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Serviço Social na Divisão do Trabalho

Por:   •  16/9/2018  •  Relatório de pesquisa  •  1.479 Palavras (6 Páginas)  •  137 Visualizações

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Serviço Social na divisão do trabalho.

A inclusão do Serviço Social na divisão do trabalho se deu por meio de um processo histórico, que decorreu das novas formas de enfrentamento da questão social entre o proletariado e as classes dominantes, no capitalismo monopolista.

Para entender o significado da prática profissional, deve-se inseri-la na sociedade, pois o Serviço Social se afirma na e a partir da divisão social do trabalho. Deve-se o seu significado social nas condições e relações em que ele tenha sentido histórico e se torne possível. O Serviço Social se constitui a partir das necessidades da sociedade no seu contexto histórico da produção e reprodução de seus meios de sobrevivência e de trabalho.

O profissional deve lidar com as implicações da prática profissional, que está entre os interesses das classes, e deve considerar que a atuação é determinada historicamente, há circunstâncias sociais que impedem o profissional de agir somente de acordo com sua consciência e que se deve saber lidar com a realidade dos fatos vividos na profissão, de acordo com o discurso teórico-ideológico do exercício profissional.

Por serem contraditórias, pode haver defasagem entre a realidade que o profissional encontra e o que ele esperava poder fazer.

A prática profissional é um processo que está sempre em mudança, devido as alterações que ocorrem nas relações sociais; conforme a sociedade se altera, a prática profissional deve se redefinir, o que muitas vezes é encarado como crise pela categoria, que faz com que ela não seja homogênea, seja polarizada.

O processo de institucionalização da profissão se dá por volta dos anos 40, período de crescimento industrial, em que a burguesia alia-se com os grandes produtores de terra, e se depara com um grande fluxo do proletariado saindo do campo para a cidade. O Estado procura, então, reprimir os movimentos sociais do proletariado, que luta por melhores condições de vida, ao mesmo tempo em que tem que criar meios para mascarar e atender a essas necessidades da população. Nessa fase, aparecem o salário mínimo, a justiça do trabalho e uma nova legislação sindical.

Para canalizar a mobilização dos trabalhadores e manter rebaixados os salários, o Estado cria uma ação assistencial e começa a intervir tanto na política salarial e sindical, como no controle de uma política social assistencial, ligada ao proletariado. Assim, surge o SENAI, o SESC, a LBA e o CNSS. A burguesia empresarial também muda de posição ao perceber que a política de controle social do Governo Vargas, no que diz respeito ao enfrentamento da questão política, faz crescer o lucro das empresas.

Até aqui, o Serviço Social está intimamente ligado a Igreja Católica e desenvolve sua ação em obras assistenciais da burguesia, tentando penetrar nos setores operários para fazer uma recristianização da sociedade. A partir do surgimento das grandes instituições, o Serviço Social rompe com a ideia de assistencialismo e passa a ser uma profissão institucionalizada e reconhecida pelo Estado e pela burguesia. O Estado, num curto período de tempo, passa a incentivar a qualificação do profissional, ampliando seu campo de trabalho e solidificando assim a profissão, que se torna uma atividade remunerada.

Os assistentes sociais passam a atender não mais a pequena parcela da população pobre, mas ao grande setor do proletariado, que é alvo das políticas assistenciais do Estado.

O assistente social recebe um chamado da classe dominante para atender a classe trabalhadora. Ele não é diretamente solicitado pelo proletariado; ele atua entre o conflito de classes, já que para obter os serviços sociais o cidadão precisa da interferência do assistente social.

Com a afirmação da liberdade individual, os homens adquirem noção de que são todos iguais perante as leis. Conforme o Estado vai assumindo os encargos sociais e respondendo as lutas de classe, começam a se expandir os direitos sociais dos cidadãos. Mas a sociedade capitalista é contraditória no que diz respeito a desigualdade, pois prega o discurso da igualdade, enquanto realiza o da desigualdade. Ao mesmo tempo em que os serviços sociais são direitos de todos os cidadãos, concebidos através de sua organização, são também uma forma transfigurada de parte do valor que foi criado pelos trabalhadores, já que toda riqueza criada é fruto do esforço humano do proletariado e grande parte desta riqueza é canalizada para o Estado e para as classes dominantes, restando apenas uma pequena parcela, que é distribuída para a população sob forma de serviços sociais. Assim, estes serviços aparecem como uma forma de doação do Estado para a sociedade e não como a devolução de um serviço já pago. O Estado faz com que o direito do cidadão se torne um benefício. A distribuição desses benefícios está ligada a um discurso de cooperação entre as classes e de um ajustamento psicossocial do trabalhador.

Para as classes trabalhadoras, os serviços sociais são necessários para sua sobrevivência, já que recebem salários que não suprem suas necessidades. São vitais, mas não suficientes para os que fazem parte do exército de mão de obra reserva. Mas, não podendo intervir no rumo das políticas sociais, os trabalhadores passam a ser subordinados aos padrões vigentes.

Para o capital, esses mesmos serviços tem outro significado. São meios de reduzir os custos de reprodução da força de trabalho e garantir uma oferta de mão de obra barata e abundante, mantendo o exército de reserva. Permite também aos capitalistas a ampliação de seu campo de investimento, além de manter elevado o nível de produtividade, o que acaba com o trabalhador.

A atuação do assistente social é polarizada pelos interesses das duas classes, e reproduz interesses que vivem em tensão, além de participar tanto do mecanismo de dominação e exploração como da resposta às necessidades de sobrevivência das classes trabalhadoras e da reprodução das diferenças desses interesses sociais. Atua no processo de reprodução das relações sociais, na difusão das ideias da classe dominante entre a classe operária. Mas a profissão também participa de respostas as necessidades de sobrevivência da classe trabalhadora, seja através de movimentos sociais ou no acesso as políticas existentes.

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