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O problema do cultivo de eucalipto no Brasil

Relatório de pesquisa: O problema do cultivo de eucalipto no Brasil. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  7/11/2013  •  Relatório de pesquisa  •  1.577 Palavras (7 Páginas)  •  549 Visualizações

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RESUMO

Nós temos problemas ambientais em toda a Bahia, mas existem três regiões muito complicadas: o extremo sul, o litoral norte e o oeste do Estado. No extremo Sul, por exemplo, há o grave problema do plantio do eucalipto. A monocultura do eucalipto é um cultivo que provoca impactos ambientais e sociais de diversas ordens e no Brasil em geral, o crescimento da monocultura do eucalipto atende acrescente demanda por celulose, papel e seus derivados, o que conseqüentemente acarreta utilização de extensas áreas para o cultivo e conseqüente, necessidade de constante monitoramento por parte dos órgãos competentes. Aponta, ainda, a retirada ilegal de madeira de áreas protegidas, a captura de água dos rios de forma irregular, além da contaminação e poluição por lixo e esgoto.

Palavras- chave: poluição-monocultura – eucalipto – devastação.

1 INTRODUÇÃO

Ao longo da última década, a monocultura do eucalipto se expandiu e vem dominando a paisagem das áreas rurais da Bahia. Assim como já ocorreu em outras regiões do estado e também do Brasil, milhares de hectares da árvore, nativa da Austrália, estão ocupando gradativamente áreas que antes eram dedicadas a produção de alimentos.

Este trabalho tem como objetivo abordar os principais problemas ambientais existentes na cidade de Teixeira de Freitas no extremo sul da Bahia. O desmatamento de matas ciliares e a poluição dos rios são as questões mais graves entre 150 problemas ambientais mapeados pelos povos indígenas e pescadores do extremo sul da Bahia e revelou um cenário preocupante com a degradação dos recursos naturais da região, afetando diretamente a vida dos índios e comunidades tradicionais. A devastação da mata ciliar causa a perda da biodiversidade, ou seja, o desaparecimento de fauna e da flora, provocando, inclusive, o risco de extinção de espécies, a redução da qualidade da água e a diminuição da vazão dos rios.

No extremo sul do estado da Bahia, o cultivo do eucalipto ocorre em áreas propensas à regeneração da Mata Atlântica, essas áreas acabaram por serem devastadas para dar lugar aos eucaliptais. Segundo Santos (2004), não é difícil constatar no Brasil que áreas de vocação preservação de sistemas naturais são perdidas pela implementação de atividades humanas que retalham os ecossistemas. Danos nas áreas rurais, como a retirada da mata nativa para dar lugar à monocultura do eucalipto, causando desde a erosão do solo ao assoreamento dos rios, assim como a poluição dos mesmos pelo uso de defensivos agrícolas, caracterizam os tipos de impactos ambientais nas propriedades alugadas pelas grandes empresas de fabricação de celulose.

De acordo Lima-e-Silva et al. (2003), as áreas rurais são bastante afetadas pelos danos ambientais pois, são aquelas de maior abrangência na transformação do ambiente, uma vez que, consomem grandes extensões de terras para as atividades.

2. MONOCULTURA DO EUCALIPTO UM DOS GRANDES PROBLEMAS AMBIENTAIS DA CIDADE DE TEIXEIRA DE FREITAS E CIDADES VIZINHAS

O eucalipto é cultivado no Brasil desde a década de 1970. Utilizado principalmente na produção de celulose para a indústria de papel, grandes corporações como a Veracel e a Fibria (antiga Aracruz Celulose) disseminaram o cultivo por extensas áreas, que chegam hoje a 6,5 milhões de hectares em todo o país.

Terras agricultáveis e de boa qualidade, mão-de-obra barata, apoio e financiamento do governo. Este foi o cenário que atraiu empresas de papel e celulose para o extremo sul da Bahia e dar início ao plantio de eucalipto na região durante os anos 90.

Segundo dados do Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul da Bahia (CEPEDES), hoje a região possui cerca de 600 mil hectares de eucalipto plantado, num modelo de exploração que traz sérios problemas ambientais e sociais. "Todas as empresas de celulose receberam financiamento do governo através do BNDES. Mais precisamente dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que deveria ser usado para gerar emprego e renda para o povo brasileiro", explica Ivonete Gonçalves, da equipe executiva do CEPEDES.

De forma secundária, o eucalipto é utilizado para alimentar pólos siderúrgicos com carvão vegetal. O crescimento da área plantada de eucalipto na Bahia está diretamente ligado à demanda de carvão do pólo siderúrgico de Betim, em Minas Gerais. Segundo a organização do evento, o estado é o terceiro maior produtor nacional, com 658 mil ha de área plantada.

Nenhuma outra cultura cresce tanto em tão pouco tempo, para isso é necessário o consumo de grandes quantidades de água e nutrientes, tais como o potássio e magnésio do solo. Em áreas já degradadas, plantios homogêneos podem levar à completa exaustão do solo. O monocultivo pode afetar também mananciais de água, além de rebaixamento de lençol freático.

Especialistas alertam que o impacto da monocultura de eucalipto estende-se para além das implicações ambientais, como a contaminação do solo, das águas, diminuição da fertilidade da terra e seus minerais, entre outros. A retirada da população de sua terra acarreta também na perda de seus meios de subsistência.

De acordo com uma pesquisa realizada pela própria Veracel e divulgada pelo Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais (WRM), em Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia, por exemplo, apenas 56 dos 193 trabalhadores permaneceram na propriedade adquirida pela empresa, e o número de moradores caiu de 240 para 14 em 2012. Em Porto Seguro, os empregados em terras da Veracel diminuíram de 88 para dois, e os moradores de 138 para apenas nove.

Em nosso município nas zonas rurais é possível encontrar grandes extensões de cultivo do eucalipto, o que pode resultar em descumprimento as Leis ambientais a partir de invasão das Áreas de Preservação Permanente e conseqüente impacto ambiental. As empresas de eucalipto pagam um alto valor para comprar ou arrendar as terras, acarretando o refúgio de peões de roça, vaqueiros, tropeiros, pequenos agricultores, e outras categorias, os problemas causados pela monocultura do eucalipto, não afetam apenas os habitantes das zonas rurais, mas também os moradores de áreas urbanas, o enfraquecimento da agricultura familiar diminui a oferta de alimentos, aumentando os preços. “Se o campo não planta, a cidade não janta!”

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