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O Ensino Da Física A Partir Da 5ª série Do Ensino Fundamental

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Por:   •  15/5/2014  •  9.853 Palavras (40 Páginas)  •  470 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Neste trabalho enfatiza-se a questão dos “primeiros contatos” da criança com a Física, que como disciplina é apresentada oficialmente ao aluno quando ele está terminando o ensino fundamental, isto é, na 8ª série. No 3º ciclo do ensino fundamental, que correspondem a 5ª e 6ª série, dentro do conteúdo de ciências o aluno tem um contato superficial e “descontextualizado” com a Física e com a Química.

O ensino de Física e Química ganha papel de destaque na última série do ensino fundamental, pelo fato de permitir ao aluno o primeiro contato formal, além de encarregar-se do dever de complementar a formação em ciências do educando, “assegurando-lhe a formação indispensável para o exercício da cidadania e fornecendo-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores” (LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96).

O processo de aprendizagem caracterizado por David Ausubel (PSICOLOGIAS, 1998, pág. 102), recebe duas designações: aprendizagem mecânica e aprendizagem significativa. A primeira “refere-se à aprendizagem de novas informações com pouca ou nenhuma associação com conceitos já existentes na estrutura cognitiva” e a segunda, “processa-se quando um novo conteúdo (idéia ou informação) relacionam-se com conteúdos relevante, claros e disponíveis na estrutura cognitiva, sendo assim assimilada por ela”.

A definição de aprendizagem significativa segundo David Ausubel servirá como fulcro à assimilação e, posteriormente, como ponto de ancoragem para os conteúdos que acarretam, de acordo com as concepções de Karl Rogers, a educação do homem:

O único homem educado é o homem que aprendeu a aprender; o homem que aprendeu a adaptar-se e mudar, que percebeu que nenhum conhecimento é seguro e que só o processo de buscar conhecimento dá alguma base para segurança (Karl Rogers, 1978, pág. 176 a 177).

O termo aprendizagem é alvo de várias distorções quanto a sua definição. Para os teóricos do comportamento humano ela é fruto de suas conseqüências comportamentais e enfatizam as condições ambientais como agente determinante desse processo. Já para os teóricos cognitivistas, destacando Piaget e Vygotsky, a mesma se faz a partir do processo relacionista do sujeito com o externo, onde se aprende abstraindo de nossas experiências.

Os pressupostos teóricos para a definição da proposta do referido trabalho, a qual será desenvolvida no capítulo VI, estão em consonância com a abordagem de Jean Piaget em relação ao período de desenvolvimento humano - período das operações formais (a adolescência – 11 ou 12 anos em diante), já que em condições normais a maioria das crianças ao ingressarem no 3º ciclo, mais precisamente na 5ª série do ensino fundamental está nessa faixa etária, pois segundo o Art. 6º da LDB (Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional): “è dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade no ensino fundamental”. Assim, ingressando a partir dessa idade nesse nível de ensino e tendo a criança um desempenho normal, ou seja, sem repetições ou promoções, após quatro anos estará apto a ser matriculado na 5ª série e também a assimilar ativamente o que lhe for “oferecido” mediante as diversas interações com o mais distintos ambientes, inclusive, o escolar. No município de Paragominas-Pa só é possível o ingresso da criança que tenha sete anos de idade ou que vai completar até o dia 30 de junho do ano letivo. De acordo com dados da SEMEC (Secretaria Municipal de Educação e Cultura) a média de idade para o ingresso na 5ª série, é de onze anos. Ao tratar do período das operações formais Jean Piaget afirma que:

Neste período ocorre à passagem do pensamento concreto para o pensamento formal, abstrato, isto é, o adolescente realiza as operações no plano das idéias, sem necessitar de manipulação ou referências concretas, como no período anterior. É capaz de lidar com conceitos como liberdade, justiça etc. O adolescente domina, progressivamente, a capacidade de abstrair e generalizar, cria teorias sobre o mundo, principalmente sobre aspectos que gostaria de reformular. Isso é possível graças à capacidade de reflexão espontânea e cada vez mais deslocada do real. É capaz de tirar conclusões de puras hipóteses (BOCK, 1995, p. 89).

Karl Rogers ao desenvolve uma abordagem sobre o processo ensino aprendizagem, lança sobre o professor o papel de facilitador de aprendizagem, onde este funciona como um recurso vivo, apenas isso; mas como tal esse papel só pode funcionar em uma relação interpessoal com o aprendiz. Surge, assim, uma questão determinante para o progresso do ensino de Física: as dificuldades do ensino de Física.

Só de um contexto interpessoal no qual a aprendizagem seja facilitada surgirão “verdadeiros estudantes, reais aprendizes, cientistas e intelectuais criativos e praticantes, indivíduos da espécie capazes de viver em um equilíbrio delicado, mas sempre mutável, entre o que é atualmente conhecido e os fluentes, móveis e mutáveis problemas e fatos do futuro (Karl Rogers, apud MILHOLLAN, 1978. P. 117)

Considerando a complexidade dos conceitos físicos e a dificuldade da maioria dos alunos em compreendê-los, ressalta-se a linguagem utilizada para descrição dos seus fenômenos: a Matemática como uma das dificuldades restrita ao professor. Por isso, há preocupações em como superar as dificuldades e resistências ocasionadas pelos agentes humanos envolvidos nos processos de inovação e desenvolvimento curricular que muitas vezes estas são problemas, não das escolas, mas da sociedade como um todo.

É com base nesses aspectos e por acreditar em uma educação que percebe a criança como ser capaz de construir conhecimentos inerentes à física, que lança-se a proposta através deste trabalho que visa à inserção do ensino da Física a partir do 3º ciclo do ensino fundamental nas escolas da rede pública de Paragominas-Pa, de maneira que os estudantes tenham um contato “antecipado” com essa ciência e, posteriormente, construam uma imagem mais positiva da mesma. A idéia é que este ensino seja ministrado diferentemente do ensino atual que é desenvolvido com um direcionamento a um formalismo matemático, ou seja, uma Física/Matemática. O ensino deve ser promovido em um contexto interdisciplinar, no qual a disciplina poderá ser ministrada a partir de uma subdivisão da disciplina Ciências em Biologia, Química e Física, contribuindo para a desestruturação do individualismo contextual do ensino atual, já que a subdivisão é da disciplina não do contexto. Segundo a (REVISTA

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