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LEVANTAMENTO FLORÍSTICO EM TRECHOS DE VEGETAÇÃO DA CAATINGA NAS MARGENS DA LAGOA DO MATO, MUNICIPIO DE SÃO RAIMUNDO NONATO-PI

Por:   •  19/8/2019  •  Artigo  •  1.422 Palavras (6 Páginas)  •  173 Visualizações

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LEVANTAMENTO FLORÍSTICO EM TRECHOS DE VEGETAÇÃO DA CAATINGA NAS MARGENS DA LAGOA DO MATO, MUNICIPIO DE SÃO RAIMUNDO NONATO-PI.

INTRODUÇÃO

A caatinga é uma vegetação tropical xerófila exclusiva do Brasil, caracterizada pela presença de muitas espécies decíduas. Os principais tipos vegetacionais encontrados no Nordeste são as florestas úmidas, florestas fluviais, cerrados, caatinga, florestas (Brejos) de altitude. Hierarquicamente o fator abiótico mais importante que influencia as caraterísticas das plantas da Caatinga, tais como a fenologia é a disponibilidade de água (SAMPAIO, 1995).

A vegetação da Caatinga encontra-se degradada com a substituição de espécies nativas por pastagens e cultivos. O desmatamento e as queimadas são ainda práticas comuns no preparo da terra para agropecuária, o que além de destruir a cobertura vegetal, prejudica a manutenção de populações da fauna silvestre, a qualidade da água e o equilíbrio do clima e do solo (ANDRADE, 1981). O clima semiárido é um tipo de clima caracterizado pela baixa umidade e pouco volume pluviométrico. Na classificação mundial o semiárido é o tipo de clima que apresenta precipitação de chuvas média entre 400 mm até 800 mm.

O objetivo desse trabalho foi obter um levantamento prévio por amostragem da composição florística da Lagoa do Mato no município de São Raimundo Nonato-Piauí, bem como verificar se existem espécies endêmicas ou em risco de extinção. A Lagoa do Mato é considerada uma APP (Área de Preservação Permanente, segundo a Lei Federal nº 12.651/12) Código de 1965, considerando o caráter de preservação da área, independente de estar ou não coberta por vegetação nativa. Mantém ainda as funções ambientais, isto é, a preservação dos recursos hídricos, da paisagem, da estabilidade, geológica e da biodiversidade, bem como de promover o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e de assegurar o bem-estar das populações humanas. A Lagoa do Mato sofre efeito antrópico por estar situada próximo ao centro urbano, sendo que o principal problema ambiental encontrado é acúmulo de lixo, desmatamento e restos de materiais de construção civil.

A vegetação existente nas margens dos rios, córregos, lagos, represas e nascentes é considerada pelo Código Florestal como Área de Preservação Permanente, com diversas funções ambientais, devendo respeitar uma distância específica de acordo com a largura do rio, lago, represa ou nascente.

A ausência da mata ciliar faz com que a água da chuva escorra na superfície do solo, não permitindo sua infiltração e armazenamento no interior da terra. Com isso reduzem-se as nascentes, os lagos, os rios e riachos.

A mata ciliar é uma proteção natural contra o assoreamento, sem ela, o processo erosivo nas margens transporta terra para dentro do rio, tornando as águas barrentas, contaminadas, sem condição de uso, além de dificultar a utilização dos cursos d’água para navegação, devido ao acúmulo de terra no fundo (CÓDIGO FLORESTAL, 2011).

 O material coletado durante a realização deste levantamento florístico foi destinado para a construção de exsicatas para o laboratório de Biologia da Universidade Estadual do Piauí-UESPI no campus de São Raimundo Nonato-PI.

MATERIAS E MÉTODOS

Este levantamento florístico foi realizado em um fragmento de vegetação da caatinga as margens da Lagoa do Mato, localizada no município de São Raimundo Nonato, região Sudoeste do Estado do Piauí, com altitude de 358 m e com as seguintes coordenadas geográficas S. 9°00' 7,47'' w 42° 8’, 69'' (Etrex 20 da Garmin).

[pic 1]

 Imagem 01: Localização da Lagoa do Mato vista por satélite.

Esta região apresenta clima semiárido. Segundo ARAÚJO et al 2011, este clima tem condição seca, por apresentar índices pluviométricos médios anuais de 400 mm até 800 ou 900 mm, com distribuição de chuvas concentradas em três ou quatro meses do ano. Neste período do ano também ocorrem às chuvas torrenciais, chamadas de aguaceiros, que duram poucas horas e o período seco se prolonga por 08 ou 09 meses do ano.

A vegetação presente possui características típicas da caatinga com uma florística endêmica própria e adaptada as condições climáticas da região. O tipo de solo é do tipo argilo-arenoso.

Devido a ação antrópica a área das proximidades da lagoa encontra-se bastante poluída e em mal estado de preservação. A cobertura vegetacional da caatinga esta presente em apenas uma das margens da lagoa, sendo que na outra estão presentes construções habitacionais e capim para pastagem.

O método utilizado no levantamento foi o de parcelas sendo que nesta amostragem utilizou-se somente uma parcela 10mx20m, devido à área ser reduzida.

Os vegetais que foram trabalhados nesta amostragem foram os que possuíam caule com diâmetro igual ou superior a 03 cm, na base do solo. Foram incluídos neste trabalho os indivíduos presentes dentro e fora da parcela.

 RESULTADO

Em um fragmento das margens de área 200 m² (10 x 20) foram coletadas algumas espécies típicas da caatinga de vários tamanhos. Totalizando 25 exemplares de plantas. Distribuídos como mostra o gráfico abaixo:

[pic 2]

Figura 01: Quantidade de espécies de plantas da caatinga coletadas nas margens da Lagoa do Mato, São Raimundo Nonato- PI.

O marmeleiro é uma árvore de porte pequeno ou arbusto que pode atingir até 4,0 m de altura. Essa planta chama muita atenção durante o seu período de floração. Após as primeiras chuvas na caatinga o marmeleiro fica repleto de flores pequenas, com coloração branca e muito perfumada. O mesmo apresentou maior quantidade de exemplares cujos diâmetros variam entre 14 cm a 42 cm.

O feijão de boi é uma espécie de pequeno porte que possui folhas perenes e ocorre em muitas áreas da região semiárida brasileira. Suas flores são grandes, de coloração branca e tons avermelhados, com estames longos e anteras amarelas. Foi a segunda espécie mais encontrada, com seis exemplares com diâmetro de caule variando desde 03 cm ate 125 cm cuja média é de 31,66 cm.

A jurema preta é uma árvore de pequeno porte muito conhecida pelos espinhos que cobrem os seus ramos. Possui tronco com casca de cor castanho escuro e ramos de cor castanho avermelhada. É uma espécie muito importante para a manutenção da biodiversidade e funcionamento do ecossistema, além disso, devido ao seu crescimento rápido e a sua capacidade de rebrota essa espécie é muito importante para a restauração de áreas degradadas. Apresentou sete exemplares com diâmetro variando entre 12 cm a 120 cm sendo a média de diâmetro do caule dos exemplares de 45,25 cm.

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