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A DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO

Por:   •  20/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.077 Palavras (9 Páginas)  •  178 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

Muitas foram as mudanças ocorridas no campo social decorrentes da inclusão da mulher no mercado de trabalho. Há quem diga que o inicio da dissolução da família de estrutura nuclear (formada pelos pais e os seus filhos) se deu com a saída da mulher de dentro de casa para conquistar novos espaços profissionais.

As relações sociais que formam a base da estrutura social vêm sofrendo constantes modificações. Tais modificações moldam a sociedade moderna e cria uma nova ordem social. É inegável que a relação família-trabalho além de modificar o cenário econômico, trouxe grandes alterações no que se refere ao relacionamento hierárquico na família e a manifestação de várias possibilidades de arranjos familiares.

Diante de tais afirmativas, abordaremos a divisão social do trabalho, as relações familiares na contemporaneidade, os impactos da inclusão da mulher no mercado de trabalho e as configurações familiares do século XX.


  1. A DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO

Marx, em O Capital (1982), diz que a ‘divisão social do trabalho’ diz respeito ao caráter específico do trabalho humano. Diversas áreas do conhecimento tratam de estudar sobre a divisão social do trabalho. Encontramos informações oriundas das áreas de sociologia, antropologia, história, além de saúde e educação. Cada uma delas versa sobre como a divisão social do trabalho impacta seu campo de estudo.

Para Marx, a divisão social do trabalho segue de um modo que perpetue a existência de classes dominantes e classes dominadas, onde essas classes inevitavelmente estejam em conflito entre si. Ele entende que as instituições das sociedades são frutos da criação das classes dominantes e que o indivíduo é importante apenas para a classe a qual pertença.

        “A divisão social do trabalho é, aparentemente, inerente característica do trabalho humano tão logo ele se converte em trabalho social, isto é, trabalho executado na sociedade e através dela” (Braverman, 1981). Ela sempre existiu. Preliminarmente, a divisão social do trabalho se dava sem intenção prévia. Geralmente, levava-se em consideração o sexo, a compleição física e a idade. As dificuldades da vida em sociedade levaram o homem a optar por possibilidades que fizessem com que a especialização de cada pessoa se acentuasse e permitisse que fossem usados ao máximo o que de melhor cada um pudesse oferecer. Busca-se através de tarefas especificas o aumento da eficiência e da produtividade.

        Podemos afirmar que a divisão social do trabalho colocou as atividades e seus executores em lados bem distintos. Ela estabelece um elevado nível de separação entre aqueles que desenvolvem atividades rurais/urbanas e intelectuais/braçais.

                


  1. aS RELAÇÕES FAMILIARES NA CONTEMPORANEIDADE

Historicamente, o homem sempre foi considerado o provedor da família. Há alguns milhões de anos, ele caçava e protegia a família. A mulher cuidava dos filhos. Com o passar dos anos, o cenário foi mudando e nas últimas décadas temos visualizado uma grande discussão acerca da crise da família. Mais evidente no ocidente, o declínio da instituição do casamento provocado pela dissolução do vínculo conjugal e a queda da taxa de fecundidade tem estabelecido o surgimento de novos modelos familiares, enfraquecendo o modelo de família tradicional (nuclear), predominante durante muitos anos.

De acordo com Osterne (2001, p. 53):

Alguns fatores importantes contribuíram no processo histórico para as mudanças na estruturação da família: As relações de mercado e a crescente industrialização que modificaram, lenta, mas radicalmente, o status social da família; A ascensão do capitalismo que determinou a união da família a fim de se vencer as controvérsias da vida e, ao mesmo tempo, enfraqueceu como grupo extenso, incapaz de subsistir aos ambientes de proletariarização.

Em dado momento, essa enxurrada de novidades despertou na sociedade um sentimento de incerteza e uma impressão de desordem, visto que, uma estrutura milenar como a família, estava se abrindo e deixando-se influenciar por padrões distintos dos até então tidos como aceitáveis. Por participar das dinâmicas existentes nas relações sociais, a família influencia e sofre influências do contexto cultural, econômico e político no qual estiver inserido.

Muitos autores analisam a crise do patriarcado e consideram que dado o enfraquecimento desse modelo de família, onde estrutura-se na autoridade e domínio exclusivo da figura masculina como chefe, afirmam que tal crise foi induzida pelo surgimento do capitalismo e movimentos sociais que despertaram a luta feminista e sexual (Castells, 2003). Diante de tal conjuntura, há quem diga que os modelos antigos de relações familiares iniciadas pelo casamento formado pelo provedor financeiro e a mãe, eterna dona de casa, unidos por laços indissolúveis ficou para trás e faz parte apenas do passado.

Atualmente, com a saída de ambos, que lutam por igualdade de espaço no mercado de trabalho, as relações entre homens e mulheres e entre pais e filhos dentro e fora do contexto familiar vêm se modificando. Varias rupturas se fizeram necessárias para que chegássemos ao quadro hoje vivenciado. Com a crescente necessidade de consumo massivo de bens e serviços, os pais saem em busca de suprir todas as necessidades “criadas” pela sociedade de consumo e abrem mão de passarem mais tempo no convívio de seus filhos. Estes ficando sob os cuidados de terceiros. A família vem delegando funções exclusivas a pessoas que nem sempre têm “competência” para assumi-las, acarretando um fenômeno de distanciamento afetivo que reflete diretamente no comportamento/desenvolvimento dos envolvidos.

A des-institucionalização da família é o indicativo de profundas mudanças no perfil social moderno. Vivem-se relações descomprometidas, buscando a eliminação de responsabilidades e vínculos. O desaparecimento dos valores morais e sociais distancia o sentido de família “enquanto unidade básica da sociedade formada por indivíduos com ancestrais em comum ou ligados por laços afetivos” (Wikipédia), que possuem grau de parentesco e convivem na mesma casa formando assim um lar. Responsável por educar os filhos e influenciar no comportamento desses no meio social e passa a ter um sentido subjetivo decorrente das relações que a esta assume na modernidade.

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