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Fruto Pequi

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Por:   •  27/3/2015  •  2.748 Palavras (11 Páginas)  •  238 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O Cerrado com seu clima, vegetação e solo típico contribuem para apresentar uma das floras mais ricas, dentre as savanas do mundo. As frutas nativas deste bioma estão sendo cada vez mais comercializadas, seja na forma in natura ou incorporadas a outros subprodutos. Um destes frutos, muito apreciado na culinária regional, é o pequi.

O pequi (Caryocar brasiliense) adapta-se às condições ecológicas mais diversas, ocorrendo em toda região de Cerrado (Pará, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, São Paulo, Minas Gerais e Paraná) e, também, em alguns Estados nordestinos (Piauí, Ceará e Maranhão).

Sua frutificação ocorre de janeiro a março, porém, pode se encontrar frutos fora de época. A produção é maior em períodos de seca e, na presença de chuvas há irregularidade de frutificação. Os frutos são colhidos no solo e certos pequizeiros produzem mais de 6.000 frutos (Almeida & Silva 1994, Lima et al. 2007).

O fruto é chamado de pequi que, em língua indígena da região, significa “casca espinhenta”. Segundo Almeida et al., (1998), a floração ocorre de agosto a novembro pelo período de chuvas e sua frutificação predomina de novembro a fevereiro.

Atualmente, a exploração econômica do pequi é considerada prática ambientalmente sustentável. A importância socioeconômica é verificada no conjunto de atividades que incluem a coleta, transporte, beneficiamento, comercialização e consumo, tanto do fruto in natura quanto dos produtos derivados (Rocha et al. 2008). No Estado de Goiás chega a ser espécie é protegida por lei (Portaria N° 54, de 05/03/1987 - IBDF - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal), o que impede o seu corte e comercialização em todo território nacional, mas vem sendo dizimada, principalmente, nas áreas de expansão agrícola

Os frutos alcançam a maturidade entre três e quatro meses após a floração. A dispersão dos frutos é realizada por dois vetores, um marsupial-gambá de orelha branca (Didelphis albiventris) e um corvídeo-gralha do cerrado (Cyanocorax cristatellus) (Gabriel, 1986 apud Almeida et al., 1998). O fruto, do tamanho de uma pequena laranja, está maduro quando sua casca, que permanece sempre da mesma cor verde-amarelada, amolece.

Partida a casca, encontram-se, em cada fruto, uma, duas, três ou quatro amêndoas tenras envoltas por uma polpa amarela, branca ou rósea, o verdadeiro atrativo da planta. A única contra-indicação são os espinhos finos, minúsculos e penetrantes existentes bem no núcleo do caroço, sendo preciso muito cuidado ao mastigá-lo para chupar a polpa. (Figura 02).

Figura 01 – Pequizeiro

Figura 02 – Fruto do Pequizeiro

CULTIVO E CONSUMO

O pequizeiro é uma planta muito versátil, no que diz respeito às suas utilidades, pois dela se aproveita praticamente tudo.

O pequi é muito apreciado como pratos típicos regionais: o arroz, o frango e o feijão cozidos com pequi são alguns dos prato; como o licor de pequi tem fama nacional; e há, também, uma boa variedade de receitas de doces aromatizados com seu sabor

Como uso medicinal é usado na sua região contra bronquites, gripes e resfriados e no controle de tumores. É comum o óleo ser usada associado a outras substancias como expectorante. O chá das folhas é tido como regulador do fluxo menstrual. Na indústria cosmética, fabricam-se cada vez mais cremes para a pele tendo o pequi como componente. O potencial forrageiro foi evidenciado quando fragmentos de folha foram encontrados em fístula esofágica de bovino (Macedo et al., 1978 apud Almeida et al., 1998). Os frutos também são ingeridos pelos bovinos, mas em função do endocarpo espinhoso, podem ocorrer acidentes. As flores são importantes para alimentação de animais silvestres como: paca, veado-campeiro e mateiro, e as árvores floridas são utilizadas como pontos de espera da caça. Da casca e das folhas extraem-se corantes amarelos de ótima qualidade, empregados pelos tecelões em tinturaria caseira (Silva Filho, 1992 apud Almeida et al., 1998). A madeira é própria para xilografia, construção civil e naval, construção de esteios de curral, mourões e dormentes. Também é usada na fabricação de móveis, além de ser fonte de carvão para siderurgias. A planta é melífera e ornamental.

O fruto in natura é destinado ao consumo na culinária típica e a pequenos fabricantes de conservas vegetais, que processam, sem o conhecimento técnico necessário, colocando em risco a saúde do consumidor e,com isso, a credibilidade do produto (Silva et al., 2001).

Outra forma que essas famílias que catam pequi utilizam para aumentar a renda é a extração do óleo, que é feita, às vezes, com o fruto que foi catado e não vendido in natura.

Na produção de mudas, a maior dificuldade está na demora para a germinação, que só ocorre entre 120 e 360 dias após a semeadura. Para acelerar o processo, submetem-se os caroços a um tratamento antes de semeá-los. Recomenda-se a imersão em uma solução com ácido giberélico, encontrado nas lojas de materiais agrícolas com o nome de Progib.A proporção da solução é de 1,5 litro de água para 1 grama de ácido giberélico. Um envelope contém 10 gramas de produto, mas somente 1 grama do ácido (princípio ativo). Os caroços de pequi, obtidos à partir de frutos maduros, são colocados na solução após despolpados e secos à sombra em local ventilado. O período de imersão é de 36 horas. Com isso, reduz-se o tempo de germinação para cada de 40 dias. (globorural.globo.com).

O processo utilizado para a extração é muito rudimentar e com baixa produção, produtividade e qualidade. O óleo obtido é vendido nos centros de comercialização, CEASA e mercados municipais, também a preços baixos, além da venda a atravessadores que revendem o produto com nova embalagem e a preços significativamente maiores. Há também um mercado para a indústria cosmética que exige determinadas características para o óleo que o processo utilizado de extração não proporciona; quando consegue atingir essas características, o extrativista não tem acesso direto à empresa e sim ao atravessador (Silva et al., 2001).

POTENCIAL ECONÔMICO

O pequi exerce uma grande influência na renda dos agricultores habitantes dos cerrados.

Essa fruta vendida in natura na beira da estrada representa 40,7% da renda anual do

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