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AGENTES QUIMICOS DE RISCO

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Por:   •  16/6/2014  •  3.187 Palavras (13 Páginas)  •  900 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Para efetivamente reduzir os inaceitáveis índices de acidentes e doenças do trabalho no País, é preciso agir com competência técnica e de maneira a regular em cada ambiente laboral onde existam perigos, sejam eles provocados por agentes físicos, químicos, biológicos, mecânicos ou situações ergonômicas.

Veremos nesse trabalho quais são as técnicas de avaliação e estratégias de amostragem dos agentes que possam combater evitar esses acidentes, bem como seus objetivos, caracterização dos agentes ambientais, métodos, Levantamento qualitativo de risco e priorização, monitoramento, conceituação de higiene ocupacional, entre outros.

ELEMENTOS DE ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM

1 Aspectos Conceituais

Objetivos da Gestão das Exposições em Higiene Ocupacional

Quais as metas e os objetivos de um trabalho de Higiene Ocupacional? Devemos entender todos os passos desse processo. E chamar a atenção, inicialmente, para o termo AVALIAR.

Avaliar, para o higienista, deve ser julgar, apreciar tecnicamente. Significa apreender e entender, avaliando no sentido amplo, ou seja, emitindo um julgamento profissional sobre a exposição do trabalhador.

É sobre este processo de entendimento e avaliação que queremos chamar a atenção, e este processo se confunde com o que chamaremos de Estratégia de Amostragem, em senso amplo. Os objetivos de um trabalho de higiene ocupacional podem ser desdobrados de várias maneiras:

• Entender, controlar e monitorar todas as exposições a agentes ambientais dos trabalhadores, dado que nem sempre é possível sua completa eliminação.

• Manter as exposições dos trabalhadores dentro de critérios de tolerabilidade previamente estabelecidos.

• Identificar e controlar também todas as exposições agudas a agentes ambientais, além dos requisitos relativos às exposições crônicas, representadas pelas médias amostrais de longo prazo.

• Adotar as melhores práticas para a definição dos critérios de tolerabilidade de exposição a agentes ambientais, tendo como mínimo os requisitos legais e buscando a melhoria contínua.

Metas Conceituais X Objetivos Operacionais

A meta conceitual para o monitoramento das exposições seria: avaliar todos os trabalhadores, todos os dias, para todos os agentes. Entretanto, essa é uma tarefa difícil de se concretizar, dada a escassez de recursos humanos e materiais disponíveis. Devemos, então, adotar um objetivo operacional, e trabalhar de forma amostral.

Se pudermos usar os conceitos de higiene ocupacional e de estatística aplicada de forma que o objetivo operacional seja equivalente à meta, realizamos nosso trabalho. Este é o ponto.

Esta pesquisa busca ser um documento abrangente envolvendo todos os passos qualitativos e quantitativos para a condução do gerenciamento das exposições a agentes ambientais dentro de um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Tem, ainda, como escopo orientar o trabalho de abordagem, estruturação, conhecimento da exposição, julgamento de tolerabilidade desta e ações de controle, tecnicamente fundamentadas, a respeito de uma população exposta a agentes ambientais e estruturada em Grupos Homogêneos de Exposição.

Conceituação do Termo

Este texto precisa ser iniciado com esclarecimentos sobre o significado do seu título. Estratégia de Amostragem não significa apenas coletar um contaminante ou fazer uma medição de ruído, com um certo procedimento. O ato de avaliar representa que vamos obter uma determinação de um dado ambiental, um valor isolado.

Estratégia de Amostragem é mais que isso, uma simples medição, ou seja, uma determinação numérica. A estratégia de amostragem começa muito antes de qualquer medição. Começa quando nos debruçamos sobre uma população exposta e iniciamos pelo primeiro passo, que se chama Caracterização Básica. É quando vamos determinar quais os expostos, a quais agentes, em quais tarefas ou funções, em quais locais. Dentro do processo, vamos fazer determinações de agentes ambientais, mas com um propósito definido, sabendo-se qual o parâmetro desejado, qual a forma de proceder e qual a significância dos resultados.

O processo do conhecimento da exposição de trabalhadores envolve uma série de considerações, abordagens, planificação e desenvolvimento de um trabalho de obtenção e análise de dados, que, em seu conjunto, pode ser chamado de estratégia de amostragem.

