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Psicologia, Uma Nova Introdução

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Por:   •  29/4/2013  •  3.233 Palavras (13 Páginas)  •  1.922 Visualizações

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FIGUEIREDO, Luís Cláudio Mendonça; SANTI, Pedro Luiz Ribeiro de. Psicologia, uma nova introdução: uma visão da psicologia como ciência. 3. ed.. São Paulo: EDUC, 2011. 104 p.

O livro Psicologia uma (nova) introdução trata da exposição sintetizada de uma visão panorâmica e critica da psicologia contemporânea. Traz um conjunto de informações sobre o a história da psicologia.

Os autores expressam a complexidade em tornar a psicologia uma ciência independente devido à particularidade do seu objeto de estudo que esta atrelado ao conhecimento de outras ciências, nos dias atuais ainda figura essa necessidade de relações das ciências com a psicologia científica. Asseguram que para conhecer cientificamente o “psicológico”, são necessárias duas condições primordiais que são a experiência muito clara da subjetividade privatizada que trata dos sentimentos das pessoas em relação a suas experiências íntimas e únicas, onde mais ninguém possa ter acesso a elas, o seu eu, isto é altamente valorizado por que através disto o desejo de liberdade e decisão esta assegurado.

A experiência da crise de subjetividade se apresenta quando começamos a desconfiar e questionar essa liberdade e individualidade. A subjetividade moderna resulta de amplas transformações pelas quais o homem tem passado em sua história, datando-a dos últimos três séculos. O sujeito moderno teria se constituído na passagem do renascimento para a idade média e sua crise viria se consumar no final do século XIX, o Renascimento apresenta um homem que tem uma perda de referência, mais um período rico em variedade de formas de conhecimentos, um homem cada vez mais valorizado e sua inserção como o centro do mundo acabam por dar surgimento ao humanismo moderno.

Descartes é tomado como inaugurador da modernidade, no sentido que ele marca o fim de todo um conjunto de crenças que fundamentam o conhecimento, dessa maneira ele contribui para que o homem moderno siga o ditame de seu conhecimento usando os preceitos do método correto que segundo Bacon fundador do empirismo moderno a experiência subjetiva alinhada ao método seria a forma correta para se livrar do erro e produzir conhecimentos filosóficos e científicos.

Em meio a tantas transformações pela qual passa este homem ele começa a construir novas alternativas de viver neste novo contexto. A crise da modernidade e da subjetividade moderna começa com a desconfiança da soberania do “eu” onde ele seria muito mais efeito de suas experiências do que senhor de suas experiências, questionando-se todo conhecimento produzido por este até então considerado senhor absoluto.

Faz-se necessário observar com proficiência os fatores subjetivos para que o homem possa ser o objeto de estudo dessa ciência. No entanto há um novo olhar descrito pela filosofia de Nietzsche que leva a indagar as verdades irrestritas deste homem, pois nossas crenças e valores estão comprometidos com a perspectiva em que nos colocamos a cada instante, e que são meras ilusões a concepção que temos de liberdade e individualidade.

A influência da existência de um sistema social e econômico que de início era uma produção efetuada para atender as necessidades de quem produz e também de troca, se estende depois para produzir aquilo que está mais capacitado, apresenta indícios da subjetividade privatizada, o mercado cria inevitavelmente a ideia de que o lucro de um pode ser o prejuízo do outro, abrindo assim um precedente para que o sujeito sinta-se livre, consumindo e alugando sua força de trabalho em troca de um salário, e essa liberdade se apresenta de forma incerta e muitas vezes negativa, pois com a perda do apoio do social do grupo o individuo percebe que a liberdade traz consigo inconvenientes.

Contudo desenvolveram-se nos séculos XVIII e XIX na cultura ocidental duas formas de pensamento que refletem as experiências da subjetividade privatizada em sociedade mercantil em pleno desenvolvimento: a ideologia liberal iluminista, os homens são iguais em capacidades e devem ser iguais em direitos. Todos devem ser solidários uns com os outros, sem renunciar a essa liberdade. No Romantismo do início do século XIX reconhece-se a diferença entre os indivíduos, e a liberdade é exatamente a liberdade de ser diferente. Apesar de todos serem diferentes e únicos é possível buscar uma comunicação entre esses seres diferentes.

Na busca de reduzir os “inconvenientes” da liberdade, das diferenças singulares, que se foi instalando um sistema de docilização, de domesticação dos indivíduos, sistema que coloca em risco tanto as ideias liberais quanto as românticas. Esse sistema que envolve a elaboração e aplicação de técnicas “científicas” de controle social e individual será chamado Regime Disciplinar ou, mais simplesmente, “Disciplinas” e pode ser encontrado facilmente na prática de todas as grandes agências sociais, como as escolas, as fábricas, podemos dizer que esse regime disciplinar passa a ser o regulador das ações do homem e acaba interferindo em sua experiência de subjetividade privada algumas vezes ampliando este espaço e em outras ditando como manifestar-se.

A crise da subjetividade se manifesta quando se descobre que a liberdade e a diferença são em sua maioria ilusórias. Com isso, claramente percebemos que a crise da subjetividade privatizada, acaba por induzir o homem a pensar acerca das causas e do significado de tudo aquilo que faz, e em face de todas transformações por qual atravessa se vê obrigado a construir referências internas e a buscar em sua própria consciência uma resposta para suas questões, tornando assim participante ativo na sociedade dando espaço para que a sua subjetividade privada se desenvolva apareça como precondição para que a ciência psicológica apareça e consiga alcançar seus objetivos de forma assertiva.

A experiência de subjetividade privatizada é onde a individualidade se apresenta com vivências e decisões próprias, munindo assim de material a psicologia científica para que ela possa desenvolver suas atividades, as várias transformações históricas por qual passou o homem influenciam a subjetividade privatizada da ideologia liberal iluminista onde a ideia de que todos os homens são iguais em capacidade e devem ser iguais em direito, e mais tarde o romantismo que reconhece a diferença entre os indivíduos e considera que a liberdade é exatamente a de ser diferente, todas essas modificações acabam por dar princípio a um regime disciplinar que regule as relações e isto acaba por colocar em questionamento a autonomia dos indivíduos. No momento da crise da subjetividade privatizada onde a suspeita de que toda individualidade e singularidade são ilusórias surge a psicologia como condição para nortear este sujeito

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