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A Indústria Cultural

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Por:   •  19/9/2013  •  2.004 Palavras (9 Páginas)  •  589 Visualizações

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A INDÚSTRIA CULTURAL INVADE A ESCOLA BRASILEIRA

ELIZIARA MARIA OLIVEIRA MEDRANO*

LUCY MARY SOARES VALENTIM * *

RESUMO: Este artigo trata de uma das variáveis presentes no meio

escolar que a cada dia ganha mais espaço nas áreas sociais – a Indústria

Cultural. Este termo conhecido desde 1947, através de Adorno &

Horkheimer, com o lançamento da obra Dialética do Esclarecimento,

denuncia que, nas relações de troca de mercadorias a que são reduzidas

todas as relações sociais, o produto cultural perde seu brilho, sua unicidade,

sua especificidade de valor de uso. Quando se transforma em

um valor de troca, dissolve a verdadeira arte ou cultura.

Palavras-chave: Indústria Cultural, Escola.

A Educação no Brasil tem sido alvo de muitos estudos e pesquisas

no sentido de não só descobrir seus problemas, mas, também, contribuir

para a solução dos mesmos. Este trabalho procura revelar uma pequena

parte da escola na sua imanência e levantar alguns pontos para reflexão dos

educadores e interessados na educação brasileira.

Segundo Otaíza de O. Romanelli (1986, p. 23), a educação no Brasil

é profundamente marcada por desníveis e, por isso, a ação educativa se

processa de acordo com a compreensão que se tem da realidade social em

que se está submerso. Nesse processo, dois aspectos se distinguem: o gesto

criador – que resulta do fato de o homem “estar-no-mundo e com ele

relacionar-se” transformando-o e transformando-se; e o gesto comunicador

– que o homem executa e, assim, transmite a outros os resultados de sua

* Psicóloga, membro do Grupo de Pesquisa “O Potencial Pedagógico da Teoria Crítica”, PPGE, da UFSCar

(coordenado pelos Profs Drs Bruno Pucci, Newton Ramos-de-Oliveira, Antonio A.S. Zuin e Renato

Franco) e do Gepice (Grupo de Estudos e Pesquisa: Indústria Cultural e Educação) da Unesp/FCL/Ar,

coordenado pela Profª Drª Leda Aparecida Pedroso. E-mail: eliziaram@hotmail.com

** Pedagoga, mestranda no PPGE da UFSCar, Área de fundamentos da educação; integrante dos grupos

de pesquisa: “O Potencial Pedagógico da Teoria Crítica”, UFSCar; e do Gepice da Unesp/FCL/Ar. Email:

jalumatim@hotmail.com

70 Cadernos Cedes, ano XXI, nº 54, agosto/2001

experiência. Desta forma, na medida em que se transforma, pelo desafio

que aceita e que lhe vem do meio para o qual volta sua ação, o homem se

educa.

É, portanto, no campo das relações e transformações sociais, apontado

pela autora, que caminharemos no desafio de descobrir o que acontece na

escola, que permite ao nosso aluno este exercício de se educar.

Um primeiro aspecto a considerar, embora não seja novidade para

quem já está inserido no meio educacional, é a existência das camadas dominantes

que, com o objetivo de servir e alimentar seus próprios interesses

e valores, organizam o ensino de forma fragmentada. A história da nossa

Educação está marcada por momentos em que, por puro interesse da

burguesia, sofremos transformações no nosso sistema escolar, com o único

objetivo de atender a tais interesses capitalistas. No aforismo O ensino na

esteira de Ford, Ramos-de-Oliveira (1998, p. 21-22) revela-nos uma fotografia

deste fato, mostrando que se faz “moderno” automatizar vários campos

e atividades:

Eis aí o ensino modernizado: grandes unidades para produção do conhecimento.

Tudo segundo a ciência norte-americana pragmática e sistêmica:

a escola é a grande caixa preta industrial, seu input são os alunos ignorantes,

seus output são os alunos diplomados, ou melhor, alguns como produtos

com o selo do controle de qualidade, outros destinados ao submercado ou

simplesmente refugados. Estamos entrando no industrialismo moderno,

na mecânica do fordismo.

Outra realidade que cerca a estrutura escolar é a política. Quem se

aventura a entender a educação não poderá jamais ignorar as questões

políticas envolvidas no processo educativo. Ela se apresenta como um jogo

que procura mostrar uma realidade deformada, mais uma vez, pelos interesses

dos poderosos, menosprezando o contexto social em que o homem está

inserido.

Um outro fato que a cada dia se faz mais real no meio escolar e que

talvez não seja tão conhecido ainda é a Indústria Cultural, que a cada dia

ganha mais espaço dentro das mais variadas áreas sociais. Chega e invade

também a Escola, sem que nos apercebamos de seus perigos e influências.

Indústria Cultural é um termo conhecido desde 1947 com o

lançamento da obra Dialética do Esclarecimento, de Adorno e Horkheimer.

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