Tecnicas projetivas

O processo psicodiagnóstico é um processo científico e, como tal, parte de perguntas específicas, cujas respostas se estruturam na forma de hipóteses que serão confirmadas ou não. Geralmente, temos um ponto de partida, que é o encaminhamento. Qualquer pessoa, que encaminha um paciente, o faz sob a pressuposição de que ele apresenta problemas que têm uma explicação psicológica. Por certo, o psicólogo precisa de mais dados sobre o caso para desdobrar a pergunta vaga de um leigo numa série de perguntas formuladas em termos psicológicos. Tais alternativas de explicação são hipóteses, que serão testadas através do psicodiagnóstico.

O psicodiagnóstico é um processo limitado no tempo. Esclarecidas as questões iniciais e definidas as hipóteses e os objetivos do processo, o psicólogo chega a conclusões e, conseqüentemente, pode prever o tempo necessário para realizá-lo. A duração de um psicodiagnóstico constitui uma estimativa do tempo em que pode realizar as tarefas implícitas pelo plano de avaliação, bem como completar as tarefas até a comunicação dos resultados, definindo papéis, obrigações e responsabilidades mútuas. O estabelecimento de um contrato de trabalho é variável, pois tanto depende da precisão das questões iniciais e dos objetivos, sintomatologia do paciente, da experiência do psicólogo e de seu estilo de trabalho. O psicólogo se compromete a realizar um exame, durante certo número de sessões, cada uma com duração prevista, em horário predeterminado. O contrato de trabalho deve envolver certo grau de flexibilidade.

O plano de avaliação é um processo pelo qual se procura identificar recursos que permitam estabelecer uma relação entre as perguntas iniciais e suas possíveis respostas. Antes do primeiro contato com o paciente, o objetivo do exame já está bem definido e as questões iniciais bem delimitadas. A entrevista faz parte do plano de avaliação.. O elenco das hipóteses deve ser norteado e delimitado pelo objetivo do psicodiagnóstico. Isto significa que nem todas as hi pótese levantadas devem ser necessariamente testadas. A opção por um instrumento específico, além de eventualmente ficar delimitada pelo objetivo do exame, deve levar em conta os fatores situacionais do paciente.

Bateria de testes é a expressão utilizada para designar um conjunto de testes ou de técnicas, que podem variar entre dois e cinco ou mais instrumentos, que são incluídos no processo psicodiagnóstico. A bateria de testes é usada por duas razões principais. Primeiramente, considera- se que nenhum teste, isoladamente, pode proporcionar uma avaliação compreensiva do individuo. Em segundo lugar, o emprego de uma série de testes envolve a possibilidade uma validade. Exitem as baterias padronizadas para avaliações específicas e as não padronizadas, que são organizadas a partir de um plano de avaliação. A bateria de testes inclui teste psicométrico e técnicas projetivas. No momento em que se estabelece um plano de avaliação e se organiza uma bateria de testes, o fator tempo deve ser levado em consideração.

O foco da testagem deve ser o sujeito e não os testes. Para que o psicólogo possa concentrar a sua atenção no paciente, é preciso estar perfeitamente seguro quanto à adequabilidade do instrumento para o caso em estudo e revisar as particularidades dos instrumentos e do paciente, estar bem familiarizado com as instruções e o sistema de escore, deve organizar todo o material antes do paciente participar do teste e saber manejar o material pertinente, e ter em mente os objetivos a que se propõe para a administração de cada instrumento. O psicologo deve tentar diminuir a ansiedade natural do paciente e levá-lo a uma atitude de cooperação.

O psicólogo não vai procurar nos testes a confirmação de dados situacionais ou históricos. As hipóteses levantadas servirão de critérios para a análise e seleção dos dados úteis, enquanto os objetivos