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Cultivo De Tomate Para Industrialização

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Por:   •  11/4/2014  •  9.455 Palavras (38 Páginas)  •  1.411 Visualizações

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Cultivo de Tomate para Industrialização

Apresentação

A cadeia produtiva do tomate para processamento é provavelmente a mais importante entre todas as hortaliças cultivadas no Brasil. Em nosso País, o tomate para processamento industrial vem sendo cultivado desde o início do século XX, e vem sendo importante em várias regiões, como no Sudeste, no estado de São Paulo, na década de 50; no Nordeste, na década de 80; e mais recentemente no Centro-Oeste. Atualmente, o Brasil é o maior produtor de tomate para processamento industrial e o maior consumidor de produtos derivados de tomate na América do Sul.

A cadeia do tomate para processamento industrial vem sendo considerada eficiente e competitiva na atual conjuntura de mercado, mas estas condições favoráveis podem sofrer alterações significativas em curto espaço de tempo. Existem grandes desafios de ordem técnica e econômica que exigem esforços contínuos por parte do setor privado em parceria com instituições públicas, e mais recentemente desafios sociais e ambientais passaram também a ser considerados como altamente relevantes para esta cadeia produtiva. Por estas razões, a Embrapa Hortaliças lançou em 2000 o livro "Tomate para Processamento Industrial", de modo que todos os segmentos da cadeia produtiva tivessem acesso a informações básicas desta cultura. Em conseqüência, o tomate para processamento industrial também foi a cultura escolhida pela Embrapa Hortaliças para iniciar suas publicações no formato eletrônico, disponível por meio do site de nossa Unidade com acesso livre ao conteúdo. Os conhecimentos científicos e tecnológicos disponibilizados neste Sistema de Produção representam a contribuição da Embrapa Hortaliças a todos os segmentos deste importante setor.

Importância econômica

A produção mundial de tomate para processamento industrial no ano 2000 foi de aproximadamente 27 milhões de toneladas. O Brasil, um dos maiores produtores mundiais, produziu em 2002 cerca de 1,28 milhão de toneladas em uma área de 18,25 mil hectares, indicando que, atualmente, nossa produtividade média é de cerca de 70 t por hectare (Tabela 1).

A produção brasileira de tomate para industrialização, ou tomate rasteiro, começou em Pernambuco, no município de Pesqueira, no final do século XVlll. Porém, a cultura experimentou um grande impulso apenas a partir da década de 1950, no Estado de São Paulo, viabilizando a implantação de diversas agroindústrias. Na década de 80, ela expandiu-se na região Nordeste, especialmente em Pernambuco e no Norte da Bahia. Em virtude das condições climáticas favoráveis existentes naquela região, imaginou-se a possibilidade de cultivar o tomateiro durante um maior período do ano, com a expectativa de evitar a formação de estoques de polpa e reduzir o período de ociosidade da indústria na entressafra. A partir de 1991, ocorreu redução da área plantada, provocada pela maior oferta de polpa no mercado internacional e pelo ataque severo da traça-do-tomateiro (Tuta absoluta).

Atualmente, a maior área cultivada com tomate industrial está na região Centro-Oeste, onde o clima seco durante os meses de março a setembro favorece o cultivo do tomateiro. Os solos profundos e bem drenados e a topografia plana facilitam a mecanização e permitem o uso de grandes sistemas de irrigação.

Foto: João Bosco Carvalho da Silva

O cultivo do tomateiro exige um alto nível tecnológico e intensa utilização de mão-de-obra. Apesar do elevado índice de mecanização nas operações de preparo de solo, adubação, transplantio, irrigação e pulverização; é necessário empregar cerca de 100 homens-dia por hectare na execução das tarefas de capinas e colheitas manuais, o que dá a essa cultura elevada importância econômica e social.

Como todo produto destinado ao processamento em larga escala, os preços dos produtos derivados de tomate são muito influenciados pelo mercado internacional. Por isso, a tecnologia de produção deve buscar competitividade, reduzindo custos de produção e elevando os índices de produtividade e qualidade.

Foto: João Bosco Carvalho da Silva

Tabela 1. Área cultivada e produção brasileira de tomate industrial, 1990-2002

Ano Nordeste (PE/BA) São Paulo Cerrado (GO/MG) Brasil

Área Produção Área Produção Área Produção Área Produção

ha t ha T ha t ha t t/ha

1990 12.422 337.000 8.260 297.400 6.410 300.000 27.092 934.400 34,6

1991 6.877 291.000 7.620 301.000 5.050 168.000 19.547 760.000 38,9

1992 4.485 190.000 7.250 287.000 9.980 230.000 16.715 707.700 42,3

1993 5.200 180.000 5.690 237.360 6.314 273.000 17.204 690.300 40,1

1994 5.836 212.000 6.380 275.480 6.184 253.000 18.400 740.000 40,2

1995 6.000 235.500 5.560 267.300 6.000 258.500 17.560 761.300 43,2

1996 6.350 259.080 4.560 226.080 5.950 264.775 16.860 749.938 44,4

1997 8.600 160.000 4.407 322.538 9.300 613.000 22.307 1.095.538 49,0

1998 6.500 130.000 4.900 250.000 9.100 637.000 20.500 1.017.000 49,6

1999 2.850 106.000 4.300 238.000 13.400 951.000 20.550 1.295.000 63,0

2000 1.370 65.000 2.040 141.000 11.450 787.500 14.860 1.059500 66,9

2001 1.350 54.000 1.680 122.200 12.100 962.000 15.130 1.138.000 75,2

2002* 1.200 60.000 2.750 142.000 14.300 1.082.000 18.250 1.284.000 70,4

* Estimativa das indústrias

Fonte: Informações prestadas pelas Agroindústrias

Composição nutricional

O fruto do tomateiro possui em sua composição de 93% a 95% de água. Nos 5% a 7% restantes, encontram-se compostos inorgânicos, ácidos orgânicos, açúcares, sólidos insolúveis em álcool e outros compostos (Tabela 1).

Embora as vitaminas estejam presentes em uma pequena proporção do total da matéria seca, essas substâncias são importantes do ponto de vista nutricional

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