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Vida Além Da Morte: Nova Possibilidade Em Psicologia Através Da Pesquisa Sobre As Experiências De Quase-Morte (EQM).

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Por:   •  10/5/2014  •  2.085 Palavras (9 Páginas)  •  613 Visualizações

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1- INTRODUÇÃO

A existência de vida além da morte, bem como, o que é morrer, consiste em questões inerentes a natureza humana. Porém, ainda é muito difícil falar sobre morte, tanto no censo comum quanto no meio cientifico. Este Projeto de Pesquisa intenciona demonstrar, através de uma revisão bibliográfica, que as pesquisas sobre Experiências de Quase-Morte (EQM) estreitam a relação da subjetividade de tais fenômenos e a subjetividade do fazer psicológico.

Os estudos desenvolvidos sobre o tema Experiências de Quase Morte (EQM) apontaram que tais eventos provocaram algumas transformações positivas na vida dos indivíduos que as vivenciaram, por terem chegado perto da morte e, em alguns casos, até mesmo tendo sido considerados clinicamente mortos. Buscamos entender então, por que pesquisas nesta área podem contribuir para a Psicologia. Os resultados desses estudos podem ser de grande relevância na terapêutica adotada por profissionais da área comportamental na resposta a um indivíduo que sofra com conflitos gerados por questões relacionadas à morte, como a perda de entes queridos e a tanafobia (medo da morte).

Vale ressaltar que a ponte que une as pesquisas sobre Experiências de Quase Morte e a Psicologia é a subjetividade. Como bem expôs Fernando Antônio Nascimento Silva, psicólogo e professor da Faculdade Pio Décimo em Aracajú, Sergipe.

(...) a Psicologia busca o reconhecimento como um saber científico, a partir de estudos experimentais. No entanto a complexidade da condição humana não é possível de ser aprendida meramente entre os instrumentos dos laboratórios: O ser humano transcende os seus limites físicos e observáveis, a existência humana implica uma relação de alteridade, temporalidade, fantasias, sentimentos, buscas e tantas outras questões às quais nos foge a possibilidade de medir, observar diretamente e estabelecer leis. (SILVA,2009, pg. 141)

Raymond Moddy um dos pioneiros em pesquisas sobre EQM da modernidade preocupou-se em esclarecer a natureza e objetivo de seus estudos sobre o assunto:

“(...) o que fiz não constituiu um estudo científico (...). Há algo extremamente convincente no ouvir alguém descrever sua experiência que não pode ser facilmente posto por escrito. As experiências de quase morte foram acontecimentos reais para essas pessoas, e, através da minha associação com elas, essas experiências tornaram-se para mim também eventos reais. (...) Compreendo, no entanto, que esta é uma consideração psicológica e não lógica. (MOODY, 1975)

Dito isto, sugerimos que entre a complexidade do objeto da Psicologia (o humano), e as dificuldades em obter resultados de pesquisas sobre EQM dentro dos moldes da ciência clássica, encontramos a subjetividade como ponto de intersecção. Subjetividade tal, que deve ser levada em consideração para além dos parâmetros atuais de rigor e da cientificidade, para que então possamos progredir na compreensão de fenômenos como a EQM, relacionados à consciência e inerentes ao ser humano.

As Experiências de Quase Morte ou NEAR-DEATH EXPERIENCE é o termo criado pelo médico e pesquisador Raymond Moody, para designar determinados eventos que ocorreram com indivíduos que chegaram perto da morte. Segundo relatos desses indivíduos, estes deixaram seu corpo físico e estiveram em contato com outra dimensão, onde viveram situações inefáveis. Estes são alguns pontos da experiência de quase todos os que relataram ter vivido uma EQM, entretanto Moody especificou características que definem uma EQM, com base em elementos comuns nos relatos por ele estudados, a saber:

a) A projeção do corpo: a pessoa tem a sensação de deixar o corpo e pairar sobre ele e depois pode até descrever os fatos que ocorreram ao seu redor;

b) Movimento em um túnel: a pessoa tem a sensação de se locomover em um túnel escuro;

c) Visão de luz: a pessoa se dirige ao encontro de uma luz que exerce profunda atração;

d) Encontro com pessoas já mortas: são pessoas conhecidas ou não, seres sagrados, entidades não identificadas ou “seres de luz”;

e) Panorama da própria vida: o indivíduo experimenta um tipo de flashback, ou seja, uma revisão da própria vida, algumas vezes sob a perspectiva de outras pessoas. Isto faz com que a pessoa mude suas atitudes diante da vida quando é reanimada;

f) Fronteira: aparentemente representa o limite entre a vida terrena e uma outra vida;

g) Retorno à vida: percebe que deve voltar, pois ainda há coisas por terminar. Esta decisão é voluntária. (MOODY, apud. SOUZA 2009).

Segundo Bruce Greyson, os estudos retrospectivos com pessoas que vivenciaram EQM mostraram-nos que são, habitualmente, sujeitos psicologicamente saudáveis, que não diferem de grupos controle em relação a idade, gênero, etnia, religião, religiosidade ou saúde mental. Os sujeitos que vivenciaram uma EQM são indistinguíveis da população geral quanto à inteligência, neurotização, extroversão, ansiedade, traço ou estado e medidas relevantes de Rorschach (LOCKE e SHONTZ, 1983). Entretanto, alguns estudos sugeriram que pacientes que passaram por uma EQM tendem a ser sujeitos facilmente hipnotizáveis, a recordar mais freqüentemente seus sonhos, a ter mais facilidade no uso da visualização de imagens mentais (IRWIN, 1985) e, também, a reconhecer de forma significativa maior número de traumas vividos na infância, assim como as tendências dissociativas resultantes desses traumas (RING, 1992), do que outros da população geral. Não está claro, entretanto, se esses traços pessoais distintivos resultam da EQM propriamente ou se os indivíduos que têm essas características são mais propensos a ter uma EQM, quando estão próximos da morte (GREYSON, 1991).

Existem algumas hipóteses de variadas ordens que tentam explicar a experiência de quase morte, no entanto nenhuma delas parece satisfatória. Apontaremos algumas:

A hipótese da expectativa - Segundo a qual, a EQM seria uma ilusão, fruto da imaginação do próprio indivíduo, causada pela sugestão de sua cultura, religião e expectativas pessoais,além do próprio isolamento em que se encontra o sujeito na situação em que ocorre o fenômeno. Entretanto, Greyson apresenta alguns pontos que vão de encontro a essa hipótese: Primeiro, crianças pequenas, que são as menos prováveis de terem desenvolvido expectativas sobre a morte, relatam uma EQM com características similares às dos adultos (SERDAHELY, 1990). Segundo, freqüentemente indivíduos relatam EQMs que se opõem a suas expectativas religiosas e pessoais específicas em relação

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