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Ficha De Leitura - A Lição Cubista

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Por:   •  24/2/2014  •  1.942 Palavras (8 Páginas)  •  1.099 Visualizações

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ALUNO: Letícia Duarte Ferreira Maidana DATA: 23/10/2013

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: DE MICHELI, A lição cubista. In: _______, As vanguardas artísticas do séc. XX. São Paulo: Martins fontes; 1991. PP. 201 a 227.

ARGUMENTO CENTRAL:

O capítulo “A lição cubista” reúne em texto as diversas facetas do movimento cubista, levando em consideração suas origens e acontecimentos póstumos, pontuando os grandes feitos de artistas como Picasso, Braque e Léger.

RESUMO:

Em meio àqueles que, nos fins do século XIX, rejeitavam o impressionismo, havia também os que não rejeitavam inteiramente o cientificismo. Os artistas que depois vieram a ser denominados cubistas buscavam, assim, selecionar intelectualmente os dados visuais, buscando um centro essencial para o qual direcionavam sua atenção – ao invés de apenas registrar o que viam, mecanicamente.

O panorama contextual em que esses artistas estavam inseridos é de grande agitação filosófica e teórica. Vêm pesquisas matemáticas e geométricas que podem ser vistas como grande influência aos cubistas, mas por meio de estímulos e sugestões. Em “Les peintres cubistes”, de 1913, Apollinaire enfatiza esta condição de subordinação das artes plásticas à geometria.

Outro ponto ressalta aos olhos no movimento cubista. Os artistas passam a buscar a superação da objetividade. E o contraponto destes com os expressionistas é que os últimos buscam este subjetivismo através da emoção, enquanto nossos cubistas enfatizam um subjetivismo de caráter mental.

Como influência ao movimento, o autor aponta George Seurat, devido primeiramente às suas pesquisas de cunho científico que guiava quanto ao impressionismo. Surge assim o que se chamou de pontilhismo, a partir da pintura que levava em conta as leis de contrastes simultâneos, aproximando uma cor de outra, levando-as para sua decomposição.

Porém, Seurat alcança depois resultados contrários aos princípios dos quais iniciara – uma pintura puramente intelectual, sem qualquer ênfase na impressão. É evidente que o cubismo bebe no neo-impressionismo de Seurat, pois este primeiro busca, através da abstração intelectual da realidade comum, encontrar uma realidade maior.

Outra direção do cubismo considerada é aquela originária de Cézanne, remontando a uma ordem abstrata. Este outro cubismo é aberto às emoções, pois entende a pintura como concreta e definida – e não mais como aquela improvisação crônica à qual caíra no movimento impressionista. Cézanne buscara alcançar na pintura algo que não se fragmentasse, algo puro e eterno, e os cubistas viram neste ato motivos de atenção.

Cézanne toma o problema da forma como essência, e busca por meio da densidade, em suas telas alcançar a força da pintura. Sua pintura é heroica, reflete a inquietude do homem frente ao que vê, e não apenas a mera representação. Ele busca reproduzir o mundo sensorial, apenas com cores. As cores expressam a profundeza, a verdade do mundo, reunindo na tela a paisagem eternizada. O resultado é denso, levando à consideração: a cor é também forma.

Uma das grandes contribuições da obra de Cézanne para os cubistas é o que leva futuramente à ruptura com a perspectiva nas telas. Cézanne mostra um mesmo objeto em variadas perspectivas, o deformando em diversos sentidos. Desta forma, o artista iniciou a tendência a mostrar mais de um lado de um mesmo objeto, excluindo várias ideias que já eram concretizadas na pintura acadêmica. Os cubistas aprendem a lição, e buscam nos quadros um espaço genuíno, que evoque todos os pontos de vista e assim a verdadeira essência do que pinta.

Esta contribuição tem importância a ponto de ser retomada diversas vezes pelos movimentos posteriores ao cubismo. É também notável que, a partir daí, expressionismo e cubismo podem se confundir na trajetória de um artista.

No início e antro do movimento cubista, destacam-se os consagrados Picasso, Braque e Léger. Les Demoiselles d’Avignon, de Picasso, é considerada por muitos o início do cubismo, devido a sua perspectiva quebrada, à ruptura com as normas tradicionais. Porém o autor aponta Horta de Ebro, datada de 1909 como o início real do movimento.

Braque passa a pintar por volta de 1907 numa direção similar. O crítico Louis Vauxcelles, num artigo de 1908 descreve as pinturas de Braque como um mal trato das formas, reduzindo-as a esquemas geométricos e cubos. Daí a nomeação do movimento.

Léger encontra os outros artistas somente em 1910. Daí ele passa a buscar o volume, e é tomado pela obsessão, em suas palavras, de “separar os corpos”. A partir daí estabelecem-se as principais preocupações de início dos cubistas: O volume e a estrutura. Eles reagem ao impressionismo e ao fobismo, procurando a construção dos objetos na tela de forma plural. A primeira exposição dos cubistas se dá em 1911, no Salão dos Independentes.

Apesar de pouco existir divergências teóricas dentro deste grupo de artistas, denota-se certas diferenças relativas à postura instintiva e à postura científica. Se em Braque, Léger e Picasso era claro o anticientificismo, em outros este era tido como fundamental. Após o cubismo primitivo, vem o chamado cubismo analítico. Este procura a quebra do objeto, e no final sua própria análise. Depois, o cubismo sintético vem buscar a consideração de todas as partes do objeto estudado, que vem ao plano da tela em todos os seus lados.

A busca cubista dialoga com o que dizem na época os pensadores contemporâneos – é uma reflexão de cunho estético. Os filósofos da época também buscam a percepção da verdade dos objetos não unilateralmente, mas através de todas as suas faces, de modo a resultar em uma percepção única. Eles buscam superar o conhecimento relativo por um conhecimento absoluto.

Delaunay apresentava em suas obras singular poeticidade. Além do cientificismo, este buscava uma realidade intuitiva. Através da interpenetração de planos coloridos, as imagens passam da realidade objetiva à realidade da imaginação. Já Juan Gris é o próprio espírito geométrico, de ideais matemáticos. A sua pintura parte da ideia, buscando o apriorismo artístico contemporâneo. O ato criativo a partir daí se modifica, livre de limites impostos. Antes ocorre a síntese, um dado a priori. Para Gris, o abstracionismo é inevitável, já consumado no método artístico.

Faz-se então uma forma de evasão, de caráter intelectual. Dentro do intelecto do artista, aspira-se uma existência pura; e a cor reaparece. Os cubistas são os precursores da colagem na pintura. Passam a

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