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Resenha Crítica - Escrever, escrever Sociologia (Bauman)

Por:   •  21/4/2017  •  Resenha  •  456 Palavras (2 Páginas)  •  1.032 Visualizações

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“Vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar.” Zygmunt Bauman

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Tradução: Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. Posfácio, p.231-246.

O texto aqui explorado é o posfácio do livro Modernidade Líquida, do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, publicada próxima aos anos 2000. O conceito “Liquid Modernity” que dá nome a obra foi cunhado pelo próprio autor para definir as condições da pós-modernidade e discutir as transformações e relações do mundo moderno. A fim de analisar a questão da liquidez o livro é divide-se em cinco tópicos básicos: a emancipação, a individualidade, o tempo e espaço, o trabalho e a comunidade.

O autor inicia utilizando a frase de Milan Kundera que diz: “Escrever significa para o poeta romper a muralha atrás da qual se esconde alguma coisa que ‘sempre’ esteve lá”, afirmando a partir disso uma relação entre o poeta e o historiador, os quais descobrem novas possibilidades humanas antes escondidas, ocultas, ainda não reveladas.

Embora a história faça isso com frequência, quando o poeta se depara com essa situação, enfrenta um desafio. Afim de ultrapassá-lo, Bauman acredita que o poeta deve omitir-se de qualquer verdade pré-concebida, de qualquer premissa já trazida a vista por outrem. Diz isso porque se já são “verdades” não irão suprir a missão de revelar “coisas ocultas” as quais o poeta é chamado a revelar.

Como sociólogo, o polonês deseja estabelecer uma relação entre a sua profissão e a do poeta. Ele acredita que ambos necessitam, para não se enquadrarem entre os “falsos poetas” e “falsos sociólogos”, transporem as muralhas daquilo que já está posto, que é óbvio e evidente, pois, esses muros impedem a revelação daquilo que eles buscam. A partir disso, o autor retira a história dessa relação, pois esta não precisa das respostas que esses buscam, podendo prosseguir sua missão sem elas.

Com a frase “grandes artistas não têm pátria”, de Alfred Musset, Bauman vai de encontro a situação do “exílio” e sua relação com a língua, defendendo a necessidade de um distanciamento, de um “olhar para fora”, em vista de uma frutífera reflexão sobre a linguagem. Na situação do exílio, seja ele “no lugar”ou “do lugar”, o exilado tem a oportunidade de submeter a língua a situações antes improváveis, podendo descobrir suas capacidades e limitações.

Com a ajuda de Michel Maffesoli, ele reitera a realidade de vivermos em um domínio onde só se adaptam aqueles que são fluidos, voláteis, ambíguos, pois estamos em um estado de constantes e rápidas transformações. Dificilmente vamos nos “enraizar” em algo, pelo contrário, estaremos como nômades, vamos “estar de viagem” repetidas vezes e em uma alta velocidade. Caso desejemos reduzi-la, vamos ser deixados para trás. Por isso ele afirma que a dimensão da velocidade está, hoje, entre as primeiras necessidades para a sobrevivência.

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