Estratégia de Amostragem é um processo, no qual adquirimos um conhecimento progressivo da exposição de trabalhadores, que se inicia com uma adequada abordagem do ambiente (processo, pessoas, tarefas, agentes) e termina com afirmações estatisticamente fundamentadas sobre essa exposição, para que o ciclo da higiene ocupacional possa prosseguir, a caminho do controle do riscos. As ações de controle devem prosseguir até que a exposição seja eliminada ou reduzida a valores toleráveis.

Por que Estratégia de Amostragem

A demanda por uma adequada estratégia de amostragem evoluiu e se consolidou quando se verificou, de forma crescente, que o simples ato de medir, intuitivamente, não assegurava certeza sobre uma situação de exposição. Nos Estados Unidos, o NIOSH percebeu que os empresários tinham dificuldade em provar que estavam respeitando os limites de exposição, assim como os fiscais tinham dificuldade em provar que os limites estavam sendo desrespeitados. Não era aceitável que aquele particular tipo de avaliação, a da exposição de um trabalhador, não fosse tão confiável e fundamentada como qualquer outra medição.

Como ela apresentava suas particularidades, e o NIOSH reuniu estatísticos e higienistas para que se gerasse uma abordagem específica, realizando inclusive adaptações em ferramentas tradicionais da estatística. Foram criados novos conceitos, válidos ainda hoje. Estamos falando do Manual de Estratégia de Amostragem do NIOSH, lançado em 1977. Hoje, há outras publicações de fundo que tratam do tema, notadamente o livro de mesmo objetivo da AIHA, de 1991, e que já possui uma segunda edição, de 1998.

PRIMEIROS CONCEITOS E BENEFÍCIOS

Iniciando Processo: a Caracterização Básica

Caracterização Básica é um conceito presente no livro de Estratégia de Amostragem da AIHA, e representa um processo inicial de conhecimento, em higiene ocupacional, que vai permitir a estruturação das amostragens para todos os trabalhadores de uma empresa.

Trata-se de conhecer as três dimensões da questão: os ambientes de trabalho, os expostos e os agentes ambientais. Conhecer o ambiente significa conhecer os processos principais, secundários e complementares, como o de manutenção, com detalhe suficiente para a inferência dos agentes ambientais que podem produzir.

Também significa conhecer todos os materiais utilizados nesses processos, seja como matéria-prima, subprodutos, produtos acabados e rejeitos. Conhecer os expostos significa apreender todas as funções desempenhadas, as atividades e tarefas realizadas, relacionando-as em termos de exposições ocupacionais aos processos e aos agentes identificados. Também significa conhecer essa população em termos de características que podem ser importantes ocupacionalmente para certos agentes e atividades, como predominância de sexo, obesidade, gravidez, por exemplo.

Conhecer os agentes significa correlacioná-los às tarefas, aos processos e aos expostos, pois é centrado nos agentes que deve começar o estudo. Também significa conhecer bem os efeitos que podem ser causados, os limites de exposição aplicáveis e as características físico-químicas relevantes.

Deste estudo integrado, devemos ser capazes de definir nossa unidade de trabalho, que são os grupos homogêneos de exposição. Os grupos homogêneos de exposição deverão ser identificados com relativa facilidade a partir da caracterização básica. Eles são definidos por agente ambiental, e por local de trabalho, ou sítio operacional.

Definição de Grupo Homogêneo de Exposição (GHE)

Corresponde a um grupo de trabalhadores que experimentam exposição semelhante de forma que o resultado fornecido pela avaliação da exposição de qualquer trabalhador do grupo seja representativo da exposição do restante dos trabalhadores do mesmo grupo. Antes que se pense que identificar os GHEs é uma tarefa complexa e incerta, vamos colocar alguns pontos básicos:

• Inicie pela função, pois na mesma função é de se esperar que as atividades sejam essencialmente iguais e, portanto, há chance de exposição associada.

• Tenha atenção para com os desvios de função; não se fixe no nome do cargo mas sim no que realmente é feito, do ponto de vista operacional; faça uma boa entrevista com o chefe de turno, visando conhecer o que se faz, quem faz.

• Tenha atenção às nuanças que a função tem, se há subgrupos com atividades diferenciadas.

• Tenha atenção quanto às variantes entre turnos (ambientes, operações e equipamentos podem variar).

• Os GHEs só fazem sentido numa mesma edificação ou sítio operacional. Não se pode agrupar trabalhadores que estejam em locais diferentes. O GHE se inicia pelo ambiente, e pelo agente; dentro dessas premissas, as funções ou subgrupos, cujas atividades tornam a exposição similar.

