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Relação família x trabalho na reestruturação das atividades econômicas

Por:   •  7/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.002 Palavras (9 Páginas)  •  147 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho busca analisar as mudanças encontradas na relação família-trabalho sob o processo recente de reestruturação das atividades econômicas e a ausência de políticas de proteção social na Região Metropolitana de São Paulo a partir de 1990 a 1994.

Esse processo de reestruturação produtiva trouxe diversas consequências às famílias como desemprego, condições precárias de trabalho, inserção de diferentes componentes da família no mercado de trabalho e alterações na renda familiar, o que trouxeram um crescente empobrecimento das famílias e aumento dos índices de violência.

A crescente participação das mulheres no mercado de trabalho é um fato importante na alteração da estrutura familiar. Essas mudanças no comportamento das famílias implicaram em uma redefinição dos papéis do homem e da mulher, da hierarquia e do poder.

O principal objetivo deste trabalho é responder como a transformação recente na economia e no mercado de trabalho se manifestaram nas configurações familiares do século XX e como isso interfere na divisão social do trabalho e nas relações familiares na contemporaneidade.

Portanto iremos abordar estas tendências consideradas no contexto das transformações que ocorreram na sociedade brasileira e as dinâmicas de transformação da família e das atividades econômicas.

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, texto base e outros textos sugeridos, enriquecida com alguns livros didáticos pertinentes ao tema e as matérias já estudadas.

DESENVOLVIMENTO

As mudanças na relação família-trabalho sofreram grandes influências da reestruturação das atividades produtivas e da ausência de políticas de emprego adequadas à população trabalhadora da Região Metropolitana de São Paulo nos anos de 1990 a 1994, o que resultou em severas transformações na estrutura familiar.

 Essas transformações familiares ocorreram após a entrada das mulheres no mercado de trabalho, onde as mesmas procuravam garantir a subsistência de sua família, mas principalmente a sua autonomia e independência financeira.  As mudanças das relações hierárquicas na família se expressaram com alterações nos arranjos familiares de inserção no mercado de trabalho, refletindo inclusive na modificação do peso da contribuição de cada membro do grupo doméstico e na composição da renda familiar. A crise econômica e o momento de acentuação da entrada da mulher no mercado de trabalho influenciaram as relações de hierarquia e poder que resultaram em indicativos de mudanças na divisão sexual do trabalho na família. A visão de antigamente do homem como provedor da família e da mulher como mantenedora do lar e da educação dos filhos, mudou-se completamente no momento da crise econômica, a maior inserção da mulher no mercado de trabalho – tanto cônjuges como filhas –, que ocorreu no mesmo momento em que, sob as restrições colocadas por este, cresce o desemprego masculino apontou para outra tendência que se acentuava no período. Essa nova tendência delineia-se em face da redução dos postos de trabalho, principalmente para ocupações predominantemente masculinas, resultando em crescente desemprego dos até então principais mantenedores das famílias (chefes e filhos masculinos e filhas maiores que 18 anos).

As transformações regionais associadas à instabilidade da economia nas duas últimas décadas têm provocado, desde os anos 80, a redução do emprego industrial, o crescimento das ocupações ligadas ao terciário, quer sejam de caráter formal ou informal e o progressivo empobrecimento da população.

A ausência de políticas públicas agravou ainda mais esse cenário, afinal só tinham apoio temporário os desempregados que recebiam o seguro - desemprego. Com o desemprego crescendo, surgiram os trabalhadores informais, ocorrendo a redução dos assalariados e dos empregos industriais.

Em relação à família, esta nova situação do mercado de trabalho que resultou no decorrer dos anos 90, em uma maior divisão dos componentes da família na responsabilidade pela manutenção do grupo doméstico e com a crescente importância da participação da renda obtida pelo trabalho da mulher-cônjuge. Estas mudanças têm a ver com as posições conquistadas pela mulher no mercado de trabalho e com as oportunidades crescentes de absorção, mas mesmo assim importante parcela das famílias chefiadas por mulheres apresentava nível acentuado de pobreza devido à impossibilidade de efetivação do padrão da família mantida pelo “chefe provedor”, em grande parte, responsável pelo crescimento das famílias chefiadas por mulheres. O que se podia esperar é que essa tendência impulsionasse transformações também nas relações internas da família. Para o homem significava a incapacidade de cumprir seu papel, levando-o ao alcoolismo ou ao abandono da família.

Com a crise afetando diretamente as vidas das famílias, as mesmas foram obrigadas a se reestruturar, a relação família-trabalho sofreu alterações importantes, a mulher foi obrigada a ajudar no sustento familiar e passou a trabalhar fora, deixando as tarefas domiciliares e a dedicação exclusiva aos filhos de lado, agora o homem não é o único responsável em prover sustento à casa. Isso fez com que a estrutura familiar sofresse alterações significantes, como o aumento do número de divórcios e o surgimento das famílias monoparentais, composta por mães solteiras.

Tanto os períodos de crise econômica como as alterações no padrão de incorporação da força de trabalho sob a reestruturação produtiva e organizacional na Região Metropolitana de São Paulo evidenciavam uma alteração na divisão sexual do trabalho no mercado, reforçando a impossibilidade de realização desse modelo de família e apontando para novas formas de divisão do trabalho que poderão no futuro, impulsionar mudanças na divisão sexual do trabalho na família e nas relações internas de poder.

Uma das principais questões que se pretende responder é como a transformação recente na economia e no mercado de trabalho se manifestam nos arranjos familiares de inserção. Destacam-se as resposta do mercado do trabalho aos momentos de recessão e expansão, bem como ao ajuste das empresas aos requisitos das novas formas de gestão e produção. Algumas tendências do mercado de trabalho já se faziam presentes na década de 80. Nesta década aumenta o nível de desemprego, cresce a informalização do trabalho, ou seja, torna-se tendencialmente pequena o número dos ocupados que inserem no mercado através do emprego regular e regulamentado, e ocorre a redução do assalariamento e também do emprego industrial. As políticas públicas passam a serem discutidas em espaços transnacionais, e os acordos são impostos modificando e influenciando na execução e definição das políticas nacionais, o desenvolvimento do Estado passa prioritariamente pelo desenvolvimento de seus cidadãos através da intermediação dos profissionais do serviço social. Descola-se, assim, a política social de sua base real de existência.

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