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Construindo pontes para o projeto de vida: relato de experiência em Psicologia Escolar

Por:   •  30/6/2017  •  Artigo  •  2.359 Palavras (10 Páginas)  •  414 Visualizações

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Construindo pontes para o projeto de vida: relato de experiência em Psicologia Escolar

Walkiria Marinho Ribeiro Rodrigues1; Ivone Silva Nascimento2; Maria Teresa Barros Falcão Coelho3

1,2Estudantes do Curso de Psicologia da Faculdade Pernambucana de Saúde

3Docente do Curso de Psicologia da Faculdade Pernambucana de Saúde

(walkiriapsico@hotmail.com; ivone.psic85@gmail.com; prof.teresafalcao@gmail.com)

Resumo: O objetivo deste trabalho é relatar uma experiência de intervenção no contexto de uma escola pública em Recife, realizada por discentes da Graduação em Psicologia da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) ao cursarem a Prática na Escola. A partir da proposta da Metodologia da Problematização, durante a Prática na Escola foi elaborada a intervenção com os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental para sensibilizá-los sobre importância do projeto de vida. Considerou-se que as atividades realizadas obtiveram um resultado positivo, contribuindo para qualificar as relações interpessoais do grupo, sensibilizando os alunos na implicação deles na construção de um projeto de vida.

Palavras-chave: Psicologia Escolar; Problematização; Projeto de vida.

  1. Introdução

Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência de intervenção no contexto de uma escola pública em Recife, realizada por discentes da Graduação em Psicologia da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) ao cursarem a Prática na Escola.

A graduação em Psicologia oferta, através da Prática na Escola, oportunidade de articulação entre teoria e prática, utilizando recursos metodológicos para diagnóstico de necessidades e atuação do psicólogo escolar, além de analisar e debater temas atuais que proporcionam conhecer na práxis o papel do psicólogo, propondo, discutindo e avaliando intervenções a partir de observações realizadas nas atividades práticas.

A Prática na Escola utiliza a Metodologia da Problematização ao propor a inserção em contextos reais de atuação profissional do psicólogo com o objetivo de investigação e análise de problemas reais e elaboração de intervenções no contexto.

A Metodologia da Problematização é considerada uma metodologia ativa proposta por Charles Maguerez(Bordenave, 1994), sendo por ele denominada de “Método do Arco”por propor que os estudantes partam da observação da realidade, elaborem conhecimentos e planos de intervenção visando à transformação da realidade observada.

Como mencionado anteriormente, este artigo relata a experiência vivenciada por estudantes de Psicologia da Faculdade Pernambucana de Saúde ao cursarem a Prática na Escola durante o semestre letivo de 2015/2.O texto apresentado a seguir, foi elaborado de acordo com as etapas da Metodologia da Problematização, a saber: observação da realidade, identificação de problemas e pontos chave, realização de estudos teóricos, elaboração de hipóteses de solução e aplicação prática à realidade (Berbel, 2011).

  1. Observando e problematizando o cenário da sala de aula

Foram realizadas observações no contexto escolar, mais especificamente numa turma de 9º ano do Ensino Fundamental (EF) de uma escola da rede pública de ensino na cidade de Recife/PE. Os estudantes participantes tinham, no momento de realização dos encontros, faixa etária de 13 a 15 anos. Foram realizados encontros de observação com o objetivo de conhecer a dinâmica da sala de aula, das relações professores e alunos, alunos entre si.

Partindo das observações das trocas comunicativas em sala de aula, entre professores e alunos foi percebido que os professores se empenhavam em informar aos alunos sobre algumas propostas de programas educacionais que potencializariam a continuidade da vida escolar e o crescimento profissional. Por outro lado, notou-se que ao se depararem com essas informações, os adolescentes não sinalizavam interesse, nem perspectiva sobre a temática.

Tendo em vista que os estudantes cursavam a última série do Ensino Fundamental, considerou-se relevante instigar e sensibilizar esses jovens a pensar no futuro, discutindo e explorando expectativas significativas para suas vidas.

  1. Estudo teórico sobre o problema

Para pensar os jovens de hoje, pode-se recorrer à adolescência como categoria teórica, sabendo ser essa somente uma das várias referências que possibilitam essa reflexão. Definem-se adolescentes, geralmente, a partir da etapa de desenvolvimento em que os mesmos encontram-se, nessa etapa surgem categorias diversas, focalizando aspectos tais como: emocionais (confrontos e crises), atitudinais (mudanças e rebeldias) e sociais (isolamento e transgressão de normas). Mesmo que tais manifestações sejam reais, não são parâmetros absolutos na definição dos adolescentes em todos os contextos (Tardelli, 2010).

Pode-se dizer que a adolescência é um conceito histórico que adquire distintas conotações de acordo com o momento e a sociedade que se relaciona (Áries, 1981).De acordo com Erikson (1992), a adolescência pode ser caracterizada também, numa perspectiva desenvolvimental, como um período marcado por tentativas de resolver e integrar os sentimentos e as crises das etapas anteriores, ou seja, da infância.Para “este autor, os jovens, no geral, buscam “um novo sentimento de continuidade e igualdade consigo mesmo” (1992, p. 110).

A adolescência pode ser vista como um momento da vida em que o jovem sente a necessidade de uma inserção social mais ampla, simplesmente pelo fato de ser o tempo todo compelido interna e externamente a ampliar seu contexto social. Neste sentido, Tardeli (2010) destaca a relevância de conceber o adolescente “como um ser ativo e participativo, capaz de atuar no mundo profissional, projetar-se na construção do seu futuro e da sociedade em si, valorizando os laços afetivos e sua preocupação com o outro” (p. 61).Decorre dessa concepção de adolescente, a importância da implicação do mesmo na construção de seu Projeto de Vida, o qual reflete as direções centrais assumidas por ele, as quais, por sua vez, determinam sua posição e pertencimento a uma sociedade.

Para Gilberto Velho, o Projeto de Vida pode ser concebido como uma forma de comunicação, que ao expressar e articular interesses e objetivos servirá para o indivíduo como um instrumento de negociação com a realidade (citado em Mandelli, Soares & Lisboa, 2011, p.54).

Ao construir um plano de vida, o adolescente destaca certos valores, acolhe o que é melhor e evita o que é prejudicial para se chegar à meta destinada, ou seja, pensar em um projeto de vida é de extrema importância para o futuro. Além disso, o Projeto de Vida se caracteriza por sua temporalidade, ou seja, a relação entre a concepção e o emprego do tempo presente com as expectativas do emprego do tempo futuro. O tempo, visto como um aspecto fundamental na estrutura dos projetos de vida, por destacar a maneira como os jovens colocaram suas aspirações para o futuro, destaca também, seus estilos de vida e seus significados, bem com as condições de vida concreta em que vivem (Tardeli, 2010).  

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