DISCAPACIDADE E O MERCADO DE TRABALHO: VISÃO SOCIAL COM REALIZAÇÕES E PROBLEMAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU[pic 1]

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI

DEFICIÊNCIA AUDITIVA E MERCADO DE TRABALHO:

UMA VISÃO SOCIAL COM CONQUISTAS

E DESAFIOS

RAQUEL AUGUSTO

Suzano – SP

2017

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU[pic 2]

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI

DEFICIÊNCIA AUDITIVA E MERCADO DE TRABALHO:

UMA VISÃO SOCIAL COM CONQUISTAS

E DESAFIOS

RAQUEL AUGUSTO

Artigo científico apresentado a FAVENI como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Instrumentalidade do Serviço Social

Suzano – SP

2017

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DEFICIÊNCIA AUDITIVA E MERCADO DE TRABALHO: UMA VISÃO SOCIAL COM CONQUISTAS E DESAFIOS

Raquel Augusto

RESUMO

O processo de exclusão social de pessoas com deficiência é tão antigo quanto à socialização do homem. A estrutura das sociedades desde os seus primórdios, sempre inabilitou os portadores de deficiência, privando-os, de alguma forma, de liberdade. A história do homem reflete esse pensar discriminatório, pois é mais fácil apegar-se aos impedimentos do que enxergar potencialidades nas pessoas. Embora a lei que preconiza a inclusão de pessoas com deficiência nas empresas esteja com mais de vinte anos de existência, o preconceito ainda se faz presente no cenário organizacional, dificultando a entrada destes trabalhadores no mercado. O presente trabalho tem por objetivo investigar a deficiência auditiva, tendo como principal fator a dificuldade da comunicação e o preconceito impedindo muitas vezes que sejam contratados pelas empresas, mesmo amparados pela lei de cotas que assegura todos os direitos a todas as pessoas com qualquer tipo de deficiência. As empresas por não compreenderem a acessibilidade preferem contratar pessoas com qualquer outro tipo de deficiência e de preferência leve ou moderada ao invés de surdos, principalmente por não terem um intérprete de Libras e também porque os colaboradores ouvintes desconhecem a Língua de Sinais.

Palavra chave: comunicação, desafios, inclusão, discriminação e mercado de trabalho

1. INTRODUÇÃO

A escolha do tema para o Trabalho de Conclusão de Curso surgiu da experiência em um Projeto Social “Português para Surdos”, que vem desenvolvendo um trabalho com pessoas com deficiência desde 2009.

Participei do projeto em contato com vários tipos de Deficiência, mas o que chamou maior atenção foi com a Deficiência Auditiva, todos os tipos de deficiência os desafios e conquistas são grandes e no caso do surdo, a comunicação é um fator determinante para a exclusão.

Conforme os autores Cardoso, Rodrigues e Bachion:

A comunicação é um processo de interação no qual mensagens, ideias, sentimentos e emoções são compartilhados. A comunicação ocorre mediante o uso da palavra escrita ou falada, e, além disso, as pessoas pode utilizar-se de mecanismos não verbais, como gestos, expressões corporais, imagens, tato e outros signos (Cardoso, Rodrigues, & Bachion, 2006).

Na sala de aula com ajuda do intérprete comentavam como se sentiam excluídos na empresa que trabalhavam, até mesmo uma aluna surda comentou que trabalhava em uma empresa muito bem conceituada no mercado como Auxiliar Administrativo, juntamente com outros surdos, mas não exercia a função que constava em sua Carteira Profissional porque a empresa contratou uma empresa de confecção para que estes ficassem fazendo tererê ao invés de exercerem a rotina administrativa pelo qual haviam sido contratados.

Isso me trouxe muitos questionamentos. Será que as empresas não estão preparadas para receber este público com deficiência auditiva? Quais são as barreiras enfrentadas? Existem cursos de capacitação para que sejam inseridos no mercado de trabalho?

Sendo assim, como objeto de estudo será abordado a Deficiência Auditiva, fazer o levantamento de como é o ingresso e a permanência dos surdos no Mercado de Trabalho dentro dos moldes da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e da Lei de Cotas.

Segundo (GIL, 2002, p.11) diz que não é só a empresa contratar pessoas com deficiência, mas também é importante oferecer oportunidades para que desenvolvam o seu talento, dentro dos critérios estabelecidos.

O estudo será realizado através de livros, pesquisas bibliográficas retiradas da internet, questionário a ser respondido pelos surdos, entrevista com profissionais de uma ONG que oferece o curso de capacitação para surdos e também com uma profissional de uma empresa que liderava uma equipe de surdos.

1. UM POUCO DE HISTÓRIA

Pessoa com deficiência define-se como a pessoa que sofreu perda ou possua anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatomicamente considerada incapazes para o desempenho de atividades.

Toda a pessoa com deficiência tem-se os mesmos direitos como qualquer outra pessoa, independente de qual seja sua deficiência, tem as mesmas necessidades de aprender, crescer como pessoa e capazes de vivenciar as mesmas experiências.

Considera-se como deficiência auditiva toda pessoa que tenha a perda parcial ou total da capacidade de detectar sons, causada pela má formação (causa genética), lesão na orelha ou na composição do aparelho auditivo, tendo a dificuldade de compreensão das palavras.

O que se sabe sobre o deficiente auditivo ou mais conhecido como surdo é que aos poucos vem conquistando seu espaço que lhe é devido nas sociedades.

Antes de tudo cito trecho do artigo produzido pela autora Nascimento, um professor surdo da França, Berthier escreveu que:

“Inicia a história na antigüidade, relatando as conhecidas atrocidades realizadas contra os surdos pelos espartanos, que condenavam a criança a sofrer a mesma morte reservada ao retardado ou ao deformado: "A infortunada criança era prontamente asfixiada ou tinha sua garganta cortada ou era lançada de um precipício para dentro das ondas. Era uma traição poupar uma criatura de quem a nação nada poderia esperar" (BERTHIER, 1984, p.165).