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O desenvolvimento do Serviço Social no mundo, na America Latina e no Brasil

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Por:   •  15/5/2014  •  Relatório de pesquisa  •  2.302 Palavras (10 Páginas)  •  409 Visualizações

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DESAFIO DE APRENDIZAGEM

Disciplina: Fundamentos Históricos Metodológicos do Serviço Social

Professoras EAD: Ma. Elaine Cristina Vaz Gomes

Ma. Laura Marcia Rosa dos Santos

Grupo de Acadêmicos:

Pólo:

2º Semestre – Serviço Social

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento do Serviço Social no mundo, na America Latina e no Brasil

Segundo Carlos Montaño (1998), a natureza do Serviço Social apresenta duas teses claramente opostas sobre a natureza profissional: Perspectiva Endógena e Perspectiva Histórico-crítica.

Na Perspectiva Endógena ou Conservadora a origem do Serviço Social está relacionada à evolução, organização e profissionalização da caridade e da filantropia, das damas de caridade (moças de famílias ricas), através do humanismo cristão, enfocando, sobretudo, questões de natureza moral e orientação conservadora. Os defensores dessa tese apóiam-se na idéia de evolução das primeiras formas de ajuda, desde a Antigüidade até a cientificidade da filantropia que dá origem ao Serviço Social.

Eles colocam em evidência a história do Serviço Social, num evoluir nem sempre tranquilo, mas mantendo inalterado o objetivo da coesão social no qual seus conhecimentos e experiências estão a serviço dos indivíduos, dos grupos, das comunidades e da sociedade objetivando a modelação do comportamento humano.

Neste contexto a ação profissional está atrelada à resolução dos conflitos individuais ou coletivos dos trabalhadores, almejando assegurar as relações de solidariedade que constituem a sociedade. Sendo assim a ação profissional está integrada a um conjunto de políticas e instituições dedicadas à promoção da coesão social e na manutenção da realidade dominante. Vieira (1977, p. 13-14) concebe o Serviço Social como ajuda ou auxilio aos outros, independente das manifestações sociais, desconsiderando as manifestações dos trabalhadores e a relação capital/trabalho.

Segundo ela, a industrialização, que ela chamou de fatores imediatos (sociais, econômicos e políticos) e os fatores técnicos, com a introdução da Ciência, foram os dois fatores que contribuíram para a evolução da ajuda e da legitimação do Serviço Social

Com a influência do Serviço Social norte-americano e europeu, o conceito de Assistência Social evoluiu da assistência paliativa e curativa, passando a assistência mútua aos programas de bem-estar, a assistência individualizada e coletiva até a atuação profissional junto ao Estado “que assume a responsabilidade da cura ou prevenção de determinados males sociais, soluções de problemas e ação comunitária com planos de bem-estar, saúde, educação e desenvolvimento” (1977, p. 62)

A perspectiva histórico-crítica considera o trabalho e o modo de produção capitalista, como o berço da profissão. Assim é entendida como subproduto da síntese dos projetos político-econômicos, e esta está situada na sociedade capitalista como um elemento que participa da reprodução das relações de classe e da contradição nelas existente. Segundo Netto, o surgimento do Serviço Social como profissão, vincula-se à emergência da “questão social”, esta é conceituada pelo mesmo, como o conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos que reclamados pela classe operária no curso da consolidação do capitalismo; portanto a “questão social” está atrelada aos conflitos da relação capital/trabalho. Entretanto Netto ressalta que a gênese do Serviço Social não se esgota apenas com a emergência da “questão social”, mas especificamente ao momento histórico do capitalismo. (Netto, 1992, p.14).

Com as mobilizações e reivindicações da classe trabalhadora nas primeiras duas décadas do século passado, abre-se o debate sobre a “questão social” em toda sociedade, o que obriga o Estado, a Igreja e a burguesia a se posicionarem diante dela. Conforme Martinelli.

O proletariado avançava em seu processo organizativo, o que era visto com muita apreensão pela burguesia. Unindo-se ao Estado e a Igreja, como poderes organizados, a classe dominante procurava conceber estratégias, como força disciplinadora e desmobilizadora do movimento proletário. (IAMAMOTO, 2004, p. 19).

O Serviço Social tem em sua gênese, “marca profunda do capitalismo e do conjunto de variáveis: alienação, contradição e antagonismo que buscou afirmar-se historicamente como uma prática humanitária, sancionada pelo Estado e protegida pela Igreja, como uma mistificada ilusão de servir”. (Martinelli, 2001:6).

Segundo Iamamoto, ao contrário da idéia evolucionista da profissão o Serviço Social não pode ser entendido apenas como nova forma de exercer a caridade, mas, como forma de intervir ideologicamente na vida dos trabalhadores, ainda que sua base seja a atividade assistencial; porém seus efeitos são essencialmente políticos: através do “enquadramento dos trabalhadores nas relações sociais vigentes, reforçando a mutua colaboração entre capital e trabalho” (IAMAMOTO, 2004, p. 20).

Conforme Iamamoto (2004, p. 20-21), observa-se que diferentemente da caridade tradicional, a profissão propõe uma ação educativa, preventiva e curativa dos problemas sociais através de sua ação junto às famílias trabalhadoras. Mediante os elementos a autora enfatiza que o “Serviço Social emerge como uma atividade com bases mais doutrinarias que científica, no bojo de um movimento de cunho reformista-conservador” (IAMAMOTO, 2004, p. 21). E mesmo com o processo de secularização e ampliação do suporte técnico-científico da profissão, com o desenvolvimento das escolas e faculdades de Serviço Social, sob influência das Ciências Sociais no marco do pensamento conservador, do Serviço Social americano, não houve ruptura com os paradigmas da profissão.

Portanto, nesta perspectiva, o Serviço Social nasce do antagonismo entre os interesses da classe trabalhadora assalariada e da burguesia, tendo como norteadora as protoformas confessional e laica, que surgem da aliança entre as forças do Estado, Capital e Igreja, garantindo assim não só uma abordagem teórica e prática da profissão, como também as estratégias ideológicas de gestão dos movimentos sociais.

Assim, apesar de existir a diferença entre as duas perspectivas, não quer dizer

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