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Psicose

Artigo: Psicose. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  20/3/2015  •  1.621 Palavras (7 Páginas)  •  1.157 Visualizações

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1 Introdução

Este trabalho tem como proposta apresentar a definição da psicose e o tratamento possível, abordando uma discussão sobre as possibilidades de tratamentos das psicoses a partir das vertentes estudadas na disciplina de Teorias da personalidade ll.

Foram realizadas consultas a artigos, livros relacionados ao tema, para melhor explorar o transtorno psicótico e seus sintomas como também as dificuldades enfrentadas pelo profissional e paciente no tratamento da psicose através da psicanalise.

Se quiser acrescentar algo mais a introdução fique a vontade

2 Definição de psicose

2.1 O que é psicose

As síndromes psicóticas caracterizam-se por sintomas típicos como alucinações e delírios, pensamento desorganizado e comportamento claramente bizarro, como fala e risos imotivados (Janzarik, 2003). Os sintomas paranóides são muito comuns, como idéias delirantes e alucinações auditivas de conteúdo persecutório. Em alguns casos, observa-se uma desorganização profunda da vida mental e do comportamento, de qualidade diversa à que ocorre nos quadros demenciais, no delirium ou nos quadros de retardo mental grave (Schimid, 1991). Um paciente psicótico tende a perder o contato com a realidade, sem ser regido pelo princípio de realidade, e viveria predominantemente sob a égide do princípio do prazer e do narcisismo. Pacientes psicóticos tipicamente têm insight prejudicado (precária consciência da doença) em relação aos seus sintomas e à sua condição clínica geral (Dantas; Banzato, 2007).

Citaremos a seguir, algumas das principais psicoses.

2.2 Esquizofrenia

A principal forma de psicose, por sua freqüência e sua importância clínica, é certamente a esquizofrenia (Tsuang; Stone; Faraone, 2000). Considera-se que alguns sintomas são muito significativos para o diagnóstico da esquizofrenia (Tandon; Greden, 1987), particularmente aqueles que Kurt Schneider (1887-1967) denominou ‘’sintomas de primeira ordem’’ que são (percepção delirante, alucinações auditivas características, eco do pensamento ou sonorização do pensamento, difusão do pensamento, roubo do pensamento, vivências de influência na esfera corporal ou ideativa e os ‘’sintomas de segunda ordem’’ (perplexidade, alteração da sensopercepção, vivências de influência no campo dos sentimentos, impulsos ou vontade, vivência de empobrecimento afetivo, intuição delirante e alterações do ânimo de colorido depressivo ou maniatiforme.

Entre outras psicoses, estão elas: síndrome negativa ou deficitária, síndrome positiva ou produtiva, síndrome desorganizada com predomínio de desorganização mental e comportamental, transtorno delirante (paranóia), esquizofrenia tardia (parafrenia) e psicoses breves, reativas ou psicogênicas.

2.3 O desejo Inconsciente

Entendemos o desejo como um impulso psíquico orientado à busca do prazer (e a conseqüente evitação do desprazer). Ilustremos isso com um exemplo bastante corriqueiro, o que acontece quando nos faze um convite especial para experimentar um determinado prato. Podemos achá-lo agradável ou desagradável segundo a tácita comparação que estabelecemos com o que são nossos gostos. Assim, ainda que pudéssemos achá-lo delicioso, sempre teremos a sensação de que já experimentamos algo melhor ou, pelo menos, de que algo lhe falta para alcançar a perfeição exigida. Invariavelmente nos lembraremos de pratos melhores se aquele que nos é oferecido se distancia de nossas preferências.

A insatisfação latente, presente inclusive nas melhores mesas, torna-se evidente se nos detivermos em um tema habitual, ou seja, falando, ao comer, de outras iguarias que provamos em ocasiões diferentes. Ocorre como se já soubéssemos, de forma mais ou menos velada, que não é possível alcançar um certo ideal e que nosso desejo está condenado a permanecer, de alguma forma, insatisfeito. Quando se diz ‘’antigamente era melhor’’, isso encontra aqui plena expressão.

Partindo para um plano teórico, Freud afirma algo parecido quando se refere ao circuito que realiza o desejo. Postula que o latente, ao perceber suas necessidades internas – a fome, por exemplo -, chega ao conhecimento de uma experiência de satisfação no momento de ser alimentado e de fazer cessar, por conseguinte, seu estado de necessidade. Esta experiência determina o aparecimento de uma marca ou imagem mnêmica que registra o acontecido. Quando novamente surgir a necessidade, se fará presente um impulso tendendo a repetir a experiência anterior de satisfação; eis aqui o desejo. A realização do desejo se produziria no caso em que seu objeto, codificado na marca mnêmica da satisfação anterior, pudesse ser colocado em jogo, ser reativado ou reencontrado na experiência, determinando uma identidade de percepção. Freud supõe que, num estágio primitivo da evolução, o bebê alucinaria a presença do objeto desejado transferindo a totalidade da carga do impulso sobre a marca mnêmica responsável.

Os fenômenos de psicose alucinatória configuram a expressão mais aproximada desta eventualidade.

Mas o desenvolvimento mental ensinaria ao indivíduo a impossibilidade de alcançar o objeto desejado, já que corresponde a uma experiência inefável que, por esse motivo, adquire caráter mítico. Na realidade, o processo do pensamento supõe a busca de algo que se assemelhe à marca mnêmica originária; desta maneira, segundo Freud, pode-se substituir a atividade alucinatória na medida em que o Eu, graças a capacidade de pensar, desenvolve sua capacidade inibitória sobre a atividade do desejo.

