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A Arte Na Industria Cultural

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Por:   •  5/7/2014  •  2.534 Palavras (11 Páginas)  •  979 Visualizações

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A Arte na Industria Cultural

A arte esteve, e ainda está sempre ligada a sensibilidade, imaginação e inspiração do artista na busca do belo. Expressões de emoções e desejos, e hoje no séc. XX interpretando e fazendo criticas a realidade social.

Com a Indústria Cultural a arte passou a ser mercadoria, se antes ela estava ligada a contemplação, hoje ela está ligada mais ao lucro. Desta forma ela perde a sua áurea inicial.

A Indústria cultural desta forma não deve chocar, provocar ou fazer o receptor pensar, é perceptível nos programas a futilidade e a profundidade dos temas tratados. Desta forma ela foca na inculcação de valores: Basta consumir e divertir.

A manipulação, a formação de opinião, a infantilização e condicionamento de mentes e a produção cultural do grotesco para a despolitização são os aspectos trabalhados pela indústria cultural quando há a intenção de uma manipulação cultural ou política.

• Dispersão da atenção e infantilização

Segue a baixo o texto da filosofa Marilena Chauí, mostrando como nossa sensibilidade pode ser alterada com as mídias.

Vale a pena, também, mencionar dois outros efeitos que a mídia produz em nossas mentes: a dispersão da atenção e a infantilização.

Para atender aos interesses econômicos dos patrocinadores, a mídia divide a programação em blocos que duram de sete a dez minutos, cada bloco sendo interrompido pelos comerciais. Essa divisão do tempo nos leva a concentrar a atenção durante os sete ou dez minutos de programa e a desconcentrá-la durante as pausas para a publicidade.

Pouco a pouco, isso se torna um hábito. Artistas de teatro afirmam que, durante um espetáculo, sentem o público ficar desatento a cada sete minutos. Professores observam que seus alunos perdem a atenção a cada dez minutos e só voltam a se concentrar após uma pausa que dão a si mesmos, como se dividissem a aula em “programa” e “comercial”.

Ora, um dos resultados dessa mudança mental transparece quando criança e jovem tentam ler um livro: não conseguem ler mais do que sete a dez minutos de cada vez, não conseguem suportar a ausência de imagens e ilustrações no texto, não suportam a idéia de precisar ler “um livro inteiro”. A atenção e a concentração, a capacidade de abstração intelectual e de exercício do pensamento foram destruídas. Como esperar que possam desejar e interessar-se pelas obras de arte e de pensamento?

Por ser um ramo da indústria cultural e, portanto, por ser fundamentalmente uma vendedora de Cultura que precisa agradar o consumidor, a mídia infantiliza. Como isso acontece? Uma pessoa (criança ou não) é infantil quando não consegue suportar a distância temporal entre seu desejo e a satisfação dele. A criança é infantil justamente porque para ela o intervalo entre o desejo e a satisfação é intolerável (por isso a criança pequenina chora tanto).

Ora, o que faz a mídia? Promete e oferece gratificação instantânea. Como o consegue? Criando em nós os desejos e oferendo produtos (publicidade e programação) para satisfazê-los. O ouvinte que gira o dial do aparelho de rádio continuamente e o telespectador que muda continuamente de canal o fazem porque sabem que, em algum lugar, seu desejo será imediatamente satisfeito.

Além disso, como a programação se dirige ao que já sabemos e já gostamos, e como toma a cultura como forma de lazer e entretenimento, a mídia satisfaz imediatamente nossos desejos porque não exige de nós atenção, pensamento, reflexão, crítica, perturbação de nossa sensibilidade e de nossa fantasia. Em suma, não nos pede o que as obras de arte e de pensamento nos pedem: trabalho sensorial e mental para compreendê-las, amá-las, criticá-las, superá-las. A Cultura nos satisfaz, se tivermos paciência para compreendê-la e decifrá-la. Exige maturidade. A mídia nos satisfaz porque nada nos pede, senão que permaneçamos para sempre infantis.

http://www.leonarde.pro.br/industriaculturaltexto.pdf

Retirado de “Convite à Filosofia” de Marilena Chauí, Ed. Ática, SP, 95, p. 329/333

• A TV, a tele-presença.

Para o autor Muniz Sodré, a TV ao ser ligada, também liga os telespectadores, amenizando neles o sentimento de solidão que existe hoje nos grande centros. As pessoas a pesar de viverem cada vez mais próximas, vivem cada vez mais solitárias. É possível observar que não só a TV provoca esse sentimento de companhia e conforto, mas outras formas como MSN, Orkut, E-mail, etc.

• Temas como MST.

Temas como o MST é um exemplo de como a mídia pode vir favorecer ou não os ideais de um grupo. Noticiais como: “MST ensina táticas de guerrilha aos sem-terra (O Globo, 13/06/99) são divulgadas para desmoralizá-los. Não quero e nem pretendo me aprofundar sobre tal movimento que gera muita polêmica, a tal ponto que pessoas que não tem 1 hectare de terra os acusam veemente. O fato é que pouca voz se dá a este grupo, e mesmo que se desse, quem teria mais credibilidade, a midi ou eles? Poderíamos refletir porque não é vinculado matérias sobre a concentração de terra no Brasil? Esta que impossibilita a produção mais barata e justa dos alimentos.

• A produção do grotesco.

O grotesco é aquilo extravagante, que provoca risos, que é ridículo ou bizarro. E tem sido bastante utilizado pela mídia brasileira. Basta ver as matérias trazidas a tona, fazendo com que o público passe por humilhação. Passa a ser engraçado e cria audiência mostrar o mendigo banguelo, a mulher gaga, o senhor subnutrido entre outros casos. O fato é que este grotesco afasta cada vez mais o público da reflexão, daquela “arte” tratada no início desta postagem. Cria-se um senso comum carregado de preconceitos.

• Coronelismo Eletrônico.

Hoje uma nova forma de coronelismo se impõe. No Brasil, 73,75% das emissoras de radiodifusão estão nas mãos de políticos. O texto a seguir de Venício A. de Lima e Cristiano Aguiar Lopes retrata sucintamente o conceito:

O Coronelismo

Desde o Império até a República, a estrutura agrária concentradora da propriedade da terra possibilitou o exercício do controle político do município

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