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DEMÊNCIA POR NEUROSSÍFILIS

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Por:   •  29/4/2014  •  543 Palavras (3 Páginas)  •  477 Visualizações

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Demência é uma das manifestações da sífilis tardia e caracteriza-se por deterioração cognitiva e alteração do comportamento. Descrevemos um paciente com declínio cognitivo, alterações na personalidade, hiperatividade, alucinações, delírios, diminuição da capacidade de julgamento, perda da memória recente e sinal pupilar de Argyll Robertson devido a neurosífilis. O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) foi 16. O líquido cefalorraquideano (LCR) mostrava 82 mg/dl de proteínas, 128 células/mm3 (98% mononucleares), VDRL 1:4 e hemaglutinação indireta para T. pallidum 1:2560. A ressonância magnética não mostrou alteração do encéfalo, mas o SPECT mostrou hipocaptação fronto-temporal à esquerda. O paciente apresentou melhora significativa após tratamento com penicilina endovenosa. O MEEM realizado 3 meses após o tratamento foi 22. Nova punção lombar mostrou normalização do LCR. Neurossífilis deve fazer parte do diagnóstico diferencial de todo paciente que se apresenta com deterioração cognitiva e alteração do comportamento. O Mini Exame do Estado Mental é útil na detecção das alterações cognitivas, permitindo quantificar a evolução e a resposta ao tratamento.Trata-se de paciente masculino, 57 anos, agricultor, escolaridade em nível básico, que iniciou a doença com ansiedade, ciúmes e reações de heteroagressividade sem propósito aparente, há cerca de 2 anos. O quadro evoluiu de forma progressiva e o paciente começou a ter dificuldades em realizar as suas atividades laborais e rotinas de cuidados pessoais apresentava choro e riso sem motivos, perda da memória sobretudo para fatos recentes, dificuldades em se expressar e disartria, sendo difícil compreender a sua fala.

Evoluiu com delírios persecutórios e alucinações auditivas e visuais. A agressividade se intensificou, passou a ter ideação obsessiva, comportamentos inapropriados, exacerbação da libido, atitudes oposicionistas e negativistas, irritabilidade aumentada e hiperatividade. Além disto, tinha distúrbio do sono, com frequentes episódios de insônia. Chegou a usar haloperidol na tentativa de se controlar a agitação psicomotora, mas desenvolveu reação aguda distônica, que reverteu com a suspensão da droga. Apresentou obstipação intestinal, com piora dos sintomas neuropsiquiátricos, após o uso de tioridazina. Houve piora da agitação psicomotora com a introdução de benzodiazepínicos.

O exame físico à admissão revelou um paciente alerta, desorientado no tempo e no espaço, confabulando, perseverando e com alentecimento da fluência verbal. O paciente tinha um importante déficit de atenção. O resultado do Mini Exame do Estado Mental foi 16, perdendo pontos em memorização, orientação têmporo-espacial, atenção, cálculo e execução de comando seriado. A avaliação neuropsicológica foi complementada por provas da bateria BEC 96, que evidenciaram comprometimento em manipulação de dados, na resolução de problemas e denominação de figuras, prejudicada por parafasias visuais. Evoluiu com incapacidade para o trabalho, isolamento social e alteração na dinâmica familiar. O restante do exame físico não mostrou outras alterações, exceto as pupilas que estavam simétricas, mióticas, não reativas à luz, mas convergindo.

A sorologia para sífilis foi positiva, com VDRL na titulação de 1:16 e a hemaglutinação indireta para Treponema pallidum

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