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CARACTERIZAÇÃO DO BANCO DE SEMENTES DO JARDIM BOTÂNICO

Por:   •  30/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.086 Palavras (5 Páginas)  •  246 Visualizações

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CARACTERIZAÇÃO DO BANCO DE SEMENTES DO JARDIM BOTÂNICO - LONDRINA PR

Giovana Pires de Almeida1; Karoline Oliveira Morais1; Luiza Teodoro Leite1;

Mayara Caroline Santos Godoi1; Michele Maria Oliveira1

1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Londrina, Curso de Bacharelado em Engenharia Ambiental.

INTRODUÇÃO

O banco de sementes do solo corresponde ao estoque de sementes não germinadas com capacidade de substituir plantas adultas anuais ou perenes que desaparecem por causa natural ou não, tais como doenças, distúrbios climáticos ou consumo por animais (BAKER, 1989). Segundo Chausson (1997), as sementes das espécies pioneiras e secundárias iniciais compõem o banco de sementes do solo e as espécies secundárias tardias e clímax o banco de plântulas.

O uso do banco de sementes do solo é uma importante estratégia na recuperação de áreas degradadas e apresenta como vantagem a possibilidade de restabelecer o local degradado em um ecossistema que se assemelha, pelas espécies contidas, àquele que existia antes da sua perturbação (SOUZA et al., 2006). Além disso, amostras do banco de sementes podem ser retiradas da própria área a ser impactada ou de áreas remanescentes próximas, tornando o processo de revegetação mais eficiente e barato.

Nesse contexto, o presente trabalho foi realizado com o objetivo de caracterizar o banco de sementes do Jardim Botânico de Londrina, realizando a coleta e a análise da composição e abundância relativa das espécies que germinaram a partir do solo do ambiente original.

METODOLOGIA

        O presente estudo foi conduzido no Jardim Botânico de Londrina, onde foram realizadas as coletas de amostras de solos. Nos dias 10 e 13 de abril de 2018 foram estabelecidos cinco locais de coleta distribuídos ao longo da trilha ecológica interpretativa do Jardim Botânico. Em cada local foram realizadas duas amostragens de solo, totalizando 10 amostras de solo. O 1º ponto localiza-se perto de um pequeno represamento do rio Cafezal, o 2º ponto foi próximo ao bambuzal existente no Jardim, o 3º ponto foi estabelecido após o bambuzal, o 4º ponto encontra-se próximo as espécies exóticas chamadas de leucenas, enquanto o 5º ponto de coleta foi definido na entrada da trilha.

Após a escolha dos locais a serem amostrados, realizou-se a delimitação da área amostral com o próprio recipiente de coleta (pote de plástico de 16 cm x 12 cm), coletando-se aproximadamente 5 a 10 cm de profundidade de solo. As amostras foram armazenadas em sacos plásticos devidamente identificados, sendo posteriormente depositadas em cinco bandejas. Cada bandeja foi forrada com um tecido (tipo tnt), sobre o qual foi depositada areia suficiente para cobrir o fundo. Posteriormente as amostras coletadas foram adicionadas nas bandejas e mantidas na casa de vegetação da UTFPR/Câmpus Londrina. Além disso, uma bandeja controle, contendo apenas areia foi observada ao longo do experimento.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentre as bandejas montadas, foram analisadas as de números 2 ,4 e 5, que correspondem respectivamente à área com um fragmento de bambuzal, área da nascente do rio e aquela do fragmento de mata onde se deu início a trilha (Anexos 1 e 2). No total foram identificadas 28 espécies diferentes. Na bandeja 2 apresentou quatro espécies, como predomínio da espécie Leucena. Trata-se de uma espécie de crescimento rápido, com um eficiente e agressivo mecanismo de dispersão de sementes, que a caracteriza como invasora, com potencial de causar redução na diversidade de espécies nativas. Por outro lado, a bandeja 4 apresentou 14 espécies, com predomínio das espécies Angico e Alternanthera. A espécie Angico também apresenta crescimento rápido e fácil adaptação em terrenos pobres e degradados, sendo uma espécie recomendado para projetos de recuperação florestal. A bandeja 5, por sua vez, apresentou 10 espécies, com dominância da espécie Trema, pioneira de rápido crescimento que também pode ser usada para recuperação de áreas.

O presente estudo diagnosticou a presença de algumas espécies de plantas de rápido crescimento em alguns pontos da área de estudo, o que indica um bom potencial dessas áreas de restauração natural. Não foi observada a presença de espécies secundárias tardias (clímax), o que provavelmente se deve ao curto período de análise do desenvolvimento das plantas, pois essas espécies apresentam crescimento lento. Até final das observações essas plantas tardias não foram diagnosticadas.

Cabe destacar houve grande dificuldade de identificar as espécies em razão do tamanho das plântulas ainda estarem muito pequenos, pois quando elas ainda estão com tamanho reduzido, tornam-se muito semelhantes umas das outras. Dessa forma, seria importante um período maior de tempo para que fosse realizada uma análise mais qualificada dos resultados. O estudo de banco de sementes é de fundamental importância para manutenção da floresta, pois sua presença garante a espontaneidade de regeneração deste habitat caso sofra alguma perturbação. Além disso, é importante não esquecer a verificação das espécies presentes na floresta já estabelecida, e avaliar se estão conseguindo dispersar suas sementes.

CONCLUSÃO

Em razão do exposto, a presença e dominância de algumas espécies de plantas de crescimento rápido permite inferir que há bom potencial de regeneração natural da área estudada. O banco de sementes do Jardim Botânico de Londrina revela que pode ser utilizado como instrumento de indução do processo de restauração florestal da área, complementando outras técnicas específicas de recuperação.

REFERÊNCIAS

BAKER, H. G. Some aspects of the natural history of seed banks. In: LECK, M. A.; PARKER, V. T.; SIMPSON, R. L. (Eds.). Ecology of soil seed banks. London: Academic, 1989.cap. 1, p. 5-19.

CHAUSSON, D. S. Estudo do banco de sementes em três estádios serais de uma sucessão vegetal na Mata do Paraíso. 1997. 168 f. Monografia (Pós-graduação em Ciência Florestal), Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1997.

SOUZA, P. A. S.; VENTURINI, N.; GRIFFITH, J. J.; MARTINS, S. V. Avaliação do banco de sementes contido na serapilheira de um fragmento florestal visando recuperação de áreas degradadas. Cerne, v. 12, p. 56-67, 2006.

WELLING, C. H.; PEDERSON, R. L.; VALK, A. G. van der. Recruitment from the seed bank and the development of emergent zonation during a drawdown in a prarie wetland. Journal of Ecology, Oxford, v. 76, n. 2, p. 487-496, June 1988.

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