Infecção Hospitalar

Infecção Hospitalar é o nome dado a toda infecção adquirida durante a internação hospitalar, que pode ser provocada pela própria flora bacteriana humana em desequilíbrio em decorrência dos mecanismos de defesa antiinfecciosa, devido a doença da qual originou sua internação, ou à realização de alguns procedimentos invasivos, ou ainda quando em contato com a flora hospitalar. Essa infecção pode prolongar a permanência do paciente no ambiente hospitalar em no mínimo 4 dias. As infecções mais comuns são as do trato urinário, da ferida cirúrgica e a pneumonia.

Para reduzir esse problema é necessário a adoção de medidas e políticas nacionais de prevenção e controle de infecção hospitalar, estimulando a constituição de comissões de controle de infecção em todos os hospitais. No Brasil, esse programa é definido, pela Portaria 2616 /98, como “um conjunto de ações que visam reduzir a incidência e a gravidade das infecções hospitalares”.

A eficácia desse programa de infecção hospitalar consiste: no custo efetivo de uma vigilância rotineira das infecções; na necessidade de existir uma comissão de controle de infecção hospitalar em todos os hospitais; na melhor relação entre o número de profissionais dessa comissão e o número de leitos do hospital; na necessidade da presença de um médico interessado e treinado em controle de infecção; e na eficácia de retorno ao cirurgião dando informações sobre suas taxas de infecção.

Estudos comprovam que, com a instalação dessa comissão, é possível prevenir boa parte das infecções nos hospitais que tomaram essa medida, enquanto que nos demais hospitais, onde a comissão não foi instalada, houve um aumento considerável no aumento das infecções.

Para um programa de controle de infecção hospitalar ser efetivo deve haver a existência de um programa de infecção bem organizado e que cubra todo o hospital, envolvendo vários setores, na presença de um médico responsável que tenha conhecimento em controle de infecção e um enfermeiro especializado em controle de infecção hospitalar.

Os fatores que influenciam no gerenciamento do programa de controle de infecção hospitalar são devidos a crise dos sistemas de saúde, qualidade, eficiência e eficácia, que ocorrem devido ao aumento da média de vida da população, presença de doenças crônico-degenerativas, doenças reemergentes, aumento da pobreza e incorporação da tecnologia.

O programa de controle de infecção hospitalar deve ser elaborado a partir do conhecimento da instituição, fazendo o diagnóstico da situação atual da instituição, pontuando onde há riscos para que ocorra a infecção. A partir desse diagnóstico, devem ser apontadas sugestões e ações a serem executadas, desenvolvendo metas, em locais onde há maior risco para o paciente.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, em todos os países devem haver comissões nacionais de prevenção e controle de infecções. Deve ser incluído o tema de infecção no currículo das disciplinas relacionadas à saúde. Além disso, é necessária a criação de grupos de trabalho em cada país sobre o controle de antibióticos, padronizando o diagnóstico de resistência e estabelecendo políticas de controle por hospitais.

Em um programa de controle de infecção hospitalar não podem faltar as prevenções mais comuns e os procedimentos de risco, assim como a realização de treinamento de pessoal, vigilância, uso racional de antibióticos, fiscalização das metas alcançadas dentre outros.

No Brasil, o programa de controle de infecção hospitalar foi organizado pela primeira vez em 1976, mas somente em 1983 tornou-se obrigatório sua implantação