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Teoria e prática restrita

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Por:   •  16/5/2014  •  Tese  •  1.702 Palavras (7 Páginas)  •  249 Visualizações

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A Teoria e Prática dos Limites

A imposição de limites e a permissividade variam de acordo com a abordagem que o terapeuta utiliza. Em uma dessas abordagens, a permissividade diz respeito à aceitação de todo e qualquer comportamento tal como ele aparece independentemente de sua natureza (sádico, destrutivo, agressivo...). Em outra abordagem, a permissividade está relacionada à aceitação de todo comportamento simbólico, ou seja, a expressão dos desejos e fantasias é respeitada desde que seja feita através de palavras e brinquedos. Assim sendo, os impulsos destrutivos são redirecionados, pelo terapeuta, para substitutos simbólicos.

Com isso, o objetivo desse capítulo é oferecer critérios para a utilização de limites na ludoterapia, sugerir formas de aplicação de limites e indicar maneiras para que o terapeuta consiga lidar com a transgressão.

Critérios Básicos para os Limites na Ludoterapia

1 – os limites dirigem a catarse para canais simbólicos – desejos de assassinato, roubo, incesto e vandalismo podem ser aliviados simbolicamente em outros objetos inofensivos, o que por sua vez, capacita a criança a desenvolver formas mais saudáveis de lidar com esses impulsos.

2 – os limites possibilitam ao terapeuta manter atitudes de aceitação, empatia e respeito pele criança durante todos os encontros terapêuticos – o terapeuta deve respeitar seus próprios limites de tolerância e paciência a fim de manter seu papel de ego ideal e modelo de identificação.

3 – os limites garantem a segurança física da criança e do terapeuta na sala de brinquedos – comportamentos auto-destrutivos e agressivos dirigidos ao terapeuta devem ser proibidos com o objetivo de preservar a integridade física de ambos.

4 – os limites reforçam o controle do ego – devem ser utilizados os limites quando as crianças apresentam problemas de comportamento que são socialmente condenados. Espera-se, portanto, que o paciente consiga absorver e introjetar as leis e regras através de uma boa identificação com o terapeuta.

5 – alguns limites são fixados devido a ética, leis e aceitação social – para que a criança se adapte ás normas e costumes sociais é preciso que ela saiba respeitar e obedecer alguns limites imprescindíveis para a convivência social.

6 – alguns limites são estabelecidos devido a motivos financeiros – em geral, o material utilizado nas sessões de ludoterapia são caros e fáceis de serem estragados, por isso, é importante, que a criança conserve esse material.

Limites Terapêuticos e Restrições Familiares

Há grande diferença entre os limites terapêuticos e as restrições familiares. Geralmente pais e professores priorizam-se a impedir ações indesejáveis não em eliminar sentimentos negativos que motivam essas ações. As restrições geralmente surgem em momentos de discussões punitivas e inconscientes. A criança acaba chegando a conclusão de que seus atos, desejos, pensamentos e sentimentos são reprovados.

Os limites terapêuticos são fundamentais, pois ajudam as crianças com seus sentimentos e ações. O terapeuta permite expressões verbais e simbólicas mais limita atos indesejáveis. Os limites preservam o auto-respeito da criança, nunca são punitivos ou arbitrários. São oferecidos canais inofensivos para expressar seus sentimentos.

Os limites quando empregados terapeuticamente conduzem a uma aceitação voluntária por parte da criança; há a necessidade de inibir impulsos anti-sociais. A identificação com o terapeuta e com os valores que ele personifica ajuda a criança a adquirir poderes de auto-controle e auto-domínio.

Técnicas para a Determinação dos Limites

Na terapia e na vida, as crianças precisam ter noção do que é aceitável ou inaceitável. Se sentem mais seguras quando conhecem os limites do que lhes é permitido. Os limites devem ser determinados de forma a não deixar dúvidas na cabeça da criança do que é uma conduta inaceitável, tudo deve ser apresentado claramente a ela. Uma informação vaga deixa a criança confusa sobre o que é certo para tomar decisões.

Os limites devem ser impostos de uma maneira amigável, mais firme. Se apresentados de maneira rude, pode tornar-se um desafio para as crianças. Devem ser apresentados de forma a minimizar o surgimento de ressentimentos.

O processo de determinar limites deve transmitir a sensação de uma autoridade não punitiva e que está pronta para ajudar. O terapeuta tem como função reconhecer os sentimentos ou desejos da criança e ajuda-la verbalizá-los, determinar limites, apontar formas para que os sentimentos e desejos sejam exprimidos, auxiliar a criança e exteriorizar os sentimentos.

Os limites devem ser traduzidos em uma linguagem que não exprima desafio para o auto-respeito da criança, sendo estes melhor atendidos quando determinados sucinta e impessoalmente.

Limites Situacionais

Materiais, brinquedos e o ambiente físico da sala de brinquedos; devem ser planejados de forma que exerçam uma influência limitadora nas crianças. Comportamentos indesejáveis podem ser evitados tomando-se certos cuidados. Deve-se levar em conta a necessidade da criança em utilizar o espaço de forma saudável e segura, por isso devem ser tomados cuidados básicos para preservação e integridade da criança.

Limites Conducentes a uma Terapia Efetiva

*Limite de tempo: O estabelecimento de um limite de tempo é necessário na terapia infantil. Uma sessão de ludoterapia usualmente dura cinqüenta minutos.

O terapeuta diz a criança o limite de tempo, e perto do fim da sessão lembra-lhe que lhe restam apenas mais alguns minutos para brincar. Este lembrete é dado por respeito a criança, cujas as atividades não devem ser interrompidas muito abruptamente.

*Levar brinquedos para casa: Deve ser estabelecido um limite de que "todos os brinquedos devem permanecer na sala de brinquedos". Os brinquedos não podem ser levados para casa ou para a sala de espera. O limite quanto a levar brinquedos para casa aplica-se também a brinquedos quebrados.

*Quebras: Seus desejos destrutivos devem ser reconhecidos, refletidos e respeitados, mas os limites quanto à ação devem ser invocados e aplicados.

*Ataques físicos contra o terapeuta: A razão para esta proibição é a seguinte:

- garante a segurança física do terapeuta;

-

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