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ATENÇÃO AO ESTUDANTE DETECTADO PELO POTENCIAL INTELECTUAL MAIS ALTO

Tese: ATENÇÃO AO ESTUDANTE DETECTADO PELO POTENCIAL INTELECTUAL MAIS ALTO. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  19/8/2014  •  Tese  •  1.615 Palavras (7 Páginas)  •  240 Visualizações

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A ATENÇÃO AO ALUNO QUE SE DESTACA POR UM POTENCIAL INTELECTUAL SUPERIOR

Observa-se, no cenário internacional, um interesse crescente em atender de forma diferenciada os alunos que se destacam por um desempenho acadêmico ou potencial intelectual superior. Em países de distintos continentes, propostas educacionais vêm sendo implementadas, paralelamente à disseminação de informações relevantes a respeito de altas habilidades e condições que favorecem o seu reconhecimento, desenvolvimento e expressão. As propostas, em prática, refletem políticas educacionais que oferecem orientações para a ação, proporcionando o apoio à educação do superdotado

Entre os fatores que têm contribuindo para uma atenção crescente ao aluno que se destaca por um potencial superior, poder-se-ia citar o reconhecimento que vem ocorrendo em distintos países, tanto do oriente quanto do ocidente, das vantagens para a sociedade que possibilita aos estudantes mais capazes e talentosos a realização de suas potencialidades. Wu (2000), por exemplo, destaca que o interesse por esta área em Taiwan, surgiu do reconhecimento de que uma ilha com poucos recursos naturais, como é o caso daquele país, necessita desenvolver de forma intensa os seus recursos humanos e, entre estes, devem receber uma atenção diferenciada aqueles alunos que se sobressaem pelo potencial intelectual superior, com maiores chances de contribuir para o desenvolvimento daquele país. Também Gallagher (2000), ao justificar o interesse continuado pela educação do superdotado nos Estados Unidos, faz referência a um documento do Departamento de Educação desse país – America 2000 – no qual é apontada a necessidade de um largo contingente de indivíduos altamente talentosos, para que os Estados Unidos possam manter a sua liderança na indústria, educação superior, ciências, entre outras áreas, no presente século.

Um outro fator que tem também contribuído de forma significativa para ampliar o interesse pelo superdotado é a maior comunicação entre educadores e especialistas de diferentes países, que vêm se organizando em distintas associações, como o Conselho Mundial para o Superdotado e Talentoso, Eurotalent, Conselho Europeu para Alta Habilidade, e no Brasil, o Conselho Brasileiro para Superdotação, criado recentemente. Esses conselhos vêm desempenhando o papel fundamental de alertar as autoridades educacionais da necessidade de políticas direcionadas à educação do superdotado, além de contribuir em programas de formação de professores e para a ampliação de possibilidades de atenção diferenciada ao aluno que se destaca por um potencial superior.

A Atenção ao Superdotado no Brasil

No Brasil, os superdotados constituem um grupo que é pouco compreendido e neglicenciado. Há poucos programas direcionados para atender suas necessidades e favorecer o seu desenvolvimento. Da mesma forma que a instituição escolar não está devidamente preparada para maximizar o potencial de aprendizagem e adaptabilidade de alunos que apresentam um atraso no seu desenvolvimento, o mesmo ocorre com relação àqueles que se destacam por um potencial superior, que apresentam inteligência ou criatividade excepcionalmente elevadas. Observa-se inclusive resistência à implementação de um atendimento diferenciado ao superdotado, fruto de uma série de idéias falsas sobre o mesmo.

Uma dessas idéias é a supervalorização de fatores genéticos, colocando-se em segundo plano o papel do ambiente para o desenvolvimento de habilidades e competências. Tal idéia seria responsável pela consideração do superdotado como um privilegiado, que apresentaria recursos intelectuais inatos superiores, considerando-se injusto e anti-democrático oferecer-lhe mais privilégios sob a forma de participação em programas educacionais especiais, nos quais os demais alunos seriam excluídos. Observa-se também resistência a propostas de implementação de programas especiais para o superdotado, com o argumento de que seria um absurdo investir nesta área, quando se tem um contingente significativo de analfabetos e portadores de necessidades educacionais especiais, nas áreas visual, auditiva ou física, que permanecem sem um atendimento especializado. Estas e outras idéias estão profundamente enraizadas no pensamento popular, fruto de preconceito e tradição, interferindo e dificultando a implantação de programas educacionais para o talento intelectual. Nota-se que o mesmo não ocorre nas áreas musical, artística ou de esportes, nas quais se considera perfeitamente adequado propiciar a talentos artísticos ou em esportes, como futebol ou voleibol, oportunidades para desenvolvimento e aprimoramento de habilidades necessárias a um desempenho de alto nível.

No Brasil, especialmente nas duas últimas décadas, vários documentos do Governo Federal têm apresentado as políticas referentes à educação do aluno superdotado e talentoso. Um deles, “A Hora do Superdotado. Uma Proposta do Conselho Federal de Educação”, foi publicado em 1987. Mais recentemente, em 1995, a Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação publicou novo documento, apresentando as políticas educacionais ao nível federal e diretrizes para a educação do aluno superdotado e talentoso, tendo, no mesmo sido introduzido o termo “altas habilidades”, que passou também a ser utilizado para se referir ao aluno superdotado (Secretaria de Educação Especial, Ministério da Educação, 1995). Entretanto, conforme apontam Alencar (1993) e Alencar e Fleith (2001), constata-se uma profunda distância entre a política educacional proposta pelo Ministério da Educação e a prática no país. Esta distância pode ser explicada pelas idéias preconcebidas a respeito do superdotado, uso inadequado de recursos, valores e atitudes negativas em relação a programas especiais, a par de falta de competência e compromisso daqueles responsáveis pela implementação de políticas educacionais.

É relevante apontar que o termo “superdotado” deixa a desejar e pode sido criticado, especialmente em função do prefixo “super”, que gera uma expectativa de desempenho ou rendimento acadêmico excepcionalmente alto. Entretanto, mesmo em países, como os Estados Unidos, em que o termo utilizado é gifted e não supergifted, o mesmo tem sido rejeitado por muitos educadores, os quais preferem os termos “talento” ou “crianças/jovens com um desempenho excepcional”, entre outros, de forma similar ao que vem ocorrendo em países europeus, nos quais “alta habilidade” ou “aluno altamente capaz” vêm sendo adotados nos documentos oficiais relativos às políticas educacionais

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