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Flúor Na água De Abastecimento Urbano

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Por:   •  1/11/2014  •  1.861 Palavras (8 Páginas)  •  292 Visualizações

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A fluoretação das águas de abastecimento urbano frente aos seus benefícios e desvantagens: uma revisão de literatura

A fluoretação da água de abastecimento público, prevista em lei federal no Brasil a partir de 1974, foi uma medida tomada visando melhores condições de saúde para a população através da adição de flúor à água de forma controlada, com o objetivo de reduzir a incidência de cárie dentária. Com o decorrer dos anos, tal ação vem sendo amplamente questionada no que diz respeito à eficácia, posição democrática, justiça ambiental, efeitos adversos, custo, entre outros. Dessa forma é oportuno elaborar essa revisão bibliográfica com a finalidade de se obter alguma conclusão através da exposição de diferentes resultados e opiniões de pesquisadores.

Apesar dos comprovados benefícios da água fluoretada, os grupos opositores à sua continuação afirmam que consequências de tal processo seriam a fratura óssea (competitividade do flúor com o cálcio no corpo humano), câncer, envelhecimento precoce, síndrome de Down, problemas cardíacos, baixa inteligência, infertilidade, mal de Alzheimer, anomalias congênitas, problemas renais, bócio e reações alérgicas. Nesse contexto, EIDELWEIN (2010, apud Tchernitchin, 2004) relata que a fluoretação seria benéfica até a adolescência, entretanto de certo modo inconveniente em idades mais avançadas, quando há maior incidência de fraturas ósseas e menor imunidade. Um contra-argumento à afirmação seria o fato de que os defensores da utilização do flúor visam seu uso em níveis baixos, dentro dos padrões já estudados e provados como não tóxicos.

Tais níveis foram abordados em um artigo publicado no XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental, onde NOLL (2000) cita que um questionamento presente na atualidade diz respeito à faixa de adequação aos teores de flúor agregado nas águas, pois tradicionalmente têm sido usados critérios desenvolvidos na década de 50, que variam a quantidade de flúor aplicado com a média de temperatura máxima do ar. É necessário, portanto, a adequação desses valores para a realidade atual, principalmente porque reações adversas tem sido motivo de pesquisa e contradições. Nesse contexto, o Rio Grande do Sul se destaca como pioneiro na implantação da fluoretação com concentrações adequadas, através de um sistema de vigilância dos teores de flúor nas águas realizado pela CORSAN (Companhia Riograndense de Saneamento), exemplo de controle analítico e operacional para todo o Brasil. Com base em Frazão, Peres e Cury (2011), o flúor em níveis normais com relação à diminuição da cárie é de 40% a 70% e tem poder para reduzir as perdas de dentes em adultos em 40% a 60%, e devido a isso, se dá a importância de manter o flúor na água com o nível estabelecido.

Segundo LOPES et al(2012), os resultados positivos da fluoretação das águas de abastecimento público estão condicionados à fiscalização e manutenção feita pelos órgãos públicos, impondo respeito aos parâmetros, limites seguros de dosagens e manutenção de níveis do flúor, já que o excesso da substância no meio bucal pode causar diferentes reações como, por exemplo, a fluorose dentária. O autor ainda defende que a adição de flúor nas águas de abastecimento de forma responsável é o melhor meio de prevenção da cárie por não depender de uma atividade individual por parte das comunidades.

Com base em Frazão, Peres e Cury (2011) O flúor na água em níveis normais em relação à diminuição da cárie é de 40% a 70% e tem poder para reduzir as perdas de dentes em adultos em 40% a 60%, e devido a isso, se dá a importância de manter o flúor na água com o nível controlado evitando seus efeitos colaterais e obtendo êxito.

No que concerne à relação da fluoretação com geração de células cancerígenas e absorção deficiente de cálcio, NUNES (2004, apud HOOVER et al., 1991) afirma que não houveram evidências de modo a comprovar uma relação do flúor com o câncer. Além disso, o autor descreve que a partir da avaliação de 33 publicações encontradas na Medline se concluiu que flúor até 1ppm não teria efeito na incidência de fratura de ossos.

É oportuno ressaltar também que segundo EIDELWEIN (2010), os opositores à intervenção objeto de estudo baseiam-se em pesquisas de baixa qualidade, abordando muitas vezes concentrações de flúor bem maiores do que às recomendadas, resultando em resultados inconsistentes. EIDELWEIN (2010, apud Mc Donagh et al., 2000) mostra ainda que em avaliação sistemática citada, as avaliações de efeitos negativos da fluoretação teriam nível de evidência C. Ainda no mesmo artigo, a autora cita diversas literaturas que mostram inexistir evidências científicas que sustentem qualquer um dos efeitos adversos defendidos pelos opositores.

Em contrapartida, a autora supracitada destaca que ao longo dos anos houve uma diminuição do poder preventivo da água fluoretada devido à disponibilidade de outras fontes de flúor, como os cremes dentais fluoretados (que representam 20 a 40% na redução de cáries), contribuindo com a relativização do seu impacto contra à incidência de cáries. Estudos feitos na época em que uma das únicas fontes de flúor seria a água afirmavam existir uma redução de 50 a 60% da incidência de cáries em crianças, enquanto o poder preventivo se aproximaria atualmente de 20%.

Segundo NARVAI(2004), a fluoretação deve ser considerada um direito de cidadania, pois “mesmo apresentando características socioeconômicas semelhantes, e mesmo que expostas a outras fontes de flúor (como dentifrícios, (por exemplo), populações privadas do benefício da fluoretação das águas apresentaram um valor 34,2% maior para o índice CPO%”, leia-se CPO como índice de ataque de cáries.

Ainda nesse contexto, é afirmado no artigo citado acima que mesmo quando outras medidas preventivas agem simultaneamente, há reconhecimento de que, ainda assim, é a fluoretação da água o método de maior abrangência. Ademais, estudos recentes comprovam que a fluoretação das águas de abastecimento beneficia mais aqueles que mais precisam dela, sendo seu impacto preventivo acentuado quanto maior for a desigualdade social, tanto em dentes de leite quanto em dentes permanentes.

EIDELWEIN (2010) mostra argumentos a favor e contra a medida de saúde pública abordada, ressaltando também a importância de se levar em conta outros benefícios imensuráveis da presença do flúor na água de abastecimento, como a redução da velocidade de progressão da cárie, a existência de cáries menos complexas e a continuidade do benefício na vida adulta.

Já os opositores preferem a descontinuação da fluoretação

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