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A ANEMIA FALCIFORME

Por:   •  22/3/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.791 Palavras (8 Páginas)  •  165 Visualizações

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ANEMIA FALCIFORME[pic 1]

01-Introdução

O sangue é composto por várias substâncias, nas quais estão incluídos os eritrócitos/hemácias.

As hemácias, também chamadas de glóbulos vermelhos, são células responsáveis principalmente pelo transporte de oxigénio. Estas possuem uma forma de disco, são anucleadas e são em ricas em hemoglobina que é uma substância que auxilia o transporte de O2. A hemoglobina é uma proteína formada por quatro cadeias de globina, duas derivadas da cadeia alfa (locus no cromossoma 16) e duas de cadeia beta (locus no cromossoma 11). Cada uma dessas cadeias possui no seu interior um átomo de ferro logo a hemoglobina transporta no seu interior um átomo de ferro que, por ser de alta reatividade, deve ficar fortemente ligado à proteína, quando esta circula pelo sangue. Graças à alta reatividade do ferro ao oxigênio, este pode ser transportado para todos os tecidos do corpo. De tal modo, a capacidade de circulação da hemoglobina é fundamental para que o oxigênio ligado ao átomo de ferro seja levado a todas as partes do corpo. Essa capacidade de circulação da hemoglobina depende, em grande parte, de sua forma.

Existem diferentes categorias de hemoglobina, mas as que iremos abordar são a hemoglobina A e hemoglobina B, sendo a A a mais abundante no ser vivo. 

02- Sobre a Anemia

A anemia falciforme é uma doença hereditária das cadeias de globina resultante de uma mutação que codifica uma das cadeias beta de hemoglobina, ou seja, uma mutação de um gene localizado no cromossoma 11. Essa mutação corresponde apenas à substituição de um nucleótido (timina) por outro (adenina) o que conduz à produção de um novo codão, consequentemente, responsável pela codificação do aminoácido que ocupa a posição 6 da cadeia de hemoglobina. Assim, enquanto que a Hemoglobina A apresenta ácido glutâmico, na posição 6 da cadeia, a Hemoglobina S possui, no mesmo lugar, valina. Essa substituição de um aminoácido na cadeia beta leva a hemoglobina S a assumir uma configuração diferente. Em determinadas situações, isso causa a deformação da membrana celular das hemácias, fazendo com que assumam a forma de foice/ meia-lua.

 O fenômeno de afoiçamento das hemácias é responsável por todo o quadro patológico apresentado pelas pessoas com a doença. As hemácias afoiçadas apresentam maior rigidez aumentando o contato da superfície celular com as moléculas de adesão circulantes no sangue. Esta interação impede a circulação adequada dessas hemácias na corrente sanguínea, dificultando o transporte de oxigénio. Isto origina anemia cronica grave.

     Genética da Anemia Falciforme

A anemia falciforme é uma doença que apenas se manifesta em homozigose, isto é, é herdada devido a um gene mutante de hemoglobina S de ambos os pais, então para ser portador da doença é necessário que ambos os progenitores transmitam o gene mutante. No caso, de indivíduos heterozigóticos para a doença, esta manifesta-se de forma assintomática, ou seja, se for herdado um gene mutante de hemoglobina S da mãe e um gene normal de hemoglobina A do pai, ou vice-versa, essa pessoa apresenta o traço falciforme, mas não apresenta sintomas nem a doença. Resultante um genótipo do tipo AS.

 O esquema seguinte sintetiza o que ocorre quando os progenitores são ambos portadores do traço falciforme. A possibilidade de nascer uma criança sem anemia falciforme é de 25% (AA), assim como, o mesmo percentual é registado para a possibilidade de ocorrência de anemia falciforme (SS), enquanto que a probabilidade de nascer com traço é 50% (AS).

Por um outro lado, quando um dos progenitores não apresenta a mutação nos genes e o outro é portador do traço falciforme, caso tenham um descendente existe, 50% de probabilidade de ser um indivíduo não afetado (AA) e 50% de probabilidade de ser portador do traço falciforme (AS), como podemos observar na seguinte figura.

03- Diagnóstico

Teste do pezinho:

Pacientes com anemia falciforme geralmente são diagnosticados na infância. Os programas de triagem neonatal existentes em diversos países são capazes de identificar pacientes à nascença pelo que o diagnostico precoce das doenças falciformes pode ser realizado através de um teste conhecido como "Teste do Pezinho”. Este teste consiste na recolha de algumas gotas de sangue do calcanhar do bebe.

Permite que seja realizado o acompanhamento dos pacientes antes das possíveis manifestações da doença e, com isto, prevenir futuras complicações e limitações derivadas da mesma tomando as devidas medidas. Isto irá auxiliar a reduzir significativamente a taxa de mortalidade associada à doença, principalmente devido às infeções que causa.

Diagnósticos Laboratoriais:

Em termos de diagnóstico laboratorial é a eletroforese de hemoglobina o exame mais específico na deteção de anemia falciforme.

A eletroforese de hemoglobina é um teste que mede os diferentes tipos de hemoglobina no sangue, procurando tipos anormais da mesma, onde se encontra inserida a Hemoglobina S responsável pela doença falciforme.

O teste consiste na colheita de uma amostra de sangue do braço. No laboratório, através da eletroforese, as hemoglobinas são separadas de acordo com seu ponto isoelétrico (é o valor de PH onde uma proteína apresenta carga elétrica líquida igual a 0) em um gradiente de pH estável. Durante o processo migram até a posição onde ocorra a identificação do seu ponto isoelétrico com o gel, e assim a hemoglobina poderá ser visualizada como uma banda muito nítida. As frações de Hemoglobina S ou outras variantes, são facilmente visualizadas por este método.

Sintomas:

Como sintomas mais comuns da anemia falciforme, destacam-se fadiga, cor amarelada nos olhos e pele, palidez e dores no corpo. Pacientes com anemia falciforme apresentam uma maior suscetibilidade a infeções. Para além destes sintomas existem ainda algumas complicações relativamente graves associadas à doença e vamos abordar algumas:

Sobrecarga de ferro: A sobrecarga de ferro é um problema comum em pacientes com AF devido a transfusões repetidas e hemólise crônica. O ferro em excesso afeta principalmente o coração, os pulmões e as glândulas endócrinas.   A cirrose hepática por excesso de ferro é uma das principais causas de morte em pacientes com anemia falciforme.

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