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Agua Reagente

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Por:   •  22/3/2015  •  3.170 Palavras (13 Páginas)  •  305 Visualizações

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A importância da qualidade da água reagente no laboratório clínico

Maria Elizabete MendesI; Carla Costa FagundesII; Cláudio Campos do PortoIII; Laiz Cameirão BentoIV; Thiago Guarato Rodrigues CostaV; Ricardo Alexandre dos SantosVI; Nairo Massakazu SumitaVII

IDoutora em Medicina (Patologia); médica patologista clínica; chefe da Seção Técnica de Bioquímica de Sangue da Divisão de Laboratório Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (DLC/HC-FMUSP) (LIM-03 da Patologia Clínica); coordenadora do Núcleo de Qualidade e Sustentabilidade da DLC/HC-FMUSP

IIBiomédica (aprimoramento em Patologia Clínica no HC/FMUSP)

IIIFarmacêutico bioquímico; farmacêutico do Serviço de Bioquímica Clínica da DLC/HC-FMUSP

IVBiomédica (aprimoramento em Patologia Clínica no HC/FMUSP)

VBiomédico (aprimoramento em Patologia Clínica no HC/FMUSP)

VIFarmacêutico bioquímico; farmacêutico do Serviço de Bioquímica Clínica da DLC/HC-FMUSP

VIIDoutor em Medicina; professor da disciplina de Patologia Clínica da FMUSP; médico patologista clínico; diretor do Serviço de Bioquímica Clínica da DLC/HC-FMUSP (LIM-03 da Patologia Clínica); assessor médico em Bioquímica Clínica do Fleury Medicina e Saúde

Endereço para correspondência

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RESUMO

A água é um reagente utilizado na maioria dos testes laboratoriais e por isso deve seguir um padrão de controle de qualidade rigoroso. O fornecimento urbano de água apresenta moléculas orgânicas, íons inorgânicos, partículas, coloides, gases, bactérias e seus produtos, que podem alterar os resultados dos exames laboratoriais e causar eventuais erros e falhas mecânicas em equipamentos analíticos. Para remover essas impurezas, é necessário recorrer a uma combinação de tecnologias de purificação. Há várias organizações que especificam normas sobre a água reagente, a fim de minimizar sua interferência nos ensaios laboratoriais. A maioria dos laboratórios utiliza as normas estabelecidas pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) que classifica a água em: clinical laboratory reagent water (CLRW), special reagent water (SRW) e instrumental feed water (IFW). O monitoramento da qualidade é realizado pela determinação de resistividade, condutividade, carbono orgânico total (TOC), controle microbiológico e endotoxinas. Os parâmetros são avaliados de acordo com a periodicidade estabelecida pela norma utilizada. Neste artigo, discutem-se a importância da água utilizada nos procedimentos laboratoriais, o controle da qualidade e as interferências nos ensaios laboratoriais.

Unitermos: Água reagente, Tecnologias de purificação, Interferentes, Métodos de purificação de água.

Introdução

As decisões clínicas apoiam-se não somente no resultado do teste, mas na conjugação de sua história clínica com os sintomas. Os resultados laboratoriais de qualidade dependem da confiabilidade da instrumentação e da qualidade da água. Fatores analíticos precisam ser controlados e otimizados para reduzir o número de possíveis falhas que possam se refletir nos resultados(6).

A água é um elemento essencial que contribui para o desenvolvimento e a qualidade do laboratório. É o reagente mais utilizado na prática laboratorial(6). Em função da natureza química de sua molécula, as propriedades físicas e químicas da água diferem muito das de qualquer outra substância. Uma característica da água, no estado líquido, é a sua capacidade de dissolver substâncias polares ou iônicas para formar soluções aquosas. Ela tem forte poder de dissociação e, como consequência, o material dissolvido aumenta bastante a condutividade da água. Devido à sua capacidade térmica ser elevada (1 cal/ºC), ela é capaz de adquirir ou perder muito mais calor que outras substâncias comuns, quando submetida à mesma temperatura(1).

No laboratório, decorrem de suas propriedades as diversas aplicações: reconstituição de reagentes, diluições, soluções brancas ou padrões, preparação de soluções de enxágue e de tampões, confecção de meios de cultura, alimentação de analisadores automatizados, lavagem, sanitização e recuperação de utensílios. Portanto, esse fator analítico precisa ser controlado e otimizado para reduzir erros potenciais e garantir a qualidade dos resultados(2, 6).

Um dos principais problemas que afetam as atividades laboratoriais é a facilidade de contaminação da água. Há cinco tipos de contaminantes: material particulado e coloide, substâncias inorgânicas, compostos orgânicos dissolvidos, microrganismos com seus subprodutos (pirogênios) e gases(3, 4).

As águas de abastecimento urbano que alimentam os laboratórios contêm contaminantes como íons inorgânicos, moléculas orgânicas, partículas, coloides, gases, bactérias e seus produtos. Os íons inorgânicos podem afetar reações bioquímicas. As bactérias também podem interferir nas análises, seja diretamente ou pela ação de seus produtos, como os pirogênios, a atividade das nucleases e da fosfatase alcalina(3, 4).

Para atender ao desenvolvimento de novas tecnologias, a ampliação da sensibilidade dos testes em medicina laboratorial, várias entidades em nível internacional têm estabelecido parâmetros de qualidade para as aplicações da água reagente, a fim de minimizar suas interferências nos ensaios utilizados(5). Entre elas, estão Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), American Society for Testing and Materials (ASTM), Standard Methods for Analysis of Water and Wastewaters, United States Pharmacopeia (USP)(5, 7-9), American Chemical Society (ACS), British Standards Institute (BSI), International Organization for Standardization (ISO)(9), College of American Pathologists (CAP)(10), Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI)(6) e Organização Mundial da Saúde (OMS)(10). Essas especificações, envolvendo tipos,métodos deobtenção e controles necessários para a utilização correta, auxiliam as equipes que atuam nos laboratórios(11).

A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 302:2005, da ANVISA, preconiza que o laboratório clínico, em sua fase analítica, deve definir o grau de pureza da água reagente utilizada em suas análises, a forma de obtenção e o controle da qualidade(11).

Os padrões estabelecidos

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