• Um grupo é homogêneo no sentido estatístico, e isso permite que um número relativamente pequeno de amostras possa definir as tendências de exposição de todo o grupo.

• A exposição dos trabalhadores não será idêntica, pois quem é homogêneo é o caráter estatístico do grupo, e as variabilidades serão normais dentro dele. Mas o poder de conhecimento que decorre daí é muito grande. Os GHEs são uma expectativa formulada pelo higienista ocupacional, baseada no conhecimento e na experiência, dentro de um julgamento profissional. Mais tarde, no processo de avaliação da exposição dos grupos, isso será validado.

Caracterização e Determinação

Por Julgamento Profissional

O EMR será determinado por possuir uma ou mais das seguintes características, que lhe conferem o maior potencial de exposição:

• Exercer suas atividades mais próximo da fonte do agente.

• Exercer suas atividades em região do ambiente onde ocorre maior concentração ou intensidade aparente do agente.

• Exercer suas atividades de maneira a se expor por mais tempo ao agente.

• Exercer as rotinas operacionais de forma a se expor mais ao agente.

A determinação será feita por observação de campo, sendo importante o conhecimento das operações e atividades, assim como a experiência e o conhecimento do profissional relativamente ao agente e à forma de exposição.

Por Ferramenta Estatística

Existe uma ferramenta estatística para determinação do EMR, descrita no Manual de Estratégia de Amostragem do NIOSH. Nesse texto, não se recomenda o uso dessa ferramenta. Procedimento nos casos em que o EMR não puder ser evidenciado por observação: Como o procedimento estatístico para determinação do EMR normalmente implica um grande número de amostras, e a caracterização referencial de um GHE pode envolver um número de amostras frequentemente inferior, deve-se iniciar imediatamente o estudo amostral do grupo.

TIPOS DE AMOSTRAS DE AGENTES AMBIENTAIS

Introdução

Uma das primeiras coisas a serem discutidas em um texto desta natureza deve ser quais os tipos de amostras que podem ser realizadas em higiene, e sua aplicabilidade para fins ocupacionais e gerais. Estamos nos referindo à forma como é produzida a amostra, e não sua dimensão temporal, ou seja, se a amostra é de período completo ou não, ou é pontual etc., pois, neste segundo caso, chamaremos tais possibilidades de “formas amostrais”, para distinguirmos do “tipo de amostra”, que é o que trataremos a seguir.

Amostras Pessoais ou Individuais

Conceito — São amostras tomadas de maneira que o amostrador é portado pelo indivíduo amostrado, e situado na zona corporal de interesse (por exemplo, zona auditiva ou zona respiratória).

Exemplo — Dosimetria de ruído, amostragem de poeiras com bombas pessoais.

Amostras de Zona Corporal de Interesse

Conceito — São amostras tomadas por um terceiro, que mantêm o amostrador junto à zona corporal de interesse (por exemplo, auditiva ou respiratória).

Exemplo — Avaliação da exposição com tubos detetores colorimétricos.

Amostras de Área

Conceito — São amostras tomadas em pontos fixos da área de trabalho, não vinculáveis, como regra, à ocupação espacial real do trabalhador.

Exemplo — Avaliação da poeira de um recinto com o amostrador fixado em uma coluna.

Objetivos de uma Estratégia

1.Avaliar os riscos potenciais a que estão expostos os trabalhadores, para diferenciar as exposições aceitáveis das inaceitáveis, e para controlar as inaceitáveis;

2. Estabelecer e documentar a história dos níveis de exposição dos trabalhadores;

3. Para garantir e demonstrar atendimento da legislação e/ou outros guias;

4. Garantir o atendimento dos objetivos acima com alocação efetiva de recursos;

5. Outros, dependentes de julgamento técnico-científico.

Montagem dos GEH

1. Descrição de cargos;

2. Inventario químico;

3. Processo/Descrição de cargo/Tarefa;

4. Analise de dados anteriores;

5. Outras variáveis relevantes.

Levantamento qualitativo de risco e priorização

Objetivo estimar exposições e efeitos a saúde para cada agente e determinar prioridades de amostragem dos GEHs baseados em avaliações qualitativas de riscos enfrentadas pelos trabalhadores em cada GEH

Outros métodos

1. Dados de monitoramento anteriores.

2. Modelamentos de exposição.

3. Julgamento profissional (analogia com outras situações)

Monitoramento

Monitoramento é a medida das exposições ou a concentração de contaminantes por determinado período de tempo. Os resultados dos monitoramentos podem ser usados para a avaliação quantitativa das exposições dos indivíduos/grupos e para a identificação de fontes de exposição potencial.

