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Projeto Doutorado

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Por:   •  1/6/2014  •  Projeto de pesquisa  •  10.115 Palavras (41 Páginas)  •  199 Visualizações

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I - Introdução

1. O Maracujá

1.1. Características e importância econômica

O gênero botânico Passiflora apresenta uma enorme diversidade de espécies, sem contar as variedades e os híbridos. A grande maioria delas pode ser encontrada naturalmente em toda a América tropical (onde são nativas) sendo número reduzido originário da Ásia e da Austrália (São José, 1994), a maioria delas originárias da América Tropical. Segundo Meletti et al., (1994), mais de 200 espécies são nativas do Brasil. Entre tantas espécies diferentes nem todas produzem frutos comestíveis e aproveitáveis, e apenas um pequeno número consegue ocupar espaços nos grandes mercados fruteiros nacionais e internacionais. As variedades mais conhecidas e de maior aplicação comercial são basicamente duas: o maracujá-amarelo e o maracujá-roxo, que são variedades de uma mesma espécie (Passiflora edulis. F. flavicarpa) (Bruckner e Picanço, 2001).

O maracujazeiro é uma planta arbustiva, trepadeira de crescimento contínuo e vigoroso podendo atingir até 10 metros de extensão. Após 160 dias da idade os ramos passam a ter um crescimento linear e as raízes desenvolvem-se rapidamente, entre 210 e 300 dias, após este período começa a floração e a formação de frutos (Liberato e Costa, 2001).

Segundo o Instituto de Tecnologia de Alimentos os principais segmentos de mercado para o suco concentrado e a polpa de maracujá são:

• bebidas - principalmente os sucos de frutas, os néctares, os licores e a preparação de aperitivos e coquetéis de frutas tropicais;

• laticínios - utilizados em iogurtes, misturas de leite e sorvetes;

• confeitaria - utilizados em bolos, doces e recheios para bombons;

• geléias e geleiados;

• alimentos enlatados - utilizados em salada de frutas tropicais, onde pedaços das

• frutas são colocados em xarope de maracujá

• fonte de niaciana, vitamina A e C (Sjostorm et al., 1978)

Além da polpa do fruto do maracujá, os outros possíveis subprodutos seriam a pectina obtida da casca e o óleo comestível obtido a partir da semente. Esses subprodutos, no entanto, não são extraídos em nível industrial, estando restritos a experimentos de laboratórios (Rizzi et al.,1998).

A popularidade dos produtos do maracujá está crescendo no mercado externo, devido principalmente ao sabor exótico e marcante que ele oferece aos consumidores.

Segundo os dados disponíveis, a produção nacional de suco de maracujá evoluiu, no período 1993 - 2005, conforme a Tabela 1.

Mercado Interno

Mercado Externo

Ano Produção Toneladas (%) Toneladas (%)

1993 36.692,8 33.048,3 90,1 3.644,5 9,9

1994 41.501,9 39.375,7 94,9 2.12602 5,1

1995 67.240,0 66.992,0 99,6 248,0 0,4

1996 72.122,6 66.511,6 92,2 6.109,0 8,5

1997 79.335,0 73.163,0 92,2 6.172,0 7,8

2000 87.270,0 80.480,0 92,2 6.790,0 7,8

2005 95.995,0 88.528,0 92,2 7.467,0 7,8

Tabela 1: Dados referentes à produção brasileira de suco de maracujá.

Fonte: ASNT (reprodução)

1.2. Pragas e Doenças do Maracujazeiro

Diversas espécies de lepidópteros se alimentam de folhas do maracujazeiro. O inseto na fase adulta coloca os ovos sob a folha, pecíolo, ou ramo do maracujazeiro. Os ovos darão origem as lagartas, que se alimentarão diretamente das folhas, desenvolvendo até a fase de pupa (crisálida), as quais dão origem aos adultos. Duas espécies são comumente encontradas: Agraulis vanilae vanilae e Dionae juno juno. O ataque desses insetos caracteriza-se pela existência de folhas danificadas, com redução da área foliar, além da presença da lagarta em desenvolvimento (figuras 1 e 2). O prejuízo maior ocorre nas mudas recém plantadas no campo onde as lagartas alimentam-se de folhas e ramos, chegando a danificar os ramos posteriores, nesta situação o maracujazeiro atrasa o desenvolvimento vegetativo, ficando de menor vigor em relação aos não-predados (Boiça Jr., 1998).

Figura 1: Desfolhamento causado pela ação de lagartas do inseto Agraulis vanilae vanilae. (Boiça Jr., 1998).

Figura 2: Danos foliares em maracujazeiro provocado por lagartas do inseto Dionae juno juno. (Boiça Jr., 1998).

Diversas bactérias estão assinaladas como patogênicas ao maracujazeiro. De acordo com Bradbury (1986), esses agentes causais e seus principais sintomas são: Agrobacterium tumefacies, incitando galhas; Pseudomonas syringae, ocasionando manchas foliares, e Xanthomonas campestris, provocando lesões foliares, além de morte da planta.

Embora várias espécies de nematóides já tenham sido associadas à cultura do maracujazeiro, somente Meloidogyne spp. e Rotylenchulus reniformes (Souza et al., 2003), são relatadas como causa de perdas de importância econômica na cultura. Essas espécies podem causar severa limitação na produção de frutos e diminuição da longevidade da planta.

A primeira virose descrita no Brasil foi o “passionfruit woodiness fruit”, referido como endurecimento dos frutos. Esta virose tem sido considerada a mais grave. Maracujazeiros infectados pelo vírus VEFM (vírus do endurecimento dos frutos maduros) mostram sintomas generalizados de mosaico foliar, com intensidade variável, podendo vir acompanhados de manchas foliares, bolhas e rugosidades, culminando em deformação do limbo foliar. As plantas afetadas apresentam um crescimento retardado. Os frutos ficam deformados e menores do que as plantas sadias, a casca apresenta espessura irregular e consistência endurecida (Chagas, 1991). Desde então vários outros vírus foram

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