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A Neuroplasticidade

Por:   •  13/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  859 Palavras (4 Páginas)  •  584 Visualizações

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  1. A plasticidade neural ou neuroplasticidade é a capacidade de organização do Sistema Nervoso frente ao aprendizado e a lesão. Esta organização se relaciona com a modificação de algumas conexões sinápticas. A plasticidade nervosa não ocorre apenas em processos patológicos, mas assume também funções extremamente importantes no funcionamento normal do indivíduo. Levando em consideração esses aspectos explique como um axônio do Sistema nervoso Periférico pode se regenerar. É possível haver regeneração se um axônio do Sistema Nervoso Central for lesionado? Explique.

Quando a lesão ocorre no nervo periférico, o mesmo é separado em dois cotos: o coto distal, que fica entre a lesão e o alvo desnervado, e o coto proximal, que permanece conectado ao corpo celular. O coto distal vai degenerar através de fragmentações, assim como a mielina. As células de Schwann e os macrófagos da corrente sanguínea ficam responsáveis por remover os produtos da degeneração do coto distal, ao mesmo tempo em que começam proliferar em torno das estruturas em degeneração, fazendo com que se tornem capazes de fabricar nova mielina. As células de Schwann e os macrófagos também sintetizam fatores neurotróficos e produzem, por exemplo, laminina e fibronectina, todos propícios ao crescimento do axônio. A parte proximal da lesão também apresentará alterações morfológicas. No soma irá apresentar sinais transitórios de sofrimento e regeneração e alterações na substância de Nissl, a qual irá se fragmentar. O corpo celular irá se recuperar rapidamente, voltando a ter morfologia normal. Por conseguinte, começa a expressar os genes de forma semelhante ao que ocorre durante o desenvolvimento, só que com maior intensidade por causa dos fatores neurotróficos, fazendo com que seja recomposto o trajeto do axônio lesado. A ponta do coto irá se transformar em um cone de crescimento. Caso a lesão no axônio tenha sido próxima a ele, o mesmo irá facilmente encontrar o alvo. Quando a lesão ocorre muito distante dos alvos, sem que haja interrupção completa do nervo, os axônios regenerantes encontram seus alvos seguindo os fragmentos do coto distal degenerado, formando sinapses funcionais. A regeneração não acontece quando a lesão do nervo é completa e distante dos alvos, fazendo com o que os cones de crescimento se pecam pelo caminho.

No caso da regeneração do Sistema Nervoso Central, a lesão nos axônios provoca a morte de muitos neurônios atingidos. Os que sobrevivem, não conseguem produzir reações regenerativas suficientes para fazer com que os cotos proximais cresçam seguindo o trajeto original, fazendo com que não ocorra a recuperação funcional. Sabe-se que os neurônios centrais são muito dependentes de fatores tróficos, que lhes faltam, no caso, porque no Sistema Nervoso Central, ao contrário do Sistema Nervoso Periférico, os oligodendrócitos que produzem mielina não produzem como as células de Schawann e os macrófagos. Os cotos distais dos axônios centrais lesados (e sua mielina) são fragmentados, porém, sua remoção é lenta, diferentemente do Sistema Nervoso Periférico, apesar de grande proliferação dos oligodendrócitos e dos astrócitos presentes ao redor. Há surgimento também de grandes quantidades de microgliócitos, que liberam moléculas que inibem a regeneração. Sem falar que os oligodendrócitos sintetizam proteínas incorporadas à mielina central, que apresentam efeito inibitório do crescimento do axônio. Os astrócitos se associarão ao bloqueio da regeneração, sintetizando proteoglicanos com forte ação antirregenerativa, diferentemente das moléculas que as células de Schwaan produzem. Como conseqüência de todos esses fatores, os cones de crescimento que se formam nos cotos proximais dos axônios centrais lesados não são capazes de crescer em direção aos alvos. Ou seja, o microambiente do Sistema Nervoso Central não é favorável à regeneração. Embora de forma natural não haja regeneração do Sistema Nervoso Central, experimentos realizados pelo argentino Albert Aguayo permitiram concluir que os axônios centrais são capazes de se regenerar através de longas distâncias, desde que estejam em contato com o microambiente do Sistema Nervoso Periférico, sendo capazes até mesmo de formar sinapses funcionais com seus alvos naturais. Portanto, a regeneração do Sistema Nervoso Central é viável desde que em contato com o microambiente do Sistema Nervoso Periférico.

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