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Psicologia como ciência - a crise da subjetividade é privatizada De acordo com Mendes Junior

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Por:   •  21/3/2014  •  Seminário  •  702 Palavras (3 Páginas)  •  577 Visualizações

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Psicologia como ciência – a crise da subjetividade privatizada

Por Mendes Júnior

Uma questão interessante que, por certo, merece destaque no estudo do surgimento da psicologia como ciência no século XIX, na minha opinião, trata-se da subjetividade privatizada. No excelente trabalho Psicologia – uma (nova) introdução, dos professores Luís Cláudio Mendonça Figueiredo e Pedro Luiz Ribeiro de Santi, deparamo-nos com duas condições (fundamentais) para o conhecimento científico da psicologia: uma experiência clara da subjetividade privatizada e a experiência da crise desta mesma subjetividade. Mas o que vem a ser a subjetividade privatizada? Pelo que percebemos, estamos falando da nossa individualidade, dos nossos desejos, do nosso “eu”, enfim, daquilo que está dentro de nós e que somente nós temos contato. E quanto à crise? Bem, estaríamos diante das transformações culturais ao longo dos anos, tais como religiosidade, arte, valores, costumes etc., determinando, de certa forma, a subjetivação e a individualização. Mas é aqui que o homem percebe que conceitos como liberdade, individualidade e igualdade não passam de meras ilusões. Há uma perplexidade, inclusive quando descobre não existir muita diferença entre os homens.

No entanto, importa ressaltar – e o contrário seria difícil de entender –, que as transformações supracitadas se deram no seio da sociedade, socialmente, politicamente e economicamente, e somente a partir do reconhecimento da instância individual do homem dentro desta mesma sociedade é que a psicologia é aceita como ciência. Mas para isto estamos falando de três séculos: do Renascimento à Idade Moderna, e, durante este longo período, o homem chega a ser valorizado, diante da concepção de que ele seria o centro do mundo e totalmente livre para trilhar seu caminho (e Deus?), até a crise da soberania do “eu”.

Abordando de forma sucinta cada época, podemos afirmar que no Renascimento a figura de Deus parece ter se distanciado e se colocado sobre o mundo, fazendo com que o homem passasse a controlar a natureza. Há, portanto, uma valorização do homem, nascendo, por sua vez, o humanismo moderno. Um assunto, a meu ver, de extrema importância é que aqui surge a filosofia grega do ceticismo, para a qual era impossível ao homem um conhecimento seguro do mundo. Em suma: o homem começa a criticar e duvidar do próprio homem. Além do mais há um nascente individualismo, que acaba produzindo reações: racionalistas e empiristas, que, de acordo com os professores supracitados, tratam de estabelecer bases novas e mais seguras para as crenças e ações humanas.

A partir de então, a figura do homem volta a se sujeitar a uma ordem superior, ocorrendo a desvalorização da própria individualidade e o conflito da liberdade, conforme já anunciamos acima. Esta tal superioridade parte da religião (Reforma e Contra-Reforma), e o indivíduo passa a ser devidamente controlado. Buscamos, com isso, apenas retratar, mesmo que de forma rasteira, as fases pelas quais passaram a subjetividade privatizada.

Dando um salto até a modernidade, não esquecendo, é lógico, da idéia cética, o “eu” deixa de ser soberano. Mas por quê? Surge a problematização da crença em conhecimentos absolutos, e isto perpassa

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