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Trabalho

Por:   •  2/12/2016  •  Monografia  •  1.419 Palavras (6 Páginas)  •  282 Visualizações

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Wilhelm Wundt

No inicio do desenvolvimento da psicologia como ciência, Wundt se destacou por ter determinado um objeto de estudo, metodologia para que essa tal ciência se formasse. Antes de chegar a Leipzig, em 1875, Wundt já tinha passado por quatro universidades: Tübingen, onde começou a estudar medicina; Heidelberg, onde se formou e depois lecionou por vários anos; Berlin, onde foi estudar fisiologia, logo após ter se formado; e Zurique, onde assumiu em 1874, pela primeira vez, um cargo de professor ordinário. Isso significa que ele já havia trabalhado em dois dos mais importantes institutos de pesquisa experimental do século XIX: em Berlin, sob a orientação de Johannes Müller e de Emil Du Bois-Reymond (1818-1896), e em Heidelberg, como assistente de Helmholtz (Wundt, 1920). Não foi, contudo, na Faculdade de Medicina que Wundt se tornou professor ordinário, mas sim na Faculdade de Filosofia: primeiro em Zurique e depois em Leipzig, ficou conhecido pela criação do primeiro laboratório de psicologia experimental dos fenômenos da consciência (1875), em Leipzig, fato que muitos consideram o marco da psicologia. Dentre todos os estudos de Wundt, formulou a teoria do conhecimento, da ética e da metafisica. A base teórica dele era a física.

Em toda sua vida, Wundt estabeleceu diversas metas, tendo como base três tarefas que deveria cumprir, a criação da psicologia experimental, da metafisica cientifica e a psicologia social. Outra meta era a criação de uma metafisica ou filosofia cientifica. Sendo assim, elaborou três obras: uma de lógica, uma de ética e uma de sistemas filosóficos. Além disso, escreveu dez volumes sobre psicologia social.

Em 1809, surgiu uma discussão sobre a psicologia experimental e a psicologia social. Essa discussão foi essencial para que Wundt soubesse separar uma da outra, pois para ele a psicologia era apenas a ciência natural. Com isso, percebeu que poderia resolver certos problemas com o suporte da filosofia.

A fundação do Laboratório de Psicologia Experimental faz parte dos esforços de Wundt para, de um lado, dar continuidade ao programa de pesquisa que ele tinha iniciado em Heidelberg; de outro, consolidar seu projeto de uma psicologia científica livre de especulações metafísicas a priori.  Wundt chegou em Leipzig, em 1875, já com uma longa experiência em laboratórios de pesquisa experimental. E muito embora tenha sido colocada à sua disposição, desde o início, uma pequena sala para que ele pudesse guardar seus aparelhos e instrumentos experimentais, foi somente a partir do segundo semestre de 1879, como ele próprio relata, que alguns estudantes começaram a realizar ali seus primeiros experimentos. Além disso, apenas quatro anos mais tarde é que o Instituto de Psicologia Experimental foi oficialmente reconhecido e listado entre os demais institutos daquela universidade, um fato de forma alguma incomum na tradição universitária alemã.

A organização e o funcionamento do laboratório obedeciam ao plano de trabalho esboçado por Wundt. As atividades eram de dois tipos: de um lado, um curso introdutório para os novatos, com duração de um semestre, cujo objetivo era familiarizá-los com os instrumentos, métodos e técnicas experimentais; de outro, as atividades especiais dos membros antigos. No início de cada novo semestre, Wundt se reunia com esses membros para fixar os temas a serem investigados, levando em consideração o interesse de cada um pelos respectivos assuntos. Em seguida, os participantes eram divididos em grupos, cada grupo ficando responsável por um tema. Mas a adesão a um grupo era voluntária e cada membro podia participar de mais de um grupo. Para cada um dos grupos assim constituídos, era designado um líder - em geral um membro mais antigo do instituto, que já tinha mostrado sua capacidade em semestres anteriores -, cuja função era preparar os experimentos e, sempre que possível, redigir o relato final para publicação. Para tanto, Wundt criou um periódico especial, inicialmente chamado Estudos Filosóficos (1883-1903) e, posteriormente, Estudos Psicológicos (1905-1918). Por fim, a abrangência das investigações realizadas no laboratório pode ser facilmente apreendida, se levarmos em conta suas principais áreas de pesquisa: intensidade das sensações, sensações táteis, psicologia do som, sensações de luz, gustação, olfação, percepções espaciais, curso das representações, estética experimental, processos atencionais, sentimentos e afetos, processos de associação e memória, etc.

Grande parte das investigações realizadas pelos estudantes de Wundt estava atrelada a teses de doutoramento que ele orientava. De acordo com o levantamento aproximado de Tinker (1932), a partir da fundação do laboratório, o número de teses psicológicas orientadas por Wundt foi maior do que as puramente filosóficas. Mas havia também pessoas que estudaram sem obter o referido título ou que queriam apenas conhecer mais de perto o trabalho ali realizado, sem falar nos inúmeros visitantes que lá estiveram.

Além de estudantes alemães, Wundt atraiu para Leipzig uma enorme quantidade de estrangeiros, que vinham das mais variadas partes da Europa e do mundo. É isso que confere a seu laboratório o título de "primeiro centro internacional de formação de psicólogos". De fato, ele orientou e treinou toda uma geração de psicólogos experimentais, que, de volta aos seus países de origem, fundaram novos laboratórios de psicologia, disseminando, de certa forma, o modelo wundtiano. Entre seus mais ilustres estudantes, estão figuras como Oswald Külpe (1862-1915), Emil Kraepelin (1856-1926), Hugo Münsterberg (1863-1916), Edward Titchener (1867-1927), James McKeen Cattell (1860-1944), Vladimir Bekhterev (1857-1927), James Rowland Angell (1869-1949) e Charles Spearman (1863-1945), muitos dos quais relataram posteriormente seu respeito e admiração em relação ao mestre (Baldwin, 1921; Titchener, 1921; Sokal, 1980). Portanto, o Laboratório de Psicologia Experimental de Wundt, não foi o primeiro da categoria mas certamente o mais importante na fundação da psicologia científica.

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