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Psicologia sociocultural

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Por:   •  18/8/2014  •  Tese  •  1.728 Palavras (7 Páginas)  •  319 Visualizações

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PSICOLOGIA SOCIAL – 2006

Profa. Miriam Aparecida Herrera Fernandes

PSICOLOGIA SÓCIO – HISTÓRICA

“Nada do que foi será

De novo do jeito que já foi um dia

Tudo passa, tudo sempre passará

A vida vem em ondas como o mar

Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é

Igual ao que a gente viu a um segundo

Tudo passa o tempo todo no mundo

Não adianta fugir, nem fingir para si mesmo

Agora, há tanta vida lá fora

Aqui dentro, sempre

Como uma onda no mar,

Como uma onda no mar.” (Nelson Mota)

História:

A Psicologia Sócio – Histórica nasce no Brasil, e especificamente na Psicologia da PUC- SP, a partir da década de 80.

Constitui uma nova abordagem à Psicologia e não à Psicologia Social, por pressupor que toda a Psicologia deve ser social. Surge para contrapor-se a uma Psicologia fundada nos princípios do liberalismo.

Apesar de se ter detectado uma crise da Psicologia Social na década de 60, ainda nos meados da década de 70 seu ensino estava pautado na Psicologia Social dos EUA. Seu objetivo era levar o aluno a manipular variáveis que determinam, influem e caracterizam o comportamento social. O conceitual básico era: a percepção, a motivação, a comunicação, atitudes e mudanças de atitudes e a socialização e os autores americanos Newcomb, Secord & Backman, Asch, Festinger (americanos) e o brasileiro Aroldo Rodrigues.

Dentro de uma perspectiva crítica da Psicologia Social que se inicia, em 1977 introduz-se duas concepções novas na época: a promoção de saúde e a psicologia comunitária.

A partir da década de 80, instalam-se linhas de pesquisa ou de reflexão identificada como “Psicologia Marxista” ou “Psicologia Dialética” ou ainda “Psicologia Materialista Dialética”. Criou-se a Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) que se propunha a construir uma Psicologia Social em bases materialista-históricas e voltadas para trabalhos comunitários. Também redefinem-se os Conselhos Regionais de Psicologia e, a partir da década de 90, o Conselho Federal de Psicologia passa por reformulação no que se refere à sua representatividade e relação com os Conselhos Regionais.

Várias categorias/conceitos nortearam linhas de pesquisa como: representações sociais; consciência; identidade; atividade; subjetividade; emoção/afetividade; significado/sentido; mediação. Como principais autores: Berger/Luckmann, Moscovici, Lane, Marx/Engels, Leontiev, Heller, Ciampa, Vigotski, Habermas, Foucault, Goffman, González-Rey, Dejours, Vasquez, Cheptulin, Luria, Sawaia, Spink, Wertsch. Atualmente há uma ênfase sobre o estudo da exclusão social e das emoções enquanto constitutivas da consciência do homem.

A Psicologia Sócio – Histórica: uma perspectiva crítica em Psicologia:

O marco da instituição da psicologia enquanto ciência data do ano de 1875. As condições para a construção da Psicologia encontram-se, portanto, no século XIX. É nesse período que a burguesia moderna ascende enquanto classe social. As transformações daí decorrentes são consideradas condições históricas para o surgimento da ciência moderna e posteriormente da Psicologia..

A ênfase na razão humana, na liberdade do homem, na possibilidade de transformação do mundo real e a ênfase no próprio homem foram características do período de ascensão da burguesia. Surge a ciência moderna: experimental, empírica, quantitativa. Também, positivista, porque se constituiu como sistema baseado no observável; racionalista, pela ênfase na razão; mecanicista, porque se pautou na idéia de funcionalismo regular do mundo, guiado por leis que poderiam ser conhecidas; associacionista , porque se baseou na concepção de que as idéias se organizam na mente de forma a permitir associações que resultam em conhecimento; atomista, pela certeza de que o todo é sempre o resultado da organização das partes; e determinista, porque pensou o mundo como um conjunto de fenômenos que são sempre causados e essa relação de causa-efeito pode ser descoberta pela razão humana.

As várias perspectivas teóricas, no entanto, parecem ocorrer no “balanço do pêndulo”: interno/externo; psíquico/orgânico; comportamento/vivências subjetivas; natural/social; autonomia/determinação etc. A questão é que em qualquer dos lados do pêndulo, a compreensão do fenômeno psicológico é incompleto, pois fica sempre faltando o outro lado. Esses elementos são a contradição presente no fenômeno psicológico; enquanto não assumirmos esse movimento existente no interior do próprio fenômeno, não avançaremos em sua compreensão.

A Psicologia Sócio-Histórica, baseada na Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski (1896-1934) apresenta-se como uma possibilidade de superação dessas divisões dicotômicas. Para tanto, baseia-se, também, no marxismo e adota o materialismo histórico e dialético como filosofia, teoria e método. Assim, concebe o homem como ativo, social e histórico. A sociedade, como produção histórica dos homens que, através do trabalho, produzem sua vida material. As idéias como representações da realidade material. A realidade material, como fundada em contradições que se expressam nas idéias. E a história, como o movimento contraditório constante do fazer humano, no qual, a partir da base material, deve ser compreendida toda a produção de idéias, incluindo a ciência e a psicologia.

A partir desses princípios a Psicologia Sócio-Histórica desenvolve os seguintes aspectos:

1. O primeiro aspecto é o abandono da visão abstrata do fenômeno psicológico e a crítica a ela.

A organização feudal – baseada na existência de uma hierarquia no universo; um mundo pensado como estável, ordenado e organizado pela vontade divina. Em contraposição, o liberalismo, ideologia fundamental do capitalismo, tem como um de seus elementos centrais o individualismo. O capitalismo precisa do indivíduo como

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