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UM ESTUDO SOBRE TRAUMA NA GRAVIDEZ

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Por:   •  9/9/2013  •  4.517 Palavras (19 Páginas)  •  669 Visualizações

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UM ESTUDO SOBRE TRAUMA NA GRAVIDEZ

Adriana Oliveira da Silva

Maria Suely

RESUMO

Este artigo faz uma revisão das alterações anatômicas e fisiológicas que ocorrem durante a gestação estabelecendo os princípios da abordagem à gestante traumatizada, delineando os aspectos da monitorização materna e fetal e as patologias próprias da gestação. A importância do estudo do traumatismo na grávida consiste no fato da incidência de traumatismos durante este período estar a aumentar nos últimos anos, devido à crescente participação da mulher na sociedade atual, inclusive quando grávida, o que a torna mais exposta a atropelamentos, acidentes de viação, atos de violência ou qualquer outro tipo de traumatismo. A abordagem da grávida traumatizada segue a regra geral da abordagem de toda a vítima de trauma, no entanto existe uma excepção. Neste caso estamos a tratar 2 pessoas. Deve-se vigiar o estado hemodinâmico da grávida, uma vez que o choque tarda em aparecer, mas quando se instala é de difícil tratamento.

PALAVRAS-CHAVE: Gestante traumatizada. Gestação. Enfermagem.

ABSTRACT

This article reviews the anatomical and physiological changes that occur during pregnancy, establishing the principles of the approach to pregnant women traumatized, outlining aspects of maternal and fetal monitoring and the pathologies of pregnancy. The importance of the study of trauma in pregnant women is the fact that the incidence of injuries during this period to be increasing in recent years due to increasing participation of women in society today, even when pregnant, which makes it more exposed to pedestrian accidents, accidents at accidents, acts of violence or any other type of trauma. The approach of the traumatized pregnant generally follows the approach of all victims of trauma, however there is an exception. In this case we are dealing with 2 people. One must monitor the hemodynamic status of pregnant, since the shock is slow in appearing, but when it installs is difficult to treat.

KEY WORDS: Pregnancy traumatized. Gestation. Nursing.

INTRODUÇÃO

A possibilidade de gravidez deve ser considerada em qualquer paciente do sexo feminino na faixa etária entre os 10 e 50 anos, devendo-se sempre excluir tal possibilidade, de modo objetivo, nestes pacientes.

A incidência de trauma durante a gravidez situa-se em torno de 6%). A gestante traumatizada é uma paciente singular, porque são vitimadas duas pessoas simultaneamente. Ademais, as adaptações fisiológicas do organismo materno durante a gravidez alteram o padrão normal de resposta frente às diferentes variáveis envolvidas no trauma.

Estas alterações da estrutura e função orgânicas podem influenciar a avaliação da gestante traumatizada pela alteração dos sinais e sintomas das lesões, alterar a abordagem e a resposta à ressuscitação volêmica, bem como o resultado dos testes diagnósticos. A gestação pode afetar, também, o padrão e a gravidade das lesões.

As prioridades no atendimento e tratamento da gestante traumatizada são as mesmas da paciente não grávida. O melhor cuidado para com o feto é prover um tratamento adequado para a mãe, uma vez que a vida do feto é totalmente dependente da integridade anatomofisiológica materna.

ALTERAÇÕES ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS DO ORGANISMO MATERNO

DURANTE A GESTAÇÃO

Segundo Dolan (2000), o útero persiste como um órgão intrapélvico até a 12ª semana de gestação. Está na altura do umbigo entre 20 e 22 semanas e do gradeado costal após 36 semanas. Com o crescimento uterino, o intestino delgado fica restrito ao abdome superior. Ao crescer e ultrapassar os limites da pelve, o útero sai de um ambiente anatomicamente “protegido”, tornando-se mais vulnerável ao trauma.

O líquido amniótico protege o feto dos traumas externos; porém, para a mãe, pode se constituir em fonte de embolia e coagulação intravascular disseminada.

A falta de um tecido conjuntivo elástico na placenta predispõe o seu descolamento no trauma direto sobre o abdome.

As alterações hematológicas ocorrem tanto no volume sangüíneo, quanto na sua composição.

Conforme Stone & Humphries (2004), o volume plasmático sofre um incremento progressivo, chegando a 45 a 50% por volta da 32ª semana de gestação. A quantidade de hemácias aumenta e, ao final da gestação, chega ao nível de 33% maior do que na mulher não grávida. O maior aumento relativo do volume plasmático em relação à massa de eritrócitos leva à chamada “anemia fisiológica da gravidez”, cujo pico ocorre em torno da 28ª semana de gestação. No final da gestação, o hematócrito está em torno de 31 a 35%.

O aumento global, no volume sangüíneo, chega a 48% e é proporcional ao número de fetos, sendo de aproximadamente 1600 ml na gravidez única e de 2000 ml na gravidez gemelar. Na vigência de hemorragia, uma perda de 30 a 35% do volume sangüíneo pode ser pouco sintomática na gestante. A hipotensão arterial é, usualmente, um sinal tardio.

O número de leucócitos está aumentado no sangue periférico, sendo comum encontrarmos valores em torno de 20.000/mm3, sem alteração na contagem diferencial de glóbulos brancos.

Para Stone & Humphries (2004), as concentrações de todos os fatores da coagulação estão aumentadas na gestação, exceto dos fatores XI e XIII e antitrombina III. O aumento do fibrinogênio plasmático e dos fatores VII, VIII e IX, associado à diminuição do fator ativador do plasminogênio, atua como predisponente da coagulação (diminui o tempo de protrombina e o tempo de tromboplastina parcial ativada, mas não altera o tempo de coagulação nem o tempo de sangramento). Os níveis de fibrinogênio atingem 600 mg/dL próximo ao termo da gestação, sendo considerados anormais níveis menores que 400 mg/dL. Estas alterações da composição sangüínea resultam em um estado de hipercoagulabilidade que, em associação com estase venosa e trauma das paredes venosas, produzem um risco aumentado para tromboembolismo.

A albumina sérica está diminuída (2,2 a 2,8 g/dL), levando a uma queda na proteína sérica total em, aproximadamente, 1g/dL(1). A osmolaridade sérica permanece em torno de 280 mOsm/L durante toda a gestação.

O débito cardíaco materno aumenta, a partir da 10ª semana de gestação,

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