Métodos de monitoramento

Amostragem Pessoal –Exposição do trabalhador. Deve ser feita com equipamento de amostragem não obstrutivo de modo que a execução das tarefas a serem amostradas não sejam alteradas. O objetivo é caracterizar a dose de um agente durante o tempo de interesse. Amostragem pessoal pode ser usada para avaliação das seguintes rotas de exposição:

• Inalação;

• Ingestão;

• Absorção pela pele.

Área – Condições do ambiente da trabalho. Podem ser usados equipamentos permanente instalados bem como equipamentos portáteis. Monitoramento de área é usualmente utilizado para se avaliar as concentrações de fundo a que estão expostos a maioria dos trabalhadores de determinada área, como também para fornecer dados em tempo real para avaliação de substancias agudamente toxicas(monitores contínuos com alarme).

TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO

Situando a higiene ocupacional

1.0 Estabelecendo conceito e definições

1.1 Conceituação Geral

Sobre a higiene ocupacional:

Visa à prevenção da doença ocupacional por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos agentes ambientais; “Prevenção da doença” deve ser entendida com um sentido mais amplo, pois a ação deve estar dirigida à prevenção e ao controle das exposições inadequadas a agentes ambientais (um estágio anterior às alterações de saúde e à doença instalada);

Em senso amplo, a atuação da higiene ocupacional prevê uma intervenção deliberada no ambiente de trabalho como forma de prevenção da doença. Sua ação no ambiente é complementada pela atuação da medicina ocupacional, cujo foco está predominantemente no indivíduo;

Os agentes ambientais que a higiene ocupacional tradicionalmente considera são os chamados agentes físicos, químicos e biológicos. Essa consideração pode ser ampliada, levando em conta outros fatores de estresse ocupacional, como aqueles considerados na ergonomia, por exemplo (que também podem causar desconforto e doenças). É evidente que as duas disciplinas se interligam e sua interação deve ser sinergética, antes que antagônica;

Os agentes físicos são, em última análise, alguma forma de energia liberada pelas condições dos processos e equipamentos a que será exposto o trabalhador. Sua denominação habitual: ruído, vibrações, calor/frio (interações térmicas), radiações ionizantes e não ionizantes, pressões anormais;

Os agentes químicos, mais por sua dimensão físico-química que por sua característica individual, são classificados em gases, vapores e erodispersóides (estes últimos são subdivididos ainda em poeiras, fumos, névoas, neblinas, fibras); podemos entender os agentes químicos como todas as substâncias puras, compostos ou produtos (misturas) que podem entrar em contato com o organismo por uma multiplicidade de vias, expondo o trabalhador. Cada caso tem sua toxicologia específica, sendo também possível agrupá-los em famílias químicas, quando de importância toxicológica (hidrocarbonetos aromáticos, por exemplo);

As “vias de ingresso” ou de contato com o organismo consideradas tradicionalmente são as vias respiratória (inalação), cutânea (por meio da pele intacta) e digestiva (ingestão). A respiratória é a de maior importância industrial, seguida da via cutânea;

Os agentes biológicos são representados por todas as classes de microorganismos patogênicos (algumas vezes adicionados de organismos mais complexos, como insetos e animais peçonhentos): vírus, bactérias, fungos;

Para bem realizar a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle dos agentes ambientais são necessárias múltiplas ciências, tecnologias e especialidades. Para a avaliação e o controle, é importante a engenharia; na avaliação, também se exige o domínio dos recursos instrumentais de laboratório (química analítica); no entendimento da interação dos agentes com o organismo, a bioquímica, a toxicologia e a medicina. A compreensão da exposição do trabalhador a um certo agente passa pelas características físicas e/ou químicas dos agentes e pelo uso dessas ciências básicas;

O reconhecimento é um alerta; a adequada avaliação deve levar a uma decisão de tolerabilidade; os riscos intoleráveis devem sofrer uma ação de controle;

Para se conhecer sobre a intolerabilidade, valores de referência devem existir. É o conceito dos limites de exposição;

O objetivo último da atuação em higiene ocupacional, uma vez que nem sempre se pode eliminar os riscos dos ambientes de trabalho, é o de se reduzir a exposição média de longo prazo de todos os trabalhadores, a todos os agentes ambientais, a valores tão baixos quanto razoavelmente exequível dentro de critérios definidos de tolerabilidade. Assim começaram a surgir outros conceitos;

Nem todos os agentes são medidos apenas por sua ação de longo prazo, sendo também importantes as exposições agudas (curto prazo). Pode-se perceber que devem variar os objetivos e formas de avaliação da exposição.

