Cuidado De Enfermagem Ao Cliente Com úlcera Crônica De Perna Secundária à Anemia Falciforme

Cuidado de enfermagem ao cliente com úlcera crônica de perna secundária à anemia falciforme

Nursing care to client with chronic leg ulcer and extensive secondary to sickle cell anemia

Cuidado de enfermería al enfermo con úlcera crónica en la pierna secundária a la anemia falciforme

Martins Amanda1, Moreira DG2, Soares Enedina3

RESUMO

Objetivo: descrever a evolução do cliente com úlcera de perna crônica decorrente de anemia falciforme ao tratamento sistemático. Método: experiência clinica realizada de 2008 a 2011, em instituição de saúde pública do Rio de Janeiro, mediante análise documental em prontuário, avaliação periódica da ferida através de fotografias e avaliação dos registros da equipe de enfermagem. Resultados: apesar da cronicidade da ferida, a atuação da enfermagem foi fundamental na progressão do processo cicatricial com o uso de solução de polihexanida associada à cobertura não aderente e bota de unna circunferencial. Porém, fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados à enfermidade ocasionaram a amputação infrapatelar do membro afetado. Conclusão: O tratamento sistemático ao cliente com úlcera falciforme resultou na progressão da cicatrização, revelando a importância da enfermagem especializada no tratamento e a necessidade de mais estudos sobre este tipo de ferida, de difícil manejo, que pode acarretar em invalidez temporária ou permanente.

Descritores: Anemia falciforme. Enfermagem. Tratamento. Úlcera da perna.

ABSTRACT

Aim: to describe the evolution of the client with chronic leg ulcers due to sickle cell anemia to systematic treatment. Method: clinical experience conducted on 2008-2011, in a public health institution of the Rio de Janeiro state. Analysis was performed on documentary records, periodic evaluation of the wound through photographs and evaluation of the nursing staff by nursing records. Results: Regardless of the chronicity of the wound, the performance of the nursing was instrumental in the progression of the healing process with the use of solution polihexanide associated coverage and non-adherent circumferential unna boot. But intrinsic and extrinsic factors related illness and injury caused infra - patellar amputation of the affected limb. Conclusion: The systematic treatment of the client with sickle cell ulcer resulted in progression of healing, revealing the importance of nursing specializing in the treatment and the need for more studies on this type of wound, unwieldy that may cause temporary or permanent disability.

Descriptors: Sickle cell anemia. Nursing. Treatment. Leg ulcer.

RESUMEN

Objetivo: describir la evolución del cliente con úlceras crónicas en la pierna debido a la anemia de la célula de tratamiento sistemático. Método: experiencia clínica realizada de 2008-2011, en una institución de salud pública del Río de Janeiro. se realizó análisis documental en los registros del enfermo, evaluación periódica de la herida mediante fotografías y evaluación de los registros de enfermería. Resultados: independientemente de la cronicidad de la herida, el rendimiento del personal de enfermería jugó un papel decisivo en la progresión del proceso de curación con el uso de solución de polihexanide asociada cobertura y la bota de unna circunferencial no adherente. Pero los factores intrínsecos y extrínsecos de la enfermedades y lesiones relacionadas resultó en amputación infra - rotuliano de la extremidad afectada. Conclusión: el tratamiento sistemático del cliente con úlcera de células falciformes dio lugar a la progresión de la curación, revelando la importancia de la enfermería especializada en el tratamiento y la necesidad de más estudios sobre este tipo de herida, difícil de manejar, que puede causar incapacidad temporal o permanente .

Descriptores: Anemia de células falciformes. Enfermería. Tratamiento. Úlcera de la pierna.

INTRODUÇÃO

A Anemia Falciforme (SS) é a doença hereditária monogênica mais prevalente no Brasil e acontece em decorrência de uma mutação no gene da cadeia beta da hemoglobina (Hb), originando uma hemoglobina anormal denominada, hemoglobina S (HbS). Esta molécula sofre polimerização, acarretando a falcização das hemácias, ou seja, a modificação da morfologia da hemácia para o aspecto de meia lua ou foice com redução drástica do tempo de vida média, desencadeando obstrução dos capilares, conhecido como vaso-oclusão. Esse fenômeno ocorre em todo o organismo provocando dor e, com o passar dos anos lesões isquêmicas em todos os órgãos, que compõem o leque de manifestações clínicas observadas na doença1.

As úlceras de perna estão entre as mais evidentes manifestações cutâneas da anemia falciforme devido a sua elevada frequência, cronicidade e resistência à terapia disponível, com elevadas taxas de recorrência. Clinicamente, há grande variabilidade no tamanho das feridas que podem ser extremamente dolorosas. O início pode ser espontâneo ou traumático. Geralmente surgem na região maleolar medial e lateral, mais raramente na região pré - tibial e dorso do pé. Essas feridas podem afetar socialmente o indivíduo acometido, comprometem sua capacidade produtiva e respondem por significativa parcela da procura dos serviços de saúde1,2.

Dados estatísticos do Ministério da Saúde, em 2012, denotam que a úlcera de perna, está presente em 8% a 10% das pessoas com Doença Falciforme (DF), principalmente os adultos jovens. E um percentual de 75% das pessoas com úlcera de perna têm genótipo SS1.

Na DF, a incidência de úlcera de perna está associada à intensidade da hemólise, com níveis reduzidos de hemoglobina e elevados níveis de lactato desidrogenase, não se correlacionando às crises vaso-oclusivas. As evidências indicam para modelo patofisiológico que relaciona a hemólise e a baixa biodisponbilidade de óxido nítrico (NO), à disfunção endotelial e vasculopatia. Embora as alterações do tônus vascular e a ativação da adesão endotelial têm sido reconhecidas como determinantes nas ulcerações maleolares; também outros fatores, como a exposição da perna ao trauma, infecções locais, picadas de insetos e edema, podem contribuir o desenvolvimento3.

Algumas úlceras são profundas, com envolvimento

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