Na medida em que a interdição importa à livre expressão do desejo, se estrutura como censura, o mesmo permanece recalcado, sob forma estável, a um estado insonsciente. O processo primário, próprio da dinâmica do sistema inconsciente, rege o movimento do desejo enquanto que sua superestrutura, no sistema pré-consciente, impõe as regras de adequação à realidade, organizando, deste modo, o processo secundário.

Ambas as séries paralelas permitem a seguinte ordem:

Processo primário:

- Identidade de percepção, desejo.

- Sistema Inconsciente

- Princípio do prazer – desprazer

Processo secundário:

- Identidade de pensamento juízo

- Sistema pré-consciente – consciente

- princípio da realidade

Deduz-se do que foi dito que no inconsciente na há percepção possível do tempo enquanto permanece vigente a tendência de restaurar, como experiência atual, a primitiva marca mnêmica inconsciente que nos permite assim, definir esta ocorrência como intemporal. É no sistema pré-consciente que se impõe a noção do tempo ao se distinguir por meio do pensamento, o passado do presente. O distúrbio neurótico (como representante típico do conflito psíquico evidente em qualquer quadro psicopatológico), enquanto expressa alguma injunção do desejo inconsciente, contém, em sua configuração, a alternativa de repetir ao longo da história de um sujeito, modalidades de expressão em que se reiteram intemporalmente antigas aspirações.

As descontinuidades do fluxo da consciência às quais nos referimos anteriormente, se devem, no caso dos sintomas, a algo do desejo que se expressa sem mediação do processo secundário, acarretando para o sujeito uma lembrança ou sensação estranha não reconhecível como própria. Pelo contrario, o caso dos esquecimentos, ausências, insônias, etc., ressaltam o fato de que o processo secundário deve dispor de grande parte de seu caudal de energia psíquica para evitar que se tornem conscientes determinados desejos conflituosos, razão pela qual se subtrai do pensamento consciente parte de sua possibilidade expressiva ou intelectiva.

Já dissemos que os diversos problemas psicopatológicos se manifestam como mecanismos especiais pelos quais o desejo consegue se realizar: na psicose, a realização do desejo ocorre de forma angustiante devido a sobrecarga maciça da marca mnêmica inconsciente que é percebida de forma alucionatória, como procedendo do exterior (aqui, os extremos se encontram, pois tanto pode-se pensar que o desejo se concretiza, como se aborta no momento de se por em jogo). Nas perversões, o desejo se realiza de modo indisfarçado, como expressão aberta da busca do prazer do objeto, num movimento que exclui qualquer alternativa de gozo. Nas neuroses, o desejo é limitado na sua possibilidade de descarga pela repressão, que afasta sua chance de tornar-se consciente; uma falha relativa do mecanismo de defesa permite que o resultado de uma transação chegue à consciência, onde parte do desejo se impõe no sintoma neurótico. Seria na neurose obsessiva, o impulso ou a compulsão absurda de executar atos com um caráter ritualístico ou, no caso das fobias, a imposição ao sujeito da presença de algo muito temido, a que se deve evitar. O sistema pode, inclusive, se confinar noutro extremo da polarização psique-soma, já que o corpo pode apropriar-se, como na conversão histérica, da representação erógena do desejo proibido.

3 Possibilidades de tratamento a partir da Psicanalise

Como direcionar uma tratamento clinico com indivíduos psicóticos que possuem uma forma muito particular de se relacionar com o ambiente?

O tratamento pode ocorrer em ambulatórios, enfermaria, residência terapêutica, centro de atenção psicossocial (CAPS), entre outros. Por muito tempo o tratamento a pacientes em sofrimento grave psíquico foi direcionado a os hospitais psiquiátricos, onde retirava totalmente estes pacientes do convívio social, tendo assim um tratamento mais brusco e de longo prazo.

Iremos aborda um tratamento pautado em um modelo mais moderno de atendimento a esses pacientes, pois o tratamento psicanalítico vai além dos consultórios, o modelo modificou-se mais não os princípios. Como na fala de Freud fazendo alusão a novas mudanças no método psicanalítico:

“Defrontar-nos-emos, então, com a tarefa de adaptar a nossa técnica às novas condições. (...) No entanto, qualquer que seja a forma que essa psicoterapia para o povo possa assumir, quaisquer que sejam os elementos dos quais se componha, os seus ingredientes mais efetivos e mais importantes continuarão a ser, certamente, aqueles tomados à psicanálise estrita e não tendenciosa”

Quando se fala de tratamento em pacientes psicóticos, já vem à ideia de medicações antipsicoticas, por isso inicio falando as questões da relação entre a clinica psicanalista e a clinica psiquiátrica, no entanto a psiquiatria é anterior á psicanalise que ainda se utiliza a sonografia da psiquiatria como bem tenta superá-la.

Na psiquiatria o diagnostico é feito por medição de déficit, de dissociação, de não funcionamento de certas funções mentais, porem nos dias de hoje já não é mais possível trata a psicose nestes termos. Lacan e Freud diz que o sintoma tem um sentido além das difusões orgânicas, pois tem uma ligação com a historia de vida do sujeito, então a partir dai o sintoma só existe se falado pelo paciente.

Lacan a ponta uma questão preliminar de todo tratamento de psicose, para que seja retirado todo vinculo da psiquiatria ou da pratica psicoterapeuta, se faz necessário uma ação chamada de manobra de transferência. Esse termo em francês é maniement, termo que adquiriu um sentido de administração da transferência,

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