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Por:   •  23/5/2013  •  7.311 Palavras (30 Páginas)  •  391 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A árvore é o elemento fundamental no planejamento urbano, na medida em que define e estrutura o espaço, além de representar valores culturais da memória histórica das cidades (SANCHOTENE, 1994), sendo necessária também por representar bem-estar físico e psíquico, atendendo algumas necessidades das pessoas. Atua na composição dos ecossistemas urbanos como embasamento renovador de quase todas as formas de vida, não só mantendo-as, como as recriando, propiciando o desenvolvimento de um ambiente harmonioso (VERAS, 1985).

As árvores são referências marcantes da imagem de uma cidade. Analisando este aspecto, GOYA (1994) enfatizou que trocar as árvores presentes em um local é despi-lo de parte de sua memória, é mudar significativamente sua imagem, acrescentando que as árvores das cidades são parte integrante da memória urbana, sem a qual não se pode vislumbrar o futuro.

Segundo TRINDADE (2000), as árvores, em especial, por seus atributos marcantes formais (volume, cor e textura), funcionais (sombreamento, cheiro, alimentos, atração e abrigo da fauna) e temporais (crescimento, perenidade das folhas, floração e frutificação) definem e organizam o cenário urbano, individualizando os espaços de acordo com suas composições.

A paisagem ou o ambiente aberto apresenta estruturação semelhante ao ambiente fechado – as construções – quanto aos seus componentes: pisos, paredes e tetos. Na macropaisagem, em termos regionais, pode-se ver ambientes formados naturalmente com piso de solo natural, com paredes formadas por montanhas ou árvores e por teto formado pela abóbada celeste. Na paisagem urbana, pode-se ver ambientes, principalmente a rua, formados por paredes construídas – as casas -; pó pisos pavimentados – as ruas -; e tetos variados, mas ainda predominando a abóbada. Quando se utiliza vegetação, pode-se ter todos estes elementos estruturadores como pisos vegetais – os gramados -, as paredes formadas por sebes, árvores e cercas vivas e os tetos que podem ser formados por pergolados ou por árvores de formação horizontalizada (GONÇALVES & PAIVA, 2004).

De acordo com o Censo Demográfico de 2000 do IBGE, cerca de 82% da população brasileira viviam, naquela ocasião, em espaços considerados como urbanos (cidades e vilas), sendo, portanto, o Brasil um país predominantemente urbano, e que se urbaniza mais e mais, em grande velocidade. Nesse contexto, observa-se nos centros urbanos uma crescente descaracterização da fitofisionomia da região, com predominância de plantas exóticas ou estranhas à composição florística nativa da região (CHACEL, 1996). A consulta bibliográfica permite perceber, dentro do desenvolvimento urbano, a importância do planejamento, das medidas de condução e avaliação das árvores urbanas, com destaque à utilização das espécies nativas, preservando a história das cidades. MEUNIER et al. (1998) recomendaram a adoção de

um plano de manejo para as árvores urbanas de Recife, incluindo, entre outras prioridades, o plantio em praças considerando os valores culturais e a criação de um núcleo para o estudo de espécies potenciais para o meio urbano, com ênfase às árvores nativas.

Na realidade é nos grandes centros urbanos que o espaço construído pelo homem, a segunda natureza, alcança seu grau térmico. Quase tudo aí é artificial e, quando é algo natural, sempre acaba apresentando variações / modificações provocadas pela ação humana. O próprio clima das metrópoles, o chamado clima urbano, um tipo específico de microclima, constitui um exemplo disso, pois o clima recebe influência de fatores naturais e do impacto provocado por algumas atividades humanas. Nestas áreas formam-se as chamadas “ilhas de calor”, resultantes da poluição industrial e da emissão de monóxido de carbono (CO) dos automóveis. Tais gases formam nuvens que permanecem perto da superfície, retendo parte da radiação infravermelha responsável pelo aumento da temperatura. Segundo MEUNIER (2000), no Recife, a redução de áreas verdes é um dos mais sérios problemas ambientais e vem merecendo poucas soluções efetivas, provocando um aumento das ilhas de calor em número e extensão.

Teresina, segundo a AGENDA 2015, possui vários problemas ambientais decorrentes do acelerado crescimento urbano das últimas décadas. Este fato dificulta uma conciliação entre o crescimento populacional e econômico com a proteção ao ambiente e o estabelecimento de uma qualidade de vida (TERESINA, 2002).

Seguindo o conceito de florestas urbanas, nas cidades deve-se trabalhar o verde em todos os locais possíveis de plantio e a disposição das árvores é variável segundo as dimensões e condições que cada local oferece (GONÇALVES & PAIVA, 2004), assim faz-se necessário a produção de mudas de espécies variadas, com prioridade as nativas, em viveiros que ofereçam condições mais propícias ao desenvolvimento destas mudas em quantidade e qualidade adequadas à revitalização do verde da cidade. O viveiro de produção de mudas, portanto, é uma área ou superfície de terreno que se destina à produção, ao manejo e à proteção das mudas até que elas tenham idade e tamanhos diferentes para serem plantadas no local definitivo (praças, jardins, ruas, matas ciliares, etc...) resistindo às condições adversas do local de crescimento e apresentando um bom desenvolvimento.

REFERENCIAL TEÓRICO

O meio urbano é formado por elementos naturais e elementos construídos. Entre os naturais destacam-se os conjuntos de árvores, denominados florestas urbanas, que por sua vez dividem-se em áreas verdes e arborização de vias públicas (CARVALHO, 2005). Neste sentido, todos os projetos urbanísticos devem procurar valorizar o ato e a possibilidade de passear e flanar. Sem desmerecer ou deixar de atender adequadamente ao problema do trânsito de automóveis, exigente de cuidados técnicos significativos, considerando como prioridade o cidadão que caminha, que carece de espaços de lazer, que precisa de locais para descanso e encontros (OLIVEIRA, 2005).

O verde urbano está relacionado entre os elementos básicos da moderna estruturação das cidades. Os seus benefícios se fazem sentir de diversas maneiras, prevalecendo os que concernem à higiene, ao saneamento e à estética. Há que se considerar, ainda, seu projeto, implantação e manutenção, relacionando-se estas atividades com os instrumentos urbanísticos e as formas de utilização da arborização urbana (ANGELIS NETO & ANGELIS, 1999).

A riqueza florística do Brasil oferece um elenco vasto e diversificado de espécies para cada categoria de uso urbano. Neste contexto, Feliciano et al. (1992) destacaram

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