isso tudo resultado de uma intensa exploração do negro. E há um silêncio em relação a isso, que é bastante prejudicial ao negro, pois quando resolve ignorar esse assunto, não há como prestar contas, se acertar, compensar e indenizar os negros.

A autora busca em sua dissertação de mestrado outros fatores que levam a discriminação racial que pode ser nos processos sociais e psicológicos. Outro ponto importante é em relação a dois tipos diferentes de discriminação: uma que é provocada por preconceito e outra por interesse. Esse último é quando um grupo só se sente violado nos seus direitos, quando essa violação afeta diretamente o seu grupo.

De acordo com Denise Jodelet (1989), a explicação desse fenômeno é devido à necessidade de pertencimento social: a forte ligação emocional com o grupo ao qual pertencemos leva-nos a investir nele nossa própria identidade. Com isso defendemos ao grupo que nos identificamos e, sem perceber, excluímos quem não se encaixa a ele e mantemos o distanciamento psicológico em relação aos excluídos. De acordo com os processos psicossociais de exclusão moral, as pessoas com quem não nos identificamos são julgadas de forma mais severa.

O papel do branco quando se trata de desigualdade racial e da época de escravidão é de bastante omissão e silêncio e isso ocorre devido a um forte componente narcísico (“Freud identifica a expressão do amor a si mesmo, ou seja, o narcisismo, como elemento que trabalha para a preservação do individuo e que gera aversões ao que é estranho, diferente.”), observa-se que se coloca o grupo branco sempre como um grupo de referência da condição humana.

Outro fator importante quando se estuda as relações raciais brasileiros é o medo. Azevedo afirma que o objetivo do branqueamento é baseado nesse fator, é uma forma que a elite branca encontrou no final do século passado a fim de resolver o problema de um país ameaçador, onde a grande maioria era formada de uma população negra. Uma forma encontrada pelo Estado brasileiro para resolver esse “problema” foi criar uma política de incentivo a imigração europeia.

Com essa imigração houve o encontro dos europeus com os negros, Fanon (1980), explica um pouco do medo dos europeus em relação aos negros: o principal medo era o da sexualidade, baseada em princípios religiosos, onde a igreja condenava pesadamente a sexualidade, esta dimensão sexual era projetada nos negros

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