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A LUTA ANTIMANICOMIAL E O COTIDIANO DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA UNIDADE DE INTERNAÇÃO

Por:   •  27/8/2015  •  Artigo  •  4.863 Palavras (20 Páginas)  •  408 Visualizações

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A LUTA ANTIMANICOMIAL E O COTIDIANO DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA UNIDADE DE INTERNAÇÃO PSIQUIÁTRICA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE UBERLÂNDIA-MG

Eixo temático: SAÚDE MENTAL

Simara Paula da Costa- Formação em serviço Social pela Faculdade Católica de Uberlândia, especialista em Saúde Mental pela Universidade Federal de Uberlândia. Assistente social da Prefeitura Municipal de Uberlândia, no Centro de Referência Especializado em Assistência Social. E-mail: simarapaula@yahoo.com.br.

Yuri Emmanuelle Silva- Formação em Serviço Social pela Universidade de Uberaba- UNIUBE, especialista em Trabalho Social com Famílias pela Faculdade Católica de Uberlândia. Assistente Social lotada na Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. E-mail: yureemmanuelle@hotmail.com. Tel: (34)8803-5233.


A LUTA ANTIMANICOMIAL E O COTIDIANO DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA UNIDADE DE INTERNAÇÃO PSIQUIÁTRICA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE UBERLÂNDIA-MG

RESUMO

Este  artigo busca compreender como ocorreu o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil e as lutas contemporâneas deste contexto que denomina-se como luta antimanicomial, aliado a isto, podemos observar de que forma este movimento social influenciou o trabalho do assistente social. Em consequência deste movimento social procuramos compreender de que forma refletiu no trabalho do assistente social na saúde mental, em especial na enfermaria de psiquiatria do Hospital de Clinicas da Universidade Federal de Uberlândia.

PALAVRAS-CHAVE: Serviço Social. Saúde Mental. Reforma Psiquiátrica.

1.0 INTRODUÇÃO

O presente artigo visa apresentar de maneira fácil e dinâmica como ocorreu o movimento de luta antimanicomial no Brasil,  sua influência na profissão de Serviço Social e como isso repercutiu na área de saúde mental do município de Uberlândia/ MG.

Iniciaremos o artigo abordando sobre os principais motivos que desencadearam este movimento social e como esse processo histórico influenciou o desenvolvimento da política nacional de saúde mental. Para isso buscamos apresentar as causas determinantes que desencadearam o processo de desinstitucionalização psiquiátrico, este que é a desconstrução de saberes e práticas psiquiátricas, caracterizada pela crítica epistemológica ao saber médico psiquiátrico, na qual o sentido de cidadania ultrapassa o do valor universal para colocar em questão o próprio conceito de doença mental que determina limites aos direitos dos cidadãos, assim como apresentar a contribuição da Reforma sanitária e a implantação do SUS- Sistema único de Saúde  neste processo de luta pelos direitos em saúde mental.

Não poderíamos deixar de explicitar como a profissão de Serviço Social busca lutar pela efetivação dos direitos da pessoa com transtorno mental, incentivando a autonomia e inserção do mesmo na sociedade, assim como de sua família. Assim observamos e salientamos através do artigo como este profissional contribui para que o movimento da luta antimanicomial seja sempre fortalecido através de ações que buscam amenizar os sofrimentos causados pela exclusão que o indivíduo acometido de transtornos mentais e sua família sofrem na sociedade. Salientamos também a importância da rede de atendimento extra-hospitalar através dos serviços alternativos que fortalece ainda mais a política de re/inserção do sujeito na sociedade e representa também um espaço  ocupacional do assistente social.

Por fim, buscamos relacionar o movimento antimanicomial, a rede de atendimento do município de Uberlândia-MG e o trabalho do assistente social na enfermaria de psiquiatria do Hospital de Clinicas da Universidade Federal de Uberlândia-MG, este profissional que está inserido na equipe multiprofissional de atendimento as pessoas acometidas de sofrimento psíquico em situações de crise e usuários de álcool e outras drogas que apresentem quadros graves de intoxicação e síndrome de abstinência.

2.0 A LUTA ANTIMANICOMIAL E O SERVIÇO SOCIAL

        Para relacionarmos a luta antimanicomial e o serviço social precisamos primeiramente entender em que contexto se insere o serviço social na área de saúde mental. Podemos observar que os primeiros relatos de práticas do serviço social neste âmbito se deram nos centros de orientação infantil e centros de orientação juvenil em 1946, que foi uma conformação do modelo de Serviço Social Clínico de acordo com VASCONCELOS, 2010, p. 163,  e a partir deste contexto após a década de 1960 pode-se observar um crescente aumento de assistentes sociais na área da saúde e em especial na saúde mental.

Segundo BISNETO (2005, p. 23) o número de hospícios no Brasil teve um grande aumento após 1964 devido ao crescente aumento das psicopatologias, com as reformas da saúde e da previdência promovidas pela ditadura militar, com a administração centralizada e com a privatização do atendimento médico o que gerou os constantes maus tratos nos hospitais psiquiátricos.

Com a passagem do atendimento psiquiátrico para a rede previdenciária conveniada privada abriram-se várias clínicas psiquiátricas que faziam o atendimento e depois eram pagas pelo INPS (Instituto Nacional de Previdência Social). Com isso se multiplicou a possibilidade de empregar assistentes sociais na área de Saúde Mental, havendo inserção efetiva a partir de 1973 quando o MPAS (Ministério da Previdência e Assistência Social) que enfatizava a importância da equipe multiprofissional para a prestação de assistência ao doente mental. Neste período surgia no cenário brasileiro,  diversos movimentos sociais dentre eles: a reforma sanitária, a reforma psiquiátrica e o movimento de reconceituação do serviço social.

Podemos então articular estes três movimentos que apesar de terem suas ideologias e lutas independentes obtiveram conquistas importantes e que refletiram sobre as demais e sobre a atuação do serviço social na saúde mental.

A reforma Sanitária representou para os assistentes sociais novos caminhos para a construção de um novo modelo de saúde, representando um novo marco na história brasileira estabelecendo saúde como um direito de todos e dever do Estado. Este movimento sanitarista iniciou em 1970 por trabalhadores da saúde que contribuiu com as ações e avanços na política de saúde, fortalecendo a democracia através da Constituição de 1988 e determinando a universalidade, descentralização e organização do Sistema Único de Saúde.

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