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Resenha Crítica : “A Mais Útil De Toda As Ciências” – Configurações Da Psicologia Desde O Renascimento Tardio Até O Fim Do Iluminismo

Por:   •  23/3/2023  •  Resenha  •  1.341 Palavras (6 Páginas)  •  280 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CAMPUS ILHA DO GOVERNADOR

HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

ALUNA: DAISY DE MEDEIROS NIEZGODA

RESENHA CRÍTICA

CAPÍTULO 2: “A MAIS ÚTIL DE TODA AS CIÊNCIAS” – CONFIGURAÇÕES DA PSICOLOGIA DESDE O RENASCIMENTO TARDIO ATÉ O FIM DO ILUMINISMO

FERNANDO VIDAL

O capítulofaz parte do livro “HISTÓRIA DA PSICOLOGIA: RUMOS E PERCURSOS”, organizado por Ana Maria Jacó Vilela Arthur Arruda Leal Ferreira e Francisco Teixeira Portugal. Trata do surgimento da Psicologia como ciência, das configurações e fatores que fizeram a psicologia no século XVIII - do Renascimento tardio até o fim do Iluminismo - se tornar uma disciplina universitária autônoma, com consistência e magnitude tal, que Mingard (1770) declara ser a psicologia “a primeira, a mais útil de as ciências, a fonte, a fundação de todas e o guia que conduz a cada uma delas.” Vidal salienta que, com esta passagem, Mingard estabelece relação entre a psicologia e o que ele considera serem as ciências, e, as questões que merecem nossa atenção. Também relaciona o conhecimento empírico da alma – adquirido pela observação e experiência – com princípios religiosos ou metafísicos sobre a natureza e a destinação da alma. Por último, atribui à psicologia um estatuto didático e prático superior às ciências. Vidal destaca também, que o artigo deixa implícito que a psicologia era singular epistemologicamente, pois revela-se como a única ciência cuja metodologia deriva do estudo de seu próprio objeto.

Situada pelos livros de história da psicologia no limbo de uma “pré-história” ou “pré-história científica”, e, ainda que no século XVIII, a psicologia não fosse uma profissão acadêmica - visto que tais profissões eram o direito, a medicina e a teologia – e, que, os outros ramos do conhecimento ensinados nas universidades eram subordinados a essas três faculdades consideradas superiores; esse foi o século da Psicologia e todo o cenário histórico legitimou o seu surgimento. A psicologia não era reconhecida como uma profissão, mas como disciplina – estrutura social e intelectual caracterizada pela existência de pessoas que se reconheciam como praticantes dela. Também existiam publicações, estudos, uma terminologia própria, além de estar presente no currículo acadêmico. Ensinada pela física, no estudo empírico da alma ligada ao corpo, e pela metafísica, no estudo da essência da alma, separada do corpo.

A psicologia empírica só teve início nos laboratórios da Alemanha no final do século XIX. Tudo o que foi produzido anteriormente a este período é considerado uma “pré-história” da psicologia, pertencente ao seu passado científico, não à sua história. Mas

Entende-se que no século XVIII a psicologia já buscava ser quantitativa, experimental e independente dos assuntos metafísicos ou teológicos. Muitos tentavam aplicar o raciocínio matemático ou os modelos físicos aos fenômenos mentais, combinando observações médicas e psicológicas, usando a fisiologia para explicar a interação entre mente e corpo. Portanto, se diz que ela foi “pré-científica” durante este período. Mesmo não tendo laboratórios, a psicologia era concebida como uma disciplina de pesquisa empírica comprometida com a perspectiva naturalista que excluía a alma como um princípio explicativo, ou seja, analisava o pensamento em relação com a sensação em lugar de remetê-lo à natureza da substância imaterial e imortal.

Em 1770, Christian Gottfried Shutz, discute a questão relativa à dificuldade da alma ser, ao mesmo tempo, observador e observado. Mesmo percebendo dificuldades nos métodos e utilizados, acaba por favorecer a integração dos três métodos: empírico – estabelecer fenômenos; analítico – desenvolver hipóteses, e sintético – derivar dedutivamente os fenômenos das hipóteses formuladas. Uma década depois, Jean Trembley defende a tese de que a psicologia deveria, assim como a física, se tornar experimental, por acreditar que o progresso da psicologia dependia de uso de métodos empíricos em combinação com a especialização.

No século da psicologia, em que todos falavam de entendimento humano, de comportamento; o problema da Psicologia é que cada autor queria criar um grande sistema, e nenhum conseguia ter profundidade. Ao final do século XIX, era preciso reconfigurar a psicologia acadêmica.

A palavra Psychologia popularizou-se inicialmente nos textos sobre alma usados nas universidades da Alemanha, na década de 1570, como um neologismo para introduzir os estudantes no sistema geral das ciências, enraizado intelectualmente no aristotelismo do método “escolástico” de raciocínio: sistematização dedutiva, formalismo lógico e rigor conceitual da controvérsia filosófica, doutrinal e religiosa.

De acordo com a definição aristotélica, um corpo animado, ou dotado de alma,, é capaz de realizar as funções que definem os organismos vivos. A alma era dotada de diferentes poderes ou faculdades:

• Vegetativa: incluindo nutrição, crescimento e reprodução;

• Sensível: incluindo os sentidos internos e externos, movimento físico,

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