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Fase Imperialista do Capitalismo Monopolista

Por:   •  27/4/2015  •  Dissertação  •  898 Palavras (4 Páginas)  •  302 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL

Disciplina: Fundamentos históricos teóricos­metodológicos do Serviço Social I

Horário: 14h­18h (quintas­feiras) Período 2/2014

Professora: Priscila Keiko

Alunas: Alessandra Alves e Ingrid Lucchese

A fase imperialista do Capitalismo Monopolista tem como características a centralização do mercado dos monopólios, parasistismo da burguesia, o crescimento do Exército Industrial de Reserva, devido a substituição de boa parte da mão de obra humana por novas maquinarias, a centralização da acumulação capitalista, aumento no valor dos produtos monopolizados, etc. Há um aumento das contradições do sistema capitalista e o Estado assume novas funções, que surgem para assegurar os interesses econômicos desta nova fase (pois o Capitalismo Monopolista necessita que se conserve a força de trabalho, ocupada ou não, e que essa força de trabalho seja composta de consumidores, para estabilizar os conflitos entre as classes). Uma destas funções é o controle das expressões da Questão Social, que o Estado assume para alcançar seu objetivo de assegurar os interesses do Capitalismo Monopolista. A maneira que se lida com essas questões é a partir de políticas sociais, onde são focalizadas, com caráter moralizante e psicologizante e cria campos de trabalho para agentes sociais atuarem nas políticas sociais e assim, enquadrá-los nas demandas institucionais, tendo que obedecer à determinada carga horária, vendendo sua força de trabalho. A Questão Social e suas expressões, são vistas como dilemas morais e mentais, pois garantem o controle da classe trabalhadora via consenso, possibilitando sua exploração. O contexto histórico é o que possibilita o surgimento da profissão, devido a demanda por formas de se manter a ordem burguesa na sociedade, e o assistente social atua na reprodução das relações sociais, que está relacionada a moral, aos valores, a política, a cultura, etc. e é atuando nessa área que se tem o controle da vida social. Em 1981 surge a Rerum Novarum e sua característica no que diz respeito à Igreja Católica é que a Igreja visava uma reforma social para moralizar os indivídos, restaurar as instituições cristãs, criar obras de caridade para o operário e aliviar a prostração e a pobreza. Em 1930, desce a República e sobe o Governo provisório de Vargas. Em 31, surge a Quadragesimo Anno que reforça o pensamento da Rerum Novarum e tem um papel fundamental na formação do perfil do Assistente Social. Além disso, reafirma a importância de combater a secularização (perda de influência da Igreja na sociedade) e o paganismo; influencia na criação das primeiras Escolas de Serviço Social e contribui com o surgimento da União Católica Internacional de Serviço Social, onde se tem a importância do trabalho dos intelectuais e dos profissionais católicos na doutrina social e sua propagação. Nessa época não há expressões da Questão Social, há problemas sociais (sem divisão de classes) e a Igreja quer aperfeiçoar a ajuda/caridade. Em suma, a Quadragesimo Anno surge com com as pressões políticas da Igreja em cima do Estado, que considera a Igreja hegemônica, pricipalmente depois de por Nossa Senhora aparecida como padroeira do Brasil. Tem­-se a dificuldade de produzir um discurso que se diferencie da ação católica. Há um obscurecimento da realidade e da atuação do Assistente Social. Vargas tenta reivindicar a hegemonia da Igreja e acaba com os sindicatos católicos, mas a Igreja começa a atuar nas Vilas Operárias. A Igreja precisa ter ligações com o Estado cada vez mais fortes e percebe que para isso deve "casar" com a perspectiva de sociedade. Em 1932 cria o Centro de Estudos e Ação Social (CEAS) com o objetivo de promover a formação com base na doutrina social da igreja, intervir numa perspectiva ideológica e uma prática homogênea. Em 34, a Constituição Federalista define o Brasil como Estado Laico. Em 1935, surge a Ação Católica Brasileira. A primeira ação do CEAS é a criação da Primeira Escola de Serviço Social em São Paulo em 1936. É um curso intensivo de formação social para moças da alta burguesia que segue um movimento laico intervindo na Questão Social visando o aprimoramento/qualificação da mão­ de­ obra e a especialização. A primeira Escola de Serviço Social reproduz a ideologia/formação/pré­conceitos da Igreja. A vantagem para a Igreja é que ela pode intervir nas políticas sociais e espalhar o laicato. O laicato não é mais uma intervenção junto aos miseráveis e desvalidos, mas na classe operária. É um prisma assistencial e caridoso da ideologia católica. Apesar do surgimento do Serviço Social se dar a partir dos interesses do Capitalismo Monopolista, da manutneção deste sistema, já existiam pessoas que atuavam nos serviços sociais como damas de caridade/filantropia/camadas da Igreja Católica. Não eram trabalhos qualificados, não era um trabalho organizado, não havia venda da força de trabalho, logo, não se podia considerar que essas pessoas que lidavam com as expresões da questão social eram assistentes sociais. A profissão só surge com a profissionalização, a qualificação da força de trabalho e a venda dessa força; só se torna uma profissão legítima a partir da intervenção do Estado. Porém o que se carrega desse trabalho de caridade e filantropia que existia previamente ao surgimento da profissão é o perfil do trabalhador, que age de maneira moralizante, psicologizante e com um caráter filantrópico, e ainda se carrega características desse perfil de trabalhador até hoje no Serviço Social, mesmo após o movimento de reconceituação da profissão, pois diversas características ainda estão muitas vezes enraizadas nos processos de formação dos assistentes sociais. Tendo-­se assim a reprodução do pensamento de culpabilização do indivíduo pelos problemas sociais que enfrenta.

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