Movimento de Reconceituação

O Movimento de Reconceituação do Serviço Social

Nos anos 60 com as propostas desenvolvimentistas, com a intensificação da expansão do capitalismo mundial, o subdesenvolvimento dos países do Terceiro Mundo veio à tona trazendo um grande crescimento na desigualdade social. No Brasil, o clima era de transformações para a modernidade, a Aliança para o Progresso – vindo dos Estados Unidos era uma ideia desenvolvimentista para superar o atraso do país.

Visto que o Serviço Social não dava conta das questões sociais, os assistentes sociais começaram a questionar sua profissão inclusive a sua prática profissional. Pouco a pouco os assistentes sociais tomaram nota da impossibilidade de trabalhar com os métodos e técnicas vindo de outra realidade social, que existia uma grande diferença entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos e então, passaram a criticar sua forma de trabalho, seus métodos que não estavam de acordo com a realidade social.

O Movimento de revolucionário chamado de Reconceituação foi um marco para a história do Serviço Social, o processo foi dado nos países latino-americanos a partir da década de 60 como tentativa de ruptura com o conservadorismo, com a alienação da ordem dominante, com os métodos e técnicas vindo do Estados Unidos, visto que a visão tradicional e conservadora não conseguia responder aos questionamentos sociais com uma renovação teórico-prático, com métodos críticos e  reavaliar as bases teórico-metodológicas, reformulações políticas, era necessário implantar um novo projeto profissional com propostas de intervenção que se comprometesse com a classe trabalhadora

Esse movimento representou uma mudança na profissão, porém não sendo um movimento homogêneo visto que uma categoria era desejosa por uma revolução transformadora e outra, uma modernização porém, conservadora Um processo de transformações

A primeira conquista do movimento foi a reivindicação do profissional para planejamentos de projetos de atividades, pesquisas e não somente um executor de tarefas. O movimento passou por 3 vertentes: a perspectiva modernizadora que excluía as tendências conservadoras e com a intenção de responder as demandas

Com a ligação do Serviço Social ao desenvolvimento, é representada pelos Seminário de Araxá e Teresópolis; a reatualização do conservadorismo com a negação do positivismo e as vertentes crítico-dialético, fundamenta-se na fenomenologia, valorizando a transformação dos indivíduos- é representada pelos Seminário de Sumaré e Alto da Boa vista; e a intenção de ruptura que é romper com o pensamento conservador, fundamentado na perspectiva marxista com a consciência da sociedade de classes e uma melhor compreensão da sociedade.

Devido as mudanças sociais, como por exemplo, no Brasil em que se manifestava a Ditadura, a Reconceituação foi abafada, por causa das repressões e torturas e em meados dos anos 70, voltou a ser tornar assunto incompleto porém inadiável

Resultando num Serviço Social crítico, mais comprometido com a massa trabalhadora, realizando projetos e pesquisas, formulação de políticas públicas e com a implementação do projeto ético-político. O projeto ético político foi construído na década de 70, um projeto societário que engloba valores, que visa à emancipação da sociedade e que ainda hoje se encontra em construção.