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ÁREA CULTURAL NA FORMAÇÃO BRASIL

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Por:   •  27/3/2014  •  Tese  •  1.803 Palavras (8 Páginas)  •  356 Visualizações

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PLURALIDADE CULTURAL NA FORMAÇÃO DO BRASIL

Este conteúdo trata de como se constituiu, por sua permanente reelaboração, e se

apresenta a face cultural complexa e cheia de potencial do país, com sobreposição de tempos,

no social, no cultural e no individual. Trata, também, de como se têm entrelaçado,

historicamente, características culturais, organização política e inserção econômica de

diferentes grupos humanos presentes na formação do Brasil.

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Todos os grupos sociais e étnicos têm histórias. Essas histórias são distintas entre si

e também distintas do que se convencionou como história do Brasil, no singular. Embora

as trajetórias das culturas e etnias no Brasil já façam parte dos conteúdos trabalhados pela

escola, com referência aos índios, aos negros, aos imigrantes, o que se propõe são novos

conteúdos, que buscam narrar a história do ponto de vista dos grupos sociais que a

produziram.

• Conhecimento das origens continentais das diferentes

populações do Brasil.

Para conhecer a situação das diferentes populações que aqui vivem, entender a

dinâmica de sua inserção na História do Brasil e valorizá-las, é necessário trabalhar, em

relação a cada grupo, aspectos ligados à forma de sua organização social desde suas origens

continentais.

Será indispensável estudar dados sobre a presença e diferentes formas de organização

social dos indígenas, em sua diversidade, no continente e em território nacional anterior a

chegada dos europeus, assim como a presença de outras culturas pré-colombianas na América

Latina. Da mesma forma, a vida culturalmente complexa presente na África, com formas

igualmente complexas de organização socioeconômica interligadas a essa vida cultural.

Com relação aos imigrantes, não bastará conhecer suas vidas nos respectivos continentes

de origem — Europa, Ásia, Oriente Médio, África —, mas também compreender como

freqüentemente características culturais moldaram critérios de escolha e colocação de mãode-

obra, ao longo da história brasileira.

• Análise das influências históricas do mercado de trabalho

na mobilidade dos diferentes grupos humanos que formam

o Brasil e levantamento de dados populacionais.

A imigração forçada dos africanos escravizados no Brasil caracterizou-se sobretudo

pelas situações de distanciamento de seus membros do grupo de origem, pela dispersão

étnica e pelo desenraizamento das origens culturais. No caso dos indígenas, aldeias inteiras

foram removidas de seus territórios tradicionais e as crianças submetidas à catequização,

desrespeitando-se a sua organização sociocultural. Esse desmantelamento da estrutura

familiar e dos vínculos comunitários enfraqueceu o sentido de identidade dos africanos e

dos indígenas. Entretanto, isso não impediu que se disseminasse, ainda que precariamente

e de forma frágil por todo o território, influências de sua cultura, constituindo uma população

caracterizada pela diversidade.

No que se refere aos imigrantes, o processo de inserção de sua mão-de-obra levou à

criação de colônias, que historicamente foram identificadas como “guetos”, condenados,

por políticas oficiais, a ação homogeneizadora, nos momentos de exacerbação de certo

nacionalismo. Com isso, criaram-se situações de conflito entre comunidades/indivíduos e

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orientação política nacional, em particular no que se referiu a propostas referentes a

organização escolar.

O estudo desse tópico permitirá compreender certa estratificação de colocação no

mercado de trabalho, orientada por estereótipos que fomentam preconceitos e

discriminação. Em tais situações, freqüentemente a diversidade de raça, etnia e cultura é

usada de forma perversa e errônea, para justificar — e até fundamentar — a desigualdade.

Também favorece as análises voltadas para as especificidades de cada uma das comunidades

que vivem no Brasil, como se compõem as características dos diferentes grupos de acordo

com sua localização regional e seus movimentos internos dentro do país.

• Levantamento, análise e valorização da contribuição das

diversas heranças etnoculturais, como mecanismos de

resistência ante as políticas explícitas de homogeneização

da população havidas no passado.

Diante da busca de homogeneização cultural que se tentou impor, diferentes grupos

no Brasil tiveram de resistir, recolocar-se, recriar-se, de forma ativa em diferentes momentos

da história. O conhecimento desses mecanismos de resistência permite entender, também,

como a formação econômica do Brasil tem-se feito com a contribuição de diferentes grupos

etnoculturais, em situações muitas vezes adversas

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