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Psicologia uma abordagem centrada no ser humano

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Por:   •  10/9/2014  •  Seminário  •  3.035 Palavras (13 Páginas)  •  330 Visualizações

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Psicologia/3º Semestre

Professor: João Vitor Moreira Maia

Disciplina: Fenomenologia e Humanismo II

Trabalho: Abordagem Centrada na Pessoa

Lenise Fernandes Silva

Ubajara- Ce

“[...] Quando se encontra a pessoa que é a chave de tudo, a ‘resposta’, ‘esse é meu guru’, etc., essa é a hora de afastá-lo dessa posição [...]”.

(Rogers, 1979, p.118).

“A experiência mostrou-me que as pessoas têm fundamentalmente uma orientação positiva”

(Rogers, 1991, p.38).

Segundo Moreira em seu livro De Carl Rogers a Merleau-Ponty, o surgimento da abordagem humanista foi em meados do século XX, em que ela propõe-se a combater os supostos intelectualismos da psicanálise e o mecanicismo do behaviorismo, postulando uma visão globalizante do ser humano que enfatiza a vivência das emoções. Entretanto, a partir da preocupação prioritária com a experiência, a teorização ficou freqüentemente em segundo plano, fato pelo qual as abordagens psicoterápicas humanistas têm sido acusadas de ter como metodologia somente a subjetividade e a intuição. Interpretações errôneas da ênfase na vivência, associadas à ações irresponsáveis de profissionais que não possuem uma preparação necessária, acabam que fomentando algumas dessas acusações, disse Moreira.

Inserindo-se na corrente da Psicologia Humanista, a Abordagem Centrada na Pessoa desenvolve-se a partir da década de 40 nos Estados Unidos da América. Como reação às práticas e aos modelos teóricos que então dominavam a Psicologia e a psicoterapia (Comportamentalismo e Psicanálise), Carl

Rogers (1902-1987) traz para a psicoterapia uma diferente perspectiva do Homem e, consequentemente, uma forma diversa de encarar a pessoa que pede ajuda e a relação terapeuta/cliente – uma abordagem não-diretiva da relação terapêutica.

Os autores da abordagem humanista despreocuparam-se do fundamento teórico-filosófico de seus pensamentos, argumentando serem abordagens experienciais, o que vem ser associado ao “fetiche da vivencia” (Darwin, 1985), relacionado com explicações pouco sérias em nome da psicoterapia humanista. (Moreira,2012). Surgida em meados do século XX, a fenomenologia e o existencialismos produziram um efeito importante no pensamento psicológico europeu, nos anos 50 e 60 houve aproximações fenomenológicas e existenciais aos problemas psicológicos, usando então o termo da fenomenologia psicológica, para referir-se à fenomenologia como um método aplicado aos problemas de natureza psicológica, e como um procedimento especifico para explorar a consciência. Os dados fenomenais, como pensamentos e imagens seriam aceitos e descritos tal como são experiênciados, sem nenhum pressuposto ou transformação. O conhecimento passado e tendências teóricas devem ser mantidas “entre parênteses”, para possibilitar a visão pura do mundo fenomenal (Moreira 2007). Ainda em (Moreira 2007) é apresentado por Boris (1987), alguns aspectos que dão bases à fenomenologia existencial, são: a ênfase na vivencia do presente, a valorização dos sentimentos, a refutação de explicações causais, uma visão holística do homem,

a respeito à pessoa, o reconhecimento da totalidade e da unicidade do outro; a ênfase na relação humana como forma de crescimento, entre outros. Tendo isso por base, posso comentar que para Boris a experiência das emoções é o que conta, mesmo assim, não podemos reduzir o homem apenas como experiência. O ser humano também é uma relação, uma relação com o outro, dizia Boris.

Na busca por uma fundamentação para abordagens psicoterápicas humanistas, dentre elas a ACP (que mais a frente vou comentar) e a Gestalt-Terapia, buscou-se as filosofias de Buber, Nietzsche e Merleau-Ponty. Em seu livro Eu-Tu, afirma a existência de duas formas de ser no mundo, que se alteram durante a existência humana, que são as atitudes Eu-tu e Eu-isso. Essas não são dois modelos diferentes de homem, mas duas posturas presentes em todos nós, em nossa relação com o outro, com o mundo e as coisas. A atitude Eu-Tu é onde o homem integra-se totalmente com o mundo deixando de lado algumas peculiaridades e contradições individuais. Os aspectos essenciais da relação Eu-Tu são: a reciprocidade (ato mutuo entre duas pessoas), a presença (momento da reciprocidade), imediatismo (aqui e agora), responsabilidade (entendida como a capacidade de responder).

Advincula (1991) citada no texto de Moreira (2007), traça um paralelo entre o conceito de tendência atualizante em Rogers e vontade de potência em Nietzsche. Vê na filosofia de Nietzsche um fundamento para a concepção de natureza humana, que norteia a abordagem humanista, a partir da

sintonia com a vida, ponto básico de união entre os dois pensamentos. Tanto Rogers como Nietzsche, defendem que o homem plenifica na medida em que experimenta a vida intensamente, e que suas reflexões sejam resultado dessas vivências.

Outra fundamentação foi em Merleau-Ponty, em que primeiro para que se dê a fundamentação é preciso descentrar o homem, para que assim a fenomenologia cumpra seu objetivo. Não há espaço para dicotomias, para divisões, mais o homem tem que ser compreendido em constituição com o mundo, o homem como Ser no mundo e como tal, fenômeno em mutua constituição com o mundo, o que é diferente das outras teorias, porém, não mais fácil (Moreira 2007).

O atendimento psicoterápico humanista é um processo de significar o que de alguma forma ficou bloqueado, e não consegue mais seguir sozinho. Quando a pessoa vê diferente ela se transforma, e passa a ver o mundo de forma diferente (Amatuzzi, 2010).

Amatuzzi diz que a psicoterapia está ligada a compreender, a interpretar o sentido daquilo que o outro me diz; baseia-se na fala e na escuta, na relação de intersubjetividade, afetividade e intuição. Na psicoterapia humanista é usado um diálogo autêntico, que tem de fato em mente o outro na sua presença e na sua maneira de ser, buscando estabelecer entre o terapeuta e o cliente uma reciprocidade viva (Amatuzzi 2012). A reciprocidade é o fundamento mais importante da psicoterapia humanista. Essa relação entre terapeuta e cliente pode ser falada ou silenciosa. A palavra silenciosa ocorre antes da

vocalização, significa afetação, e dependendo da forma de como se dê essa afetação, a mesma exigirá uma resposta, e esta exige de mim uma responsabilidade, que só ocorre no responder verdadeiro.

Na

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