1.2 Detalhando Aspectos Básicos

Antecipar é...

• Trabalhar, com equipes de projeto, modificações ou ampliações, visando à detecção precoce de fatores de risco ligados a agentes ambientais e adotando opções de projeto que favoreçam sua eliminação ou controle;

• Rastrear e analisar todo novo produto químico a ser utilizado;

• Ditar normas preventivas para compradores, projetistas, contratadores de serviços, a fim de evitar exposições inadvertidas a agentes ambientais causadas pela má seleção de produtos, materiais e equipamentos.

Reconhecer é...

• Conhecer de novo. Isso significa que se deve ter conhecimento prévio dos agentes do ambiente de trabalho, ou seja, saber reconhecer os riscos presentes nos processos, materiais, operações associadas, manutenção, subprodutos, rejeitos, produto final, insumos;

• Estudar o processo, atividades e operações associadas e processos auxiliares, não apenas com os dados existentes na empresa, mas também conhecendo a literatura ocupacional específica a respeito deles, pois mesmo os técnicos dos processos podem desconhecer os riscos ambientais que estes produzem. Podem omitir, freqüentemente, detalhes que não julgam importantes para o higienista, mas justamente ligados a um risco;

• Transitar e observar incessantemente o local de trabalho, observando o que lhe é mostrado e o que não é. Andar “atrás” das coisas, em subsolos, casas de máquinas, porões de serviço, pode ser bastante instrutivo e revelador de riscos ambientais.

Avaliar é...

• Em forma simples, é poder emitir um juízo de tolerabilidade sobre uma exposição a um agente ambiental. Atualmente, a avaliação está inserida dentro de um processo que se convenciona chamar de Estratégia de Amostragem, o que é, evidentemente, muito mais que avaliar no sentido instrumental;

• Comparar a informação de exposição ambiental com um critério adequado, para obter o juízo de tolerabilidade. O critério é genericamente denominado de “limite de exposição ambiental”, ou limite de exposição.

Controlar é...

• Adotar medidas de engenharia sobre as fontes e trajetória do agente, atuando sobre os equipamentos e realizando ações específicas de controle, como projetos de ventilação industrial;

• Intervir sobre operações, reorientando-as para procedimentos que possam eliminar ou reduzir a exposição;

• Definir ações de controle no indivíduo, o que inclui a proteção individual.

2.0 Áreas de interação da higiene ocupacional

• Medicina ocupacional — interação evidente e mais forte, não há como desempenhar qualquer das disciplinas sem dialogar com o profissional da outra.

• Área de gestão ambiental — interação importante, pois os mesmos agentes já citados podem extrapolar o âmbito ocupacional (ambientes onde há trabalhadores expostos), tornando-se um problema de meio ambiente e comunidade.

• Ergonomia — como também é eminentemente multidisciplinar, a ergonomia apresenta várias interações, pois os mesmos agentes ambientais que significam risco na higiene serão fatores de desconforto na ergonomia (ruído, calor, iluminação). Não se deseja limitar a ergonomia à questão do conforto, pois há outras inadequações ergonômicas que geram doenças, mas evidenciar com os exemplos dados a interdisciplinaridade que existe.

CONCLUSÃO

Com esse trabalho podemos concluir que as técnicas de avaliação e estratégias de amostragem são de fundamental importância para o manuseio de agentes, bem como sua implementação e avaliação dentro da indústria.

REFERÊNCIAS

• AIHA. A strategy for assessing and managing occupational exposures.

Fairfax, 1998. FANTAZZINI, Mario L. Introdução à estratégia de amostragem de agentes ambientais. Material didático da disciplina “Estratégia de Amostragem”. Curso de Higiene Ocupacional. PECE –USP. São Paulo, 2003;

• Módulos didáticos do curso higiene ocupacional 1992 – 2003.

• Anais. [S.l]: Itsemap do Brasil, 2003.

• Prevenção de Riscos. Revista Proteção, n. 141/143, set./nov. 2003. (Série Estratégia de Amostragem).

• NIOSH 77-173. Occupational Exposure Strategy Sampling Manual.

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