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Interação de micro-organismos do solo com animais

Por:   •  6/4/2016  •  Seminário  •  5.350 Palavras (22 Páginas)  •  557 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

        Relações simbióticas podem ser definidas por interações entre organismos de espécies diferentes. Os participantes destas relações vivem juntos em, pelo menos, parte de suas vidas (PINTO et al, 2011).

Assim, considerando-se a vasta gama de organismos vivos existentes no planeta, temos um vasto leque em relação às diversas possibilidades de associação entre estes. Dentre as relações possíveis, poderíamos citar, em linhas gerais: as de benefício mútuo (mutualismo), de beneficio para somente um dos participantes – mas sem causar prejuízos ao outro – (comensalismo) e as de benefícios para um em consequência de prejuízo para outro (parasitismo) (PINTO et al, 2011).

No entanto, ainda que o caráter – maléfico ou benéfico – destas relações seja conhecido; os critérios utilizados para definí-las, assim como para distinguir essas categorias entre si, têm sido objeto de discussão. Verifica-se tal situação, por exemplo, ao analisar os aspectos de exploração, danos ao hospedeiro e dependência genética; no intuito de distinguir o parasitismo do comensalismo (BOEHS & MAGALHAES, 2004; PINTO et al, 2011).

        Acabou por definir-se, neste caso, comensalismo como uma relação heteroespecífica sem dependência metabólica, com obtenção de proteção física e de alimentos associados ao hospedeiro (mas que não fazem parte deste); e o parasitismo por uma relação com dependência metabólica do parasito em relação ao hospedeiro, seja em forma de material nutricional, enzimas digestivas, estímulo para o desenvolvimento ou controle da maturação (BOEHS & MAGALHAES, 2004).  

Apesar de classificarmos as relações entre os organismos de maneira estável e organizada – segundo a análise de alguns critérios –, em condições naturais a ideia contraria parece ser mais plausivel. Aparentemente essas relações, no ambiente, ocorrem de maneira altamente instável e a estratégia, adotada pelos simbiontes, pode variar de acordo com condições bióticas e abióticas de que dispõem (PINTO et al, 2011)

        Em vista de empasses como este, considera-se a possibilidade da existência de um continuum entre os dois tipos de associação, sendo que o equilíbrio é dependente de fatores como: o estado fisiológico de ambos os simbiontes, a defesa do hospedeiro e o estresse ambiental (BOEHS & MAGALHAES, 2004).

        Este panorama demonstra a necessidade da compreensão das diversas relações ecológicas entre os diversos organismos; uma vez que estas podem afetar o equilíbrio das espécies envolvidas (ZUBEN, 1997).

        Sobretudo para o homem, é necessário conhecer aqueles organismos que dele podem se aproveitar – como, por exemplo, os vírus, bactérias, e fungos –, uma vez que uma das características mais comuns em infecções de hospedeiros invertebrados e vertebrados por parasitas é a tendência destes últimos apresentarem distribuídos de maneira agregada nos hospedeiros (ZUBEN, 1997).

Neste sentido, os avanços no campo da medicina possuem a função de cada vez mais limitar o espectro de ação do grande número de populações que se comportam como parasitos humanos (ZUBEN, 1997).

É papel, portanto, do biólogo conhecer e mapear as diversas relações existentes entre os organismos – não apenas aqueles de interesse aos seres humanos –, no sentido de melhor compreender o complexo fenômeno da vida, em suas mais diferentes formas e concepções; contribuindo ainda, para maiores elucidações na construção deste conhecimento (BOEHS & MAGALHAES, 2004).

  1. DESENVOLVIMENTO

O solo é composto por 5 componentes principais: partículas minerais, resíduos orgânicos, água, gases e sistemas biológicos (nos quais estão incluídos os micro-organismos). O solo fértil pode ser considerado uma fonte de imensa variedade de micro-organismos, o que explica a dificuldade de isolar e estudar a população total de micro-organismos de solo, especialmente a partir de uma amostra, uma vez que as inúmeras diferenças que existem entre solos de diferentes regiões, como composição, características físicas e práticas agrícolas nele aplicadas, influem diretamente nos tipos de micro-organismos que irão habitar esses solos e no tamanho de suas populações (PELCZAR et al, 1981).

O solo é um dos poucos ambientes existentes que contêm tão vasta quantidade e variedade de micro-organismos. Em apenas um grama de solo podem existir bilhões desses organismos, sendo que as bactérias representam cerca de 99,9% desse total (através de contagem direta), seguidas pelos actinomicetos (0,02%), fungos (0,01%), algas (0,001%) e protozoários (0,001%). Entre os fatores presentes no solo capazes de influenciar o crescimento de micro-organismos, estão incluídos: o tipo e a quantidade de alimentos disponíveis, a temperatura, o pH, a umidade, o grau de aeração, ocorrências capazes de aumentar o número de micro-organismos (como época de cheias e adubação) e variações climáticas. Sabe-se ainda que a rizosfera (região do solo que possui raízes) também é um importante fator de influência (a microbiota da rizosfera é fisiologicamente mais ativa que a de outras áreas), uma vez que substâncias nutritivas liberadas pelo tecido vegetal estimulam o crescimento de micro-organismos. (PELCZAR et al, 1981).

Uma das funções mais importantes exercidas pela microbiota do solo é a reciclagem de nutrientes, ou seja, a capacidade desses organismos de realizar as modificações necessárias para que restos orgânicos (como dejetos e tecidos) sejam incorporados ao solo como nutrientes para as plantas (PELCZAR et al, 1981).

Os tipos de micro-organismos que podem estar presentes no solo incluem: bactérias, fungos, algas, protozoários e vírus. Normalmente, o grupo de micro-organismos mais encontrado no solo, excedendo todos os outros (tanto em número quanto em variedade) é o das bactérias, e o motivo pelo qual isso acontece é que as bactérias são muito mais adaptáveis e variáveis (metabólica e fisiologicamente) que outros micro-organismos (podem ser mesófilas, termófilas, psicrófilas, autótrofas, heterótrofas, barófilas, halófilas, aeróbias, anaeróbias, etc.). A maioria das bactérias presentes no solo é heterotrófica e apresentam-se sob a forma de bacilos esporulados, sendo responsáveis pelo odor característico de mofo e terra com aspecto arado. (PELCZAR et al, 1997; PELCZAR et al, 